Dia do Nerd vai mostrar rotina de quem estuda fora - PORVIR

Inovações em Educação

Dia do Nerd vai mostrar rotina de quem estuda fora

Brasileiro aprovado em universidade dos EUA vai lançar canal de vídeos para dar dicas e motivar outros jovens

por Vinícius Bopprê ilustração relógio 18 de julho de 2013

“Todo mundo é capaz de fazer o que quiser. Um aluno de escola pública pode, sim, estudar lá fora”. É com essa frase que Hector Ferronato, 19, resume seus próximos projetos. Nascido em Porto Ferreira, interior de São Paulo, Ferronato sempre estudou em escola pública e, depois de ter sido aprovado, com bolsa de 90%, para estudar ciências da computação na Universidade Franklin & Marshall College, nos Estados Unidos, resolveu criar um canal de vídeos para contar suas experiências, dar dicas e, principalmente, mostrar para outras pessoas que basta dedicação e vontade para alcançar seus objetivos.

Dia do Nerd será o nome do canal de vídeos que vai estrear no começo do mês de agosto, pouco antes de o estudante embarcar para os Estados Unidos. A ideia, segundo ele, é fazer diferente e não apresentar as informações sobre como estudar em outro país de maneira muito burocrática. Ferronato quer, além de explicar os procedimentos básicos (como as provas, as inscrições e as cartas de indicação de professores), usar o bom humor para mostrar seu dia a dia no novo país. “Quero fazer um canal bem dinâmico, mostrando todo o procedimento, dando dicas, mas usar o humor para motivar. Vou mostrar o dia a dia de quem está estudando fora do país de maneira mais leve”, explica o estudante.

Brasileiro aprovado em universidade dos EUA vai lançar canal de vídeos para dar dicas e motivar outros jovenscrédito Maksin Shebeko / Fotolia.com

E sua iniciativa vem em boa hora. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Inspirare e a Potência Ventures, entre todos os tipos de negócios sociais em educação, o campo do acesso à informação é um dos que menos possuem soluções. Entre as seis categorias listadas, as que mais apresentam produtos ou serviços são as de cursos e objetos educacionais, formação, método e avaliação e gestão. Já aquelas com poucos negócios em desenvolvimento são, respectivamente, acesso à informação (11%), seguida pela infraestrutura (7%) e financiamento (1%). “Quando decidi estudar fora, comecei a me informar por conta própria, usando a internet, conversando com pessoas que já fizeram isso. Os poucos meios de informação que existem são complexos, burocráticos”, diz.

“Quero mostrar que todo mundo pode, é só saber como fazer e se dedicar”

O nome do canal foi criado justamente para mudar a imagem desse tipo de conteúdo e, principalmente, do que é ser um nerd. Segundo ele, os nerds eram vistos, antigamente, como aquele cara de óculos, que não faz amigos, não sai de casa, nem se diverte. “Eu sou normal, [nos vídeos] vou pegar o violão, tocar músicas para os norte-americanos, jogar futebol, dar um olé neles”, conta o estudante, depois de uma de tantas gargalhadas e completa: “Quero mostrar que todo mundo pode, é só saber como fazer e se dedicar”.

Sobre essa dedicação, que, no fim das contas, é um dos pontos mais importantes para conseguir a vaga numa universidade estrangeira, Ferronato também vai dar suas dicas. “Me formei no meio de 2011 e aproveitei os outros 6 meses só para estudar. Chegava da escola e sabia dos meus horários, se alguém me chamasse para sair nesse tempo eu não ia, foi dedicação total, longe do Facebook”, explica.

Para daqui a pouco

Ao longo de todos esses projetos, planos e mudanças, Ferronato desenvolve uma iniciativa chamada O mundo de Piatã, que é um jogo on-line e gratuito sobre educação ambiental, criado na conclusão do seu curso técnico de informática. Mas o aprendizado não para por aí. O estudante explica que seu objetivo com o projeto é mais do que oferecer um jogo, ele quer criar mais Piatãs pelo Brasil. Para isso, o jovem faz parte de um grupo que oferece palestras sobre o tema em escolas, com o objetivo de formar mais estudantes que possam disseminar o respeito pelo meio ambiente por todo o Brasil.

“A gente sempre quis agregar atividades presenciais. Por isso, pegamos as crianças e levamos nas florestas, reunimos grupos para fazer coleta seletiva em algum espaço público”, explica. Embarcando para os Estados Unidos em breve, Ferronato promete não deixar seus Piatãs órfãos. Segundo ele, uma equipe já está montada para continuar desenvolvendo esse projeto por aqui e promete que, já no ano que vem, o game estará disponível como aplicativo para celulares e tablets.


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carreira, ensino superior

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