Curso on-line ensina por meio de apocalipse zumbi
Parceria entre o seriado Walking Dead e a Universidade da Califórnia vai dar aulas sobre epidemias e dinâmica populacional
por Vinícius Bopprê 26 de setembro de 2013
The Walkind Dead é uma série de televisão que retrata um mundo dominado por zumbis. Com uma audiência estimada em 10 milhões de espectadores, o programa está, sem dúvida, entre os grandes projetos de entretenimento da atualidade. Agora, esse impacto todo vai começar a ser transferido para a educação, já que uma emissora americana, a AMC, está firmando uma parceria com a Universidade da Califórnia, em Irvine, nos Estados Unidos, para produzir cursos on-line relacionados à série para ensinar sobre dinâmicas populacionais.
O primeiro curso, que será lançado em outubro, vai ter oito módulos e será disponiblizado gratuitamente. Nele estarão inclusos testes on-line e grupos de discussão. Apesar do cenário apocalíptico do seriado, a universidade diz que vai manter o rigor acadêmico e focar naquilo que pode ser aprendido sobre epidemias e o “uso da matemática para modelar dinâmica populacional e epidêmica”.
“Quando embarcamos nessa parceria, tornou-se importante fazer com que cada módulo [do curso] fosse tão forte do ponto de vista acadêmico, quanto são as aulas presenciais”, diz Melissa Loble, reitora-associada de educação à distância da universidade, em entrevista à BBC.
Apesar de não oferecer certificados oficiais de aprendizado, para Joanne Christopherson, palestrante da área de ciências sociais, um dos grandes ganhos do projeto é provar que as universidades estão usando a mídia contemporânea em prol do conhecimento. “Em todas as minhas aulas, tenho de abordar temas da atualidade para torná-las interessantes”, diz ela. “Não só porque (os alunos) são jovens adultos recém-saídos do ensino médio, mas sim porque é preciso fazer com que essas teorias clássicas sejam relevantes para eles.”
Para Josh Coates, executivo-chefe da Instructure – companhia norte-americana que desenvolve tecnologia educacional – a experiência pode trazer respostas que ajudem a superar um dos principais obstáculos dos cursos on-lines gratuitos: as altas taxas de desistência. Ele acredita que se o modelo der certo e os alunos se mostrarem mais interessados em continuar o curso, portas serão abertas para novas fusões entre seriados e a educação. “Não é difícil, por exemplo, imaginar um curso de publicidade criado em torno de Mad Men”, disse, em entrevista ao portal britânico.