O que o protagonismo estudantil tem a nos ensinar
Adriana Martinelli fala sobre a participação cada vez mais ativa dos jovens na sociedade e como a Bett Brasil valoriza o debate e abre espaço a esse público
por Adriana Martinelli 16 de abril de 2024
A história nos mostra uma transformação importante no papel dos estudantes em relação às mudanças sociais. Enquanto o poder tradicionalmente pertencia aos mais experientes, hoje os jovens estudantes emergem como figuras centrais, dotados de maior autonomia e poder de decisão.
Esta nova dinâmica de autonomia individual exige orientação e suporte para que os estudantes aprendam a pensar por si mesmos, desenvolvam raciocínio lógico e evoluam do “eu” para o “nós”, fortalecendo a capacidade de colaboração.
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Não à toa, o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) apontou para um cenário líquido, rápido e de mudanças imprevisíveis, e ponderou que a educação deve ser pensada durante a vida inteira. Na mesma direção, Paulo Freire (1921-1997), ainda muito contemporâneo, coloca-nos diante do ser sujeito do conhecimento, que está aberto a novas aprendizagens e num contexto de uma escola criativa, desafiadora e provocadora.
Os estudantes de hoje estão ansiosos por participar de discussões que afetam seus interesses, desafiando e provocando mudanças. No campo da educação, isso não é diferente. Conforme o bordão da juventude, tem que ter “lugar de fala”, mas principalmente lugar de escuta, permitindo que os estudantes reflitam sobre os desafios sociais e contribuam tanto para a escola quanto para a comunidade.
Quando pensamos no tema central da Bett Brasil deste ano, tínhamos em mente as transformações sociais em todos os sentidos e, sobretudo, a participação atuante dos estudantes. Reconhecemos que as verdadeiras mudanças em educação — abrangendo itinerários, tecnologias e inovações — só serão efetivas se alinhadas às perspectivas, desejos e necessidades dos alunos. Afinal, o coração da escola, das instituições de ensino e da própria educação reside unicamente no estudante.
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Por isso mesmo, e para além dos muros da escola – se é que escolas deveriam ter muros! –, se pensarmos em educar, ensinar, adquirir conhecimento para a vida inteira, o propósito é ainda mais relevante quando os estudantes têm voz, palco e protagonismo.
Embora os estudantes sempre tivessem espaço aberto e participação em diversos momentos da Bett Brasil, este ano ampliamos essa participação. Em três momentos distintos estará evidenciado o protagonismo desses jovens estudantes, que participarão ativamente deste grande debate sobre e para a educação que se concentra na Bett Brasil.
Como evento que se propõe a discutir e dialogar, eles precisam ter palco. E terão em diversas atividades como debatedores de grandes temas educacionais. Também no Projeto Juventude Bett, com participação de estudantes de escolas privadas, públicas de ensino médio regular e técnico.
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Com a colaboração, suporte técnico e criativo do Instituto Criar e da CESAR School, o projeto “Juventude Bett – Agentes Transformadores” visa incentivar estudantes do ensino médio a explorar tendências e inovações educacionais na Bett Brasil. Em um dos momentos, abrimos espaço para apresentações no Painel Juventude Bett, para debates e interação com o público.
Outro momento de grande expectativa será o Projeto Guardiões do Diálogo, com estudantes de pedagogia, uma parceria com o Instituto Singularidades. O projeto contará com oito estudantes de pedagogia que atuarão como apresentadores e facilitadores dos painéis.
A ativa participação dos estudantes nas discussões sobre educação brasileira reforça a importância da autonomia, escolha, desenvolvimento lógico e colaboração.
Adriana Martinelli
É diretora de conteúdo da Bett Brasil