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Inovações em Educação

Crianças pautam arquitetos para construção de praça

Espaço construído de forma colaborativa baseado em desenhos de estudantes locais vence o vandalismo

por Patrícia Gomes ilustração relógio 23 de maio de 2012

Por anos, o espaço de 12 mil m2 onde é hoje a praça da Amizade, em São Cosme, bairro periférico da cidade catalã de El Prat de Llobregat, era um local degradado, subutilizado, sem atrativos para a população. Essa realidade começou a mudar quando o governo local convidou os moradores do entorno, inclusive as crianças, para participar da elaboração do projeto daquela que deveria ser a praça dos sonhos e só agora, cinco anos depois e com a consolidação do local como um lugar do cidadão, a missão está cumprida.

Essa inovação no espaço urbano começou em 2007, quando os moradores aceitaram o convite do governo, e as crianças desenharam o que queriam que a praça tivesse: área livre para brincar, escorregadores, balanço, muito verde, espaço de convivência. Cada desenho foi levado em conta e, hoje, o local colhe os frutos da construção coletiva. A comunidade, que se apoderou da praça, dá novas funções àquele espaço antes marginalizado, respeita e usufrui dos bens que foram colocados ali.

crédito Reprodução

Crianças foram convidadas a desenhar praça dos sonhos para pautar arquitetos

“A praça foi concebida levando em consideração as demandas dos moradores locais. Lá, não há sinal de vandalismo, não se observa a deterioração do espaço público como ocorre em outros espaços da cidade, os usuários da praça têm uma relação pessoal com ela”, diz David Baena Asencio, diretor da BCQ, empresa de arquitetura que venceu o concurso que escolheu o responsável pelo projeto final.

Segundo Asencio, a ideia de chamar as crianças para contribuir graficamente se deu porque era impossível pensar em uma praça que não fosse aproveitada pelos pequenos. Se eles iriam usar o local, diz o diretor da BCQ, eles também tinham que estar presentes na concepção.

Foi então que uma jornada de ideias foi organizada nas escolas, e os meninos desenharam o que consideravam um espaço público ideal para convivência. “As crianças apresentam as suas ideias de forma clara, direta, sem rodeios. A variedade de sugestões dadas é um valor em si desse projeto propositivo. Nós só tivemos o trabalho de tirar um pouco da abstração dos desenhos”, afirma.

Para Baena, o grande diferencial da praça está não só na participação dos cidadãos, que os faz ter maior sentimento de pertencimento e responsabilidade pelo espaço, mas no trabalho dos profissionais que transformaram a colcha de retalhos oferecida pelos moradores em um projeto único, factível técnica e financeiramente e que fizesse sentido para a comunidade.


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aprendizagem colaborativa

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