Pesquisa mostra como líderes educacionais e edtechs veem o cenário pós-coronavírus - PORVIR
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Coronavírus

Pesquisa mostra como líderes educacionais e edtechs veem o cenário pós-coronavírus

Levantamento da aceleradora Future Education teve a participação de 114 representantes de instituições de ensino e de empresas de tecnologia educacional

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 7 de abril de 2020

Se por um lado a pandemia do coronavírus COVID-19 coloca a tecnologia em destaque, por outro, seus efeitos no curto prazo preocupam tanto empresas de tecnologia educacional, as chamadas edtechs, quanto líderes de escolas e instituições de ensino superior privadas. O levantamento “Impacto no Cenário Brasileiro de Inovação na Aprendizagem: COVID-19“, realizado pela Future Education, aceleradora dedicada ao empreendedorismo educacional, ressalta no entanto que investir em novas tecnologias e produtos serão as principais estratégias de crescimento para superar a crise nos próximos 12 meses.

A pesquisa contou com 114 participantes, entre mantenedores, diretores e coordenadores pelo lado das instituições, além de fundadores de startups educacionais. O modelo das perguntas foi adaptado ao cenário brasileiro a partir da pesquisa COVID-19 Global Education Outlook, desenvolvida pela consultoria HolonIQ, que trabalha com análise de dados educacionais.

Na amostra pesquisada no Brasil, o pessimismo de mantenedores no curto prazo é acompanhado pelos responsáveis pelas edtechs, que veem acordos sob ameaça diante do fluxo de investimento menor, segundo explica Thiago Chaer, presidente-executivo da Future Education. “No geral, as edtechs temem cancelamentos ou desistências por parte de alguns clientes. Algumas já tinham fechado com investidores, mas a prospecção fica muito difícil nesta fase de quarentena”, disse.

Por mais que o mundo da educação tenha feito da videoconferência uma ferramenta essencial, as portas físicas fechadas nas escolas têm dificultado a abertura de novas negociações. “As escolas não estão nem um pouco abertas a ouvir propostas pelos próximos dois ou três meses. Elas vão voltar suas atenções à operação e se virar com o que já têm. Se decidirem contratar, vão atrás das soluções mais maduras ou mais conhecidas pelo professor”.

O estudo da Future Education aponta ainda que, em cenário de longo prazo, as edtechs – e especialmente as menores – já passam a olhar o setor de forma mais positiva, em contraste com a cautela de quem lidera escolas ou universidades. Menores e mais ágeis, as empresas de tecnologia educacional conseguem fazer ajustes, enquanto mantenedores são diretamente afetados pelo cenário de desemprego das famílias e de eventual aumento da inadimplência.

Entre os dois lados, Chaer adota os pés no chão de quem está no comando das instituições de ensino. “Eu não acho que logo após a pandemia vai tudo voltar ao normal. Se as aulas voltarem em julho, as escolas podem perder matrículas porque vai haver impacto econômico. Além disso, elas vão ter que se reestruturar para voltar ao modelo presencial e fazer uma seleção das soluções digitais que ficam ou saem”.

Nas últimas semanas, praticamente todo o setor de tecnologia educacional virou a chave e passou a oferecer recursos gratuitos para gestores, educadores e famílias. E diante do quadro atual, o que se pode esperar de conversão para novos negócios? De acordo com o representante da Future Education, tudo passa pela geração de valor. Quem ofereceu algo pontual e muito específico tende a ficar pelo caminho.

“É um desafio porque nesse momento os professores estão muito preocupados em fazer a operação online rodar. Não há muito tempo para avaliar. Nas próximas semanas, com a certeza do que está funcionando, vem o período de descarte ou de aquisição”, conclui.

Por mais que o horizonte próximo pareça turbulento, o estudo traz depoimentos de líderes que aceleraram o processo de transformação digital, com adoção de simuladores e ferramentas de análise de dados que facilitam a tomada de decisão.

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Para entender como o professor é papel decisivo neste processo de adoção de tecnologias, leia aqui no Porvir. Outro fator importante é a capacidade da empresa adaptar sua oferta à demanda, especialmente neste momento de crise, o que também pode ser entendido melhor aqui.


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coronavírus, educação infantil, empreendedorismo, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, tecnologia

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