Startup africana vence prêmio de edtech em Dubai; brasileira Signa é top 6
Empresa brasileira com foco em educação inclusiva chega à fase final e se apresenta no palco principal do Global Education and Skills Forum
por Vinícius de Oliveira 24 de março de 2019
A Ubongo, empresa social da Tanzânia que cria desenhos animados ambientados na África, conquistou o prêmio Next Billion Edtech Prize, iniciativa criada pela Varkey Foundation para reconhecer tecnologias que impactam a educação em países pobres e emergentes. A startup brasileira Signa ficou entre as seis melhores. O Porvir publicou uma entrevista com Nisha Ligon, criador da Ubongo, em 2017, após a empresa ter vencido outro prêmio, o WISE Awards, no Catar.
Para ser escolhida vencedora, a Ubongo contou com a maioria dos votos dos participantes do Global Education and Skills Forum, o Fórum Mundial de Educação e Competências (em tradução livre), que acontece até este domingo em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A empresa africana leva para casa US$ 25 mil, assim como a egípcia PraxiLabs, de simuladores virtuais, e a indiana Dost, que promove a participação de famílias na educação.
Signa, startup brasileira no Top 6
A brasileira Signa ficou entre as seis melhores. Criada em 2016, a plataforma online desenvolvida em Florianópolis (SC) tem foco em acessibilidade e apresenta cursos produzidos didaticamente em libras com o objetivo de preparar surdos para o mercado de trabalho. Os cursos abrangem diferentes áreas de tecnologia, design e edição, finanças, gestão e línguas, inclusive com português para surdos e Libras para ouvintes.
“Para nós, estar no GESF, é muito importante porque tudo o que é relacionado à educação de ponta está aqui. A exposição do evento é muito boa e representa a possibilidade de nos conectarmos a tecnologias educacionais do mundo todo”, disse ao Porvir a cofundadora da startup Fabíola da Rocha Borba. Primeira edtech brasileira a avançar às fases finais do Next Billion, que teve 800 inscrições, a Signa também se destacou por ser a única empresa com voltada à educação inclusiva a participar da disputa no palco principal do evento em Dubai em 2019.
Quando perguntada por que o Brasil tem poucas startups voltadas à educação inclusiva Fabíola ressaltou o caráter multidisciplinar necessário para lidar o com o tema. “Você precisa de um espírito empreendedor e com uma conexão muito forte com o problema”, disse. Esse foi seu caso. Em uma palestra para o TEDxFloripa, em 2017, Fabíola conta como a experiência de vida de seu pai inspirou a criação da Signa.
Os cursos da Signa são produzido pela própria comunidade surda ou conta com a contribuição de pessoas com fluência em Libras, que possui um conhecimento e que tem o desejo de compartilhar com outros surdos. Dessa forma, também gera renda extra diretamente para a rede de criadores de conteúdo, os professores.