Desafios reais na licenciatura fazem alunos repensarem papel da tecnologia na educação - PORVIR
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Diário de Inovações

Desafios reais na licenciatura fazem alunos repensarem papel da tecnologia na educação

Professora do Instituto Federal do Sertão (PE) conta como envolveu os futuros educadores de informática em simulações de desafios reais

por Willmara Marques Monteiro ilustração relógio 14 de março de 2018

Recebi o desafio de ministrar a disciplina Informática e Projeto de Aprendizagem na licenciatura em computação, do Instituto Federal do Sertão, em Petrolina (PE). O foco do curso é a formação de professores para área de informática e comecei a refletir sobre como poderia conduzir essa disciplina para tornar o aprendizado mais significativo para os alunos.

Por que não propor desafios aos meus alunos e futuros docentes? Foi então que decidi desenvolver o projeto “Ressignificando a formação docente: uma preparação para os desafios do ensino da informática nas escolas”.

No primeiro dia de aula, perguntei aos alunos se eles queriam seguir a área da docência e se estavam prontos para os desafios que poderiam encontrar nas escolas. Após esse momento, informei que a disciplina seria composta por quatro desafios que seriam apresentados no decorrer das aulas.

O primeiro tinha a intenção de estimular que eles refletissem sobre o ensino de informática em uma escola real, com poucos computadores, falta de internet e laboratório de informática em péssimas condições. A ideia era criar uma situação hipotética em que eles teriam que montar um plano de ensino para trabalhar em uma instituição nessas condições. A proposta se resumia em elaborar maneiras, metodologias e estratégias para ensinar informática, mesmo com poucos recursos.

Como segundo desafio, apresentei aos alunos o nome de algumas tecnologias usadas na educação. Pensando na situação de estrutura de uma escola ideal, com laboratório em ótimas condições (um computador por aluno, acesso à internet, entre outros recursos), falamos sobre as ferramentas mais inovadoras que poderiam ser usadas para o ensino de informática. Os alunos tiveram que construir um plano estratégico de como usar essas ferramentas de maneira criativa em sala de aula.

Já no terceiro desafio, tentamos ressignificar o ensino da informática através do uso de tecnologias simples. A tarefa era criar um plano de aula criativo para usar algumas ferramentas sorteadas, como Paint, editor de texto e slides. Essa tarefa tinha a intenção de demonstrar que o nível da tecnologia não define uma boa aula, mas a maneira que a mesma é utilizada no processo de ensino-aprendizagem. Tentei demonstrar que ser professor é saber se adaptar a situações e, muitas vezes, usar o que se tem em mãos. Uma tecnologia “comum” pode promover aprendizado para o aluno.

Por fim, como quarto desafio, pedi que cada aluno trouxesse um tema na área de informática que tivesse afinidade. Eles deviam seguir os seguintes passos:

1 – O que já sei sobre o tema?
2 – O que há de novo sobre esse tema?
3 – Como compartilhar o que sei?

Nesse último desafio, os alunos puderam elaborar aulas bastante criativas, usando os mais diversos recursos: dinâmicas para ensinar redes de computadores, segurança da informação, programação em C, arquitetura de computadores, computação desplugada, entre outros. A cada solução que eles apresentavam para os desafios propostos, pude perceber o amadurecimento dos mesmos enquanto futuros docentes de computação.

Com essa atividade, tive o objetivo de demonstrar a eles a importância de serem professores atualizados, sempre em busca da renovação dos seus saberes.
Os resultados da experiência nesta disciplina foram bastante satisfatórios. Ao final, eles relataram que puderam compreender o papel do professor de informática e que haviam entendido a importância do professor de informática para educação atual.


Willmara Marques Monteiro

Professora de informática doInstituto Federal do Sertão Pernambucano, no Campus Petrolina. Pós-graduação em formação docente. Licenciatura em computação no Instituto Federal do Sertão Pernambucano, no Campus Petrolina (2017). Atuou como estagiária na Fábrica de Software do IF Sertão Pernambucano,  bolsista PIBEX no Projeto Educador Tecnológico, professora de informática, robótica e criação de jogos e bolsista do PIBID.

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ensino superior, formação inicial, tecnologia

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