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Inovações em Educação

MIT sofistica plataforma para exercícios em casa

Para Anant Agarwal, MITx, a nova iniciativa para aprendizagem é uma forma de democratizar e reinventar a educação

por Patrícia Gomes ilustração relógio 26 de abril de 2012

O MIT (Massachusetts Institute of Technology), internacionalmente reconhecido por ser celeiro de inovações que mudaram o mundo, agora se esforça para se tornar referência em mais uma área: o ensino on-line. Recém lançado, o MITx é o mais novo projeto da instituição na tentativa de fazer a experiência digital se tornar o mais completa possível, com videoaulas, trabalhos de casa, atividades em laboratório – e tudo isso valendo nota.

Dez anos atrás, o MIT lançou o seu OpenCourseWare, na época revolucionário por tornar acessíveis ao grande público os currículos e materiais dos cursos oferecidos pela instituição. Com o passar do tempo, essa opção deixou de ser suficiente. Nos últimos cinco anos, a universidade vem tentando sofisticar a plataforma on-line e aumentar a interação entre alunos e professores. O resultado dessas tentativas é o MITx, que atualmente oferece apenas um curso, pois ainda passa por testes rigorosos.

Chamado de 6.002x, o curso tem mais de 120 mil inscritos interessados no debate sobre design básico de circuitos. Logado no campo de discussão, Anant Agarwal testa a interface do MITx, acompanha a reação dos alunos às ferramentas on-line e, às vezes, responde a perguntas.

MITx inova nos exercícios on-line/crédito: Ben Chams/Fotolia.com

Professor da universidade há 16 anos, Agarwal deixou o cargo de diretor do laboratório de ciência da computação e de inteligência artificial do MIT para assumir a Open Learning Enterprise, que vai ajudar no desenvolvimento do MITx. Antes do 6.002x ser lançado, em março, Agarwal ainda estava inseguro sobre como seria a interação das pessoas na disciplina. “A única coisa que me afligia à noite era pensar como o curso seria aceito”, disse Agarwal ao MIT News.

Para a sua felicidade, no entanto, o resultado saiu melhor que a encomenda, e ele teve que pedir aos professores-assistentes da disciplina para não responderem às questões tão rapidamente. “Os alunos descobrem as respostas por eles mesmos”, disse Agarwal. E isso, ele acredita, melhora a experiência educacional dos estudantes.

Além do fórum de discussão, os alunos do curso 6.002x construíram suas próprias comunidades em torno do curso, tanto em veículos on-line como o Facebook, quanto em grupos de discussão presenciais.

“Quero mudar a forma como a educação é feita  — não apenas on-line, mas no campus também”, diz

A interação, conta o professor, funcionou mesmo. Um dia, ele viu um post de um aluno que dizia estar pensando em largar o curso porque tinha dificuldade de acompanhar as aulas. Outros estudantes viram o desabafo e convidaram o colega com problemas a participar de reuniões presenciais que aconteciam perto da casa dele – tudo para que ele não desistisse das aulas on-line.

Desafios

E a participação dos alunos não para por aí. Diante de algumas dificuldades técnicas, eles mesmos desenvolvem programas que aumentam a capacidade do MITx. “Nós temos uma equipe pequena de desenvolvedores. Eles são excelentes, mas são poucos. Enquanto alguns alunos demandam melhorias, muitos nos dão pedaços de códigos que estão nos fazendo acessíveis no mundo inteiro”, comemora o professor.

O desenvolvimento de ferramentas on-line, acredita Agarwal, será essencial para a expansão do MITx. “Como se faz um laboratório de química on-line?”, pergunta-se o professor. “Nós estamos apenas começando. Descobrir como adaptar a plataforma para as várias disciplinas do MIT vai exigir muita colaboração dos nossos departamentos.”

Outra questão que inquieta Agarwal é fazer com que as notas sejam dadas de forma automática, assim como já ocorre no 6.002x. “Como automatizar as notas de um questionário de respostas dissertativas?”, pergunta mais uma vez Agarwal, acreditando que os professores do MIT vão se engajar na busca pela solução dessa questão.

Para ele, o MITx não é só uma ferramenta que democratiza a educação; é também uma ferramenta que deve ser usada para pesquisa. “Quero mudar a forma como a educação é feita”, diz  — não apenas on-line, mas no campus também. Se a pontuação for automática, por exemplo, Agarwal diz que professores terão mais tempo para atender diretamente os alunos até nos cursos presenciais.

Parte do charme de trabalhar no MITx, conclui Agarwal, é que “ninguém sabe direito onde o  projeto vai dar, mas todo mundo sabe que ele tem potencial de mudar o mundo.”

Com MIT News 


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educação online, videoaulas

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