Escritórios se tornam ambientes de aprendizagem - PORVIR

Inovações em Educação

Escritórios se tornam ambientes de aprendizagem

Com o conceito de coworking, espaços oferecem oportunidades de troca de conhecimentos formais e informais

por Patrícia Gomes ilustração relógio 8 de outubro de 2012

Esqueça os escritórios com baias, estações de trabalho rigidamente definidas e os espaços de convivência escondidos lá perto do café. Os novos formatos de trabalho, que apostam no compartilhamento de espaços por profissionais que não têm, necessariamente, vínculo entre si, estão cada vez mais disponíveis em grandes cidades do país. Além de serem mais baratos que os modelos tradicionais de ambiente de trabalho, esses espaços de coworking são também uma oportunidade de constante aprendizado, formal ou informal.

No coworking, um grupo de pessoas se reúne nas dependências de um mesmo espaço para aproveitar uma infraestrutura compartilhada – impressoras, salas de reunião, internet, telefone, refeitório etc. Às vezes, “alugam uma vaga” por um período, como acontece, em São Paulo, no Hub e no Plug n’Work, ou dividem as despesas da casa, como ocorre no Estufa. E nesse ambiente cheio de profissionais com backgrounds diferentes circulando, o aprendizado informal acaba ocorrendo de forma natural.

crédito Gilley Smith / Fotolia.com

“Aqui o aprendizado acontece por meio de uma troca fluida e orgânica de conhecimento. Você nem percebe que está aprendendo”, diz Caio Tendolini, um dos fundadores do Estufa, que reúne 17 profissionais relacionados com arte e cultura na Vila Madalena. “Minto, 18. Tem a Antônia também, que faz a nossa comida, que é a forma de arte dela”, afirmou Caio, que é economista por formação, mas abandonou o terno e a gravata do mercado financeiro para adotar a bermuda e a camiseta dos projetos de sustentabilidade e música que desenvolve hoje.

Foi por perceberem essa troca viva que as pessoas que dividem o Estufa escolheram esse nome. “É um ambiente muito estimulante. Tem sempre gente interessante entrando e saindo. Temos um solo comum, fértil, com troca de nutrientes”, diz o empreendedor.

Cursos e formações

Mas, além desse conhecimento orgânico, alguns desses espaços decidiram potencializar as possibilidades de aprendizado com formatos mais sistematizados de troca. É o caso do que ocorre no Hub, que acaba de abrir mais uma sede em São Paulo, na Vila Madalena, e começa agora a oferecer não apenas um local para trabalho, mas também formações propostas por pessoas que já fazem parte da rede.

 “Acreditamos que todo mundo tem algo para ensinar e algo para aprender. Mas, para as formações, procuramos pessoas com conteúdos diferentes, interessantes”

No Hub Formações, o proponente determina o número de dias e horas que o curso vai ter, o que será ministrado e o valor a ser cobrado. Uma das próximas oficinas agendadas, por exemplo, é a Capo Líder – inovando na liderança através da capoeira, que ocorre em oito encontros semanais a partir de 16 de outubro. Além da Capo Líder, já há uma agenda de cursos e oficinas divididas em três grandes temas: criatividade, liderança e sustentabilidade, que incluem cursos tão variados quanto cocriação, liderança da criatividade e inovação para a sustentabilidade e encontros de inspiração para intraempreendedores. “Acreditamos que todo mundo tem algo para ensinar e algo para aprender. Mas, para as formações, procuramos pessoas com conteúdos diferentes, interessantes”, afirma Florentine Versteeg-Vedana, responsável pelo programa de cursos do Hub Vila Madalena.

O Hub Formações não é a única iniciativa neste sentido. No próprio Hub já eram tradicionais os Hub Escola, eventos que também promovem a educação formal, mas em outro formato. Nos Hub Escola, que normalmente ocorrem atrelados a uma estação do ano, uma programação intensa de oficinas de curta duração é organizada. Assim, a experiência mais recente em São Paulo aconteceu entre 9 e 26 de abril, com a Hub Escola de Outono. No período, o espaço recebeu profissionais que falaram, em 54 workshops diferentes, de temas como economia criativa, crowdfounding e improviso. Os Hub Escola funcionam em outras sedes do Hub espalhadas pelo mundo – ao todo, são 25 sedes e outras 50 em construção. Membros de um país podem usar a infraestrutura de outras sedes quando estão viajando.

O Plug n’Work, no Itaim Bibi, também mantém uma rotina de oficinas. Em comum, está o fato de que os cursos, oficinas ou workshops oferecidos são sempre livres e bem distantes de aulas oferecidas por instituições de ensino tradicionais.


TAGS

empreendedorismo

Cadastre-se para receber notificações
Tipo de notificação
guest

0 Comentários
Comentários dentro do conteúdo
Ver todos comentários
0
É a sua vez de comentar!x