Educação em São Paulo: Propostas para a formação de professores e gestores
por Redação 4 de março de 2013
A quarta edição da Série de Diálogos O Futuro se Aprende reuniu o Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o Secretário Municipal de Educação, Cesar Callegari, e representantes de organizações da sociedade civil, empresas e mídia. Os participantes dialogaram sobre os desafios da educação no município de São Paulo, diante do início da nova gestão. Acompanhe aqui os debates e propostas levantados durante o encontro.
O tema desta semana são as propostas para a formação de professores e gestores. Nas próximas edições, abordaremos outros assuntos, como a educação infantil e alfabetização, integração, equidade e avaliação.
O que disse o Prefeito:
“Um CEU (Centro de Educação Unificada) por subprefeitura abrigará a Universidade Aberta do Brasil, oferecendo cursos de especialização, mestrado e doutorado para os professores.”
“O Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) beneficiará alunos de licenciatura, a fim de que eles atuem como uma espécie de correia de transmissão entre o chão da escola e a universidade.”
“O Pibid também será oferecido a licenciandos que quiserem atuar no Mais Educação, tendo como foco a lógica da cidade educadora.”
O que disse o Secretário:
“Nós já temos grande parte da rede dos CEUs com essa possibilidade em termos de estrutura física, estrutura de equipamentos, conectividade, internet em banda larga. Já fizemos duas reuniões com a Capes, que é o órgão do MEC responsável pelo Universidade Aberta do Brasil. Além das atividades com o MEC, em termos de formação complementar, nós pretendemos desenvolver vários programas de formação continuada apoiando o trabalho dos professores em sala de aula junto a seus alunos.”
Propostas dos Participantes:
“Uma coisa importante, que eu acho que foi negligenciado nos últimos anos, é investir fortemente na formação, na qualidade dos professores.”
Oded Grajew
Rede Nossa São Paulo
“O foco é dar prioridade à formação dos professores. Não só a formação inicial, como também a formação continuada. A escola precisa definir aquilo que percebe como deficiência para que a formação seja focada nessas necessidades.”
Angela Dannemann
Fundação Victor Civita
“Investir em cursos profissionalizantes para os professores, dentro da própria escola, inclusive abrir a própria escola aos finais de semana para esses cursos. E permitir que o professor, muitas vezes até dentro do seu horário de trabalho, possa fazer esses cursos.”
Fabíola Cidral
CBN
“Trabalhar formando líderes e gestores, desenvolvendo competências que são mais amplas e fogem das áreas do conhecimento das cognitivas e avancem para as socioafetivas. (…) O professor precisa desenvolver as competências da rotina da escola, que também devem ser incorporadas pelo gestor, pelo diretor escolar e pela própria secretaria como política educacional.”
Inês Kisil Miskalo
Instituto Ayrton Senna
“Como a formação inicial do docente não depende exclusivamente do município, é preciso uma articulação com universidades e escolas.”
Maria Rebeca Otero Gomes
UNESCO
“A formação continuada dos professores precisa tomar a prática como objeto. E permitir que o professor se descubra e se redescubra no desejo de realizar um trabalho altamente qualitativo e significativo para cada aluno.”
Vilma Guimarães
Fundação Roberto Marinho
“É preciso encarar uma agenda política complexa, de muitos conflitos, mas que, de verdade, libere o poder que está hoje centralizado em instâncias da secretaria e de suas diretorias regionais para quem faz acontecer a educação todo dia: os diretores e os professores nas escolas.”
Françoise Trapenard
Fundação Telefônica Vivo
“Eu acho que a formação, tanto inicial quanto a continuada. A gente teve a presença de um diretor de escola que enfatizou a formação in loco, dentro da própria escola. Claro que tem que haver momentos em que o professor, diretor e coordenador, saem da escola para aprender outras habilidades e conteúdos, mas é na escola que os problemas dele estão aparecendo. Então é bom que tudo aquilo que ele aprende de fora seja aplicado no dia-a-dia da escola onde ele trabalha.”
Priscila Cruz
Todos Pela Educação
“Propomos uma formação que diferencie ensino de pesquisa. Quem cuida da educação básica não pode ser valorizado por produção científica. A ideia é trazer os professores que querem ensinar na escola para um núcleo interdisciplinar. Eles vão fazer uma ponte, passando parte do tempo na escola e parte na academia. Precisamos de professores oxigenadores, que circulem dentro e fora do Brasil, e vão pensar na questão da inovação. Também é importante valorizarmos a carreira do magistério, para que se torne atrativa para a nossa juventude.”
Mozart Ramos Neves
Todos Pela Educação
“Dedicar-se à formação em gestão, com a capacidade de ter impactos efetivos sobre a performance dos alunos na escola. Uma gestão orientadora para resultados. Para isso, é vital mobilizar a unidade educativa como um todo, os diretores e coordenadores pedagógicos.”
Ricardo Henriques
Instituto Unibanco