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Inovações em Educação

Como apoiar a resiliência dos alunos na sala de aula

Existem variáveis que professor não pode controlar, mas ele pode se tornar um adulto carismático e modelar atitudes dos estudantes

por Steve Gardiner ilustração relógio 27 de maio de 2014

Observar uma sala de aula com estudantes trabalhando é fascinante. Sempre há os alunos que se envolvem e se concentram na tarefa e seguem adiante. Eles realizam o trabalho no tempo previsto, todas as vezes. Há outros alunos que começam a trabalhar, mas se distraem. Eles trabalham por pouco tempo e assim que o trabalho se torna difícil ou desafiador, desistem. Ou eles pedem ajuda ou se recusam a sequer tentar.

Qual é a diferença?

É uma questão de ter uma atitude resiliente. No livro The Power of Resilience (O Poder da Resiliência, em tradução livre), Robert Brooks e Sam Goldstein explicam:

Indivíduos resilientes são aqueles que têm um conjunto de pressupostos ou atitudes sobre si mesmos que influenciam seus comportamentos e as habilidades que eles desenvolvem.

Para pais e professores, a boa notícia é que atitudes podem ser mudadas.

Carisma e competência
Qualquer um que tenha sido pai de uma criança pequena ouviu suas próprias palavras repetidas pela criança e viu seus próprios atos reproduzidos através dos movimentos da criança. Assustadora como essa revelação pode ser, ela mostra o poder da modelagem no aprendizado. As crianças olham para os adultos ao seu redor procurando orientação e, bem ou mal, tomam esses comportamentos adultos como padrão, e moldam seus próprios discursos e ações com base nesses modelos.

Brooks e Goldstein referem-se a esses modelos como adultos carismáticos. Essas pessoas poderiam ser professores, administradores, treinadores, pais, irmãos mais velhos, ou amigos, mas o importante é que o aluno faz uma relação significativa com o adulto carismático. Quando isso acontece, o aluno tem um recurso quando questionamentos surgem. Ele ou ela tem um suporte quando o trabalho fica difícil ou a vida apresenta desafios.

Os adultos carismáticos podem ajudar os alunos a crescerem e aprenderem por meio do suporte e modelagem. Outra forma é através do que Brooks e Goldstein chamam de ilhas de competência. Muitas vezes os alunos não têm êxito, porque eles ainda não descobriram o que podem fazer bem. Eles tendem a colocar todas as atividades em um mesmo grupo e não conseguem enxergar como exercícios sobre um assunto podem ser diferentes de atividades sobre algum outro tema. Se um adulto carismático puder ajudar um aluno a enxergar uma ilha de competência em sua própria vida e reconhecer o sucesso nela contida, aquela sensação de sucesso pode ser transferida para outras áreas da vida, levando a mais sucessos e a um forte senso de resiliência. Apesar de as ilhas de competência poderem parecer muito claras para um adulto observador, o aluno pode não ser capaz de as enxergar em tudo. Se conscientizar sobre essas ilhas de competência é o primeiro passo para aceitá-las e construir sobre elas futuros projetos.

Senso de controle
Outro fator para dar suporte à resiliência é o conceito de controle pessoal. Conforme os estudantes desenvolvem uma compreensão sobre suas ilhas de competência, eles se sentem mais no controle. Eles sentem que podem fazer mais a respeito de suas próprias decisões e se orgulham de suas realizações. Estudantes que estão autorizados a fazer escolhas significativas a respeito de suas próprias educações são mais propensos a sentir algum controle ou propriedade sobre suas próprias vidas. Esse senso de controle é poderoso em dar apoio a uma atitude resiliente.

Dar a possibilidade de escolha para os alunos é fundamental. No livro Why We Do What We Do: Understanding Self-Motivation (Por que fazemos o que fazemos: Compreensão da auto-motivação, em tradução livre), o autor Edward Deci argumenta:

A principal questão sobre uma escolha significativa é que ela gera vontade. Ela encoraja as pessoas a endossar completamente o que estão fazendo; lhes permite sentir uma maior sensação de vontade; diminui a sua alienação.

A escolha pode ser tão simples quanto dar opções de maneiras para se realizar um trabalho ou deixar os estudantes escolherem os temas de suas tarefas. O senso de autonomia os ajuda a sentir que eles estão envolvidos. Se eles fizerem a escolha sobre qual tema vão escrever a respeito, é mais fácil para eles se engajarem e completarem o exercício sozinhos.

Em uma sala de aula, existem muitas variáveis que um professor não pode controlar, como o envolvimento dos pais, alimentação e influências químicas. No entanto, o professor pode se tornar um adulto carismático e modelar as atitudes de resiliência, identificar e comunicar ilhas de competência aos alunos, e lhes transmitir um senso de autonomia e escolha nas atividades que vão realizar. Essas dicas são simples e sem custo e podem fazer futuras tarefas serem mais tranquilas e podem manter os estudantes envolvidos durante todo processo de aprendizado.

Artigo publicado originalmente, em inglês, no site Edutopia.


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competências para o século 21, socioemocionais

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