Instituto Reúna oferece materiais gratuitos para a implementação de Itinerários Formativos

“Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos”. Os versos de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), no poema “Tecendo a manhã”, são uma metáfora do processo colaborativo, justo e democrático. Inspiraram, também, o mais recente lançamento do Instituto Reúna, voltado a um dos aspectos basilares do Novo Ensino Médio: intitulada “Tecendo Itinerários Formativos”, a página especial do site disponibiliza uma série de materiais, novos e já referenciados, para elaboração, aprofundamento e implementação da temática.

Conjunto de unidades curriculares que possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se preparar para seguir estudando ou para a jornada de trabalho, os Itinerários Formativos são a parte flexível do currículo, que os estudantes podem escolher conforme suas aptidões e objetivos. Eles são compostos de três partes: o aprofundamento curricular de uma das áreas do conhecimento (matemática, ciências humanas, ciências da natureza ou linguagens) e EPT (Educação Profissional e Tecnológica); disciplinas eletivas e Projeto de Vida.

Entre os lançamentos, todos gratuitos, estão os “Guias de Itinerários Formativos”. São três volumes voltados, em especial, para os técnicos das secretarias de educação envolvidos na criação e implementação dos Itinerários Formativos em suas regiões. 

“Os atores envolvidos, principalmente os que se encontram nas secretarias de educação e equipes de gestão de instituições de ensino, precisam compreender o processo de elaboração e implementação dos Itinerários Formativos como uma ação que tem uma base pedagógica importante, mas que também engloba muitas frentes operacionais, que precisam estar organizadas em um planejamento bem estruturado”, comenta Katia Smole, diretora do Instituto Reúna. 

“Da escuta dos estudantes ao diálogo permanente com regionais de ensino, equipes gestoras das escolas e professores para a compreensão e participação no processo de implementação, a etapa de planejamento dos Itinerários deve, desde o início, ter essa multidimensionalidade do processo como premissa”, reforça Katia. 

Acervo digital
Todas as publicações apresentam links interativos para a legislação, exemplos práticos e referências, acadêmicas e noticiosas, sobre os assuntos ali tratados. Para fazer o download, disponível na aba “Guias de Itinerários Formativos” no meio da página, basta ter o cadastro no site. 

São publicações que destacam, de forma bastante didática e prática, os principais pontos a considerar até que os estudantes comecem de fato a seguir as opções de Itinerários Formativos oferecidos pela rede, informa o texto de apresentação. O primeiro volume aborda planejamentos, estudos e diagnósticos. O segundo guia foca na definição de arquitetura, elaboração do catálogo de aprofundamentos curriculares e de materiais de apoio ao professor. Já o terceiro guia apresenta detalhes sobre formação de educadores, atualização dos PPPs (projetos políticos-pedagógicos) escolares e monitoramento da implementação.

Outra novidade da página está na aba “Ementas e MAPPAs de São Paulo”. MAPPAs é a sigla de Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas dos Aprofundamentos, e o material, construído em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, reúne roteiros de aula com sugestões de práticas e orientações didáticas para a implementação dos aprofundamentos curriculares (em temas como meio ambiente, energia, oceanos, cidades inteligentes, combate à fome e corrida espacial). São 30 PDFs disponíveis para download gratuito. 

“Os MAPPAs são uma parte crucial do processo de implementação dos Itinerários. Criamos esses materiais em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, com um convênio de cooperação técnica que já previa o uso e a adaptação deles para as redes que se interessarem, e temos ficado cada vez mais certos do quanto eles são um pilar pedagógico para a atuação dos docentes na oferta dos itinerários em sala de aula”, comenta Katia Smole.

Muito se fala sobre a metodologias ativas de ensino e a importância de experiências de aprendizagem que coloquem o estudante no centro, mas há poucos exemplos concretos do como fazer isso, explica a diretora do Instituto Reúna. “Os MAPPAs são justamente um aporte prático para os professores e coordenadores pedagógicos, no qual são oferecidas sequências didáticas articuladas entre si para que os docentes possam desenvolver atividades baseadas em projetos e outras abordagens ativas junto aos seus estudantes. Os MAPPAs estão disponíveis para as quatro áreas do conhecimento, bem como para as diferentes integrações entre elas. Além dos MAPPAs, o Reúna também criou um ‘Itinerário Formativo em Ação’, específico para STEAM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática). Vale conferir”, sugere. 

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