Publicação dá dicas de como viver sustentavelmente

Você sabia que somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo e que, segundo cálculos, em 2050 haverá mais 3 bilhões de seres humanos dividindo nosso pouco espaço? Sabia também que, todos os anos, as cidades geram 1,3 bilhão de resíduos sólidos? Mas calma. Isso não é um manual para compreender o suposto fim do mundo no próximo dia 21. Ao contrário, a publicação Ter mais ou viver melhor?, lançada pelo Instituto Akatu e a Unescocat (Unesco – Catalunha), ensina como viver de maneira mais sustentável e, assim, preservar nosso querido planeta.

Com uma linguagem informal e muita ilustração, ela aborda temas complexos como os padrões atuais de consumo, obesidade, crescimento populacional e até mesmo novos rituais que buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas, como o Dia Mundial sem Carro, Dia sem Compras ou a Hora da Terra, que consiste em manter as luzes apagadas em uma hora determinada do dia.

Entre os destaques da publicação, estão os relatos de experiências de mudanças culturais ocorridas em diferentes grupos e comunidades de todo o mundo, que conseguiram reformular a produção e o consumo dos bens de serviço e, assim, adotar comportamentos mais sustentáveis. Um exemplo disso fica na Escócia, que adotou uma política de inclusão das escolas no processo de produção dos alimentos das cantinas. E não são só os alunos que entram na brincadeira, os pais também participam de várias demonstrações de “culinária saudável”. Essa iniciativa reduziu em 70% a distância que o alimento precisa percorrer para chegar à cantina e diminuiu o desperdício com embalagens e alimentos, porque abriu novas oportunidades para os agricultores locais, além de propiciar a criação de uma nova rede comunitária.

Com essa cara mais “teen”, o texto não poderia deixar de abordar os valores capitalistas que são instaurados nas crianças por meio da propaganda. Na Espanha, por exemplo, são mais de 22 mil anúncios veiculados todos os dias. E como isso pode influenciar o pensamento dos jovens? É simples. Pelo fato de que a mensagem transmitida seja de um produto à venda que pode fazê-los mais felizes, eles criam a ideia de que bens materiais são essenciais para a satisfação pessoal e, quando não alcançam o que desejam, sua saúde é afetada por problemas como depressão, baixa autoestima, obesidade infantil, distúrbios alimentares etc.

Mas como mudar o mundo é uma tarefa de todos, o material também apresenta algumas dicas de como engajar a mídia, os governos, a música e até as tradições mais antigas na divulgação dos valores dessa nova cultura, que valorize o bem-estar em vez do consumismo. “Cada pessoa é importante para dar sua contribuição individual, e para servir de exemplo e mobilizar seus amigos, familiares e conhecidos. Só assim se poderá caminhar para um mundo mais sustentável”, diz Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.

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