Startup quer levar ensino móvel a brasileiros - PORVIR

Inovações em Educação

Startup quer levar
ensino móvel a brasileiros

Vivo e Abril Educação se uniram para lançar a Edumobi, empresa que oferece cursos via portal de voz e SMS

por Vagner de Alencar ilustração relógio 13 de março de 2013

Educação na ponta dedos e em qualquer lugar. A rede móvel vem sendo usada para além de chamadas. Com o uso cada vez mais expressivo dos smartphones, esses aparelhos têm se tornado também ferramentas para que as pessoas possam estudar a qualquer hora. Para levar os conteúdos educativos para dentro dos celulares, empresas de telefonia e educação têm se unido. A mais recente delas é a startup Edumobi, desenvolvida pela Vivo e Abril Educação, que vai oferecer cursos pagos via SMS, portal de voz e site móvel sobre diferentes temas, que vão de instruções sobre como fazer o imposto de renda até preparatórios para o Enem.

A princípio, o projeto prevê acesso exclusivo somente aos usuários da Vivo – mais de 70 milhões – até o primeiro semestre do ano. A partir de julho, os cursos também serão oferecidos para outras operadoras de telefonia. No entanto, usuários da Vivo terão uso exclusivo durante dois meses. Em princípio, as aulas custarão R$ 2,99 por semana, para clientes ou não clientes da Vivo.

Allebazib / Fotolia.com

Até agora, oito cursos já estão disponíveis. Entre eles, como funcionam as tecnologias wi-fi e 3G, como planejar suas finanças pessoais, dicas sobre como tirar a habilitação ou até preparatório para o Enem, entre outros. A estimativa é que, até o fim do ano, sejam criados mais de 40 cursos. “O conteúdo educacional pelo celular é uma opção muito nova. O mundo inteiro está tentando entender essa equação, que nada mais é que a democratização do ensino”, afirma Alex Pinheiro, CEO da Edumobi.

A partir de qualquer aparelho telefônico, o usuário pode ter acesso às aulas. Ao discar um número específico, ele é direcionado ao portal de voz, onde ouve as dicas e orientações de um professor. Em seguida, passa para a segunda etapa do curso: o desafio. Uma série de SMSs é enviada para o estudante, que precisa responder as perguntas referentes à aula do dia. Depois disso, ele retorna ao portal de voz para ouvir a conclusão do curso, que ainda qual será a aula seguinte.

“Para o Brasil crescer 5% ao ano, é preciso que as pessoas invistam em si próprias. É levar o acesso aqueles que não têm. É perceber que o garçom, que quer aprender sobre vinhos e não pode ir a um curso presencialmente porque é distante de sua casa, pode fazê-lo por meio de seu celular.”

Além disso, caso o usuário tenha um browser no celular, ele pode acessar o site móvel, para ter mais recursos. Lá, o estudante pode navegar na aula do dia, fazer exercícios, simulados e colocar em prática o que aprendeu e ainda comparar o seu desempenho com os outros alunos que estiverem estudando o mesmo tema.

No caso do curso preparatório sobre o Enem, por exemplo, o estudante cursa, durante 17 semanas, 120 habilidades divididas em quatro áreas de redação. Já no curso que ajuda a tirar a habilitação de motorista, o aluno se prepara durante um mês para a prova teórica. Ele tem acesso a dicas, testes e simulados. “Para o Brasil crescer 5% ao ano, é preciso que as pessoas invistam em si próprias. É levar o acesso àqueles que não têm. É perceber que o garçom, que quer aprender sobre vinhos e não pode ir a um curso presencialmente porque é distante de sua casa, pode fazê-lo por meio de seu celular”, diz.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 78% dos adolescentes de 12 a 17 têm celulares e quase a metade deles (47%) têm seus próprios smartphones, segundo estudo divulgado hoje pelo Pew Research Center & Berkman Center. Enquanto isso, no Brasil, o número de smartphones já alcança 27 milhões – o que corresponde a 14% da população do país – de acordo com a pesquisa Our Mobile Planet conduzida pelo Ipsos Media CT em parceria com a Google, divulgada em 2012. Segundo o levantamento, que mostra os hábitos, uso e consumo dos smartphones em mais de 40 países em todo o mundo, o Brasil tem mais aparelhos móveis que do países como França e Alemanha, com 24% e 25%, respectivamente. 

Na sala de aula

No Chile, os smartphones estão invadindo as salas de aula não por meio dos alunos, mas pelos professores. Desde 2010, professores de mais de 200 escolas públicas em situação de vulnerabilidade participam do Puentes Educativas (Pontes Educativas, em tradução livre), iniciativa criada em parceria entre empresas privadas e o Ministério da Educação chileno.

Os aparelhos móveis estão ajudando os professores a acessar os materiais educativos – inclusive de modo offline e de qualquer parte –, que funcionam como repositórios de bibliotecas virtuais. Em sala de aula, por meio da internet, é possível baixar as videoaulas e conectar diretamente os smartphones a um projetor específico que transmite os vídeos em qualquer superfície branca, sem a necessidade de usar o computador.


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dispositivos móveis, educação online

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