O que os estudantes querem dos cursos on-line?
Empresa norte-americana faz estudo para entender o objetivo dos alunos e o impacto dos cursos a distância em suas vidas
por Fernanda Kalena 16 de julho de 2014
A variedade de opções de cursos on-line está aumento o acesso ao ensino superior para um público cada vez mais amplo e vasto. Mas quem são esses estudantes? O que eles valorizam? Qual o impacto desses cursos em suas vidas? Para responder a essas perguntas, a Learning House (empresa que auxilia instituições de ensino a desenvolverem programas on-line) realizou, nos Estados Unidos, um estudo chamado “Online College Students 2014: Comprehensive Data on Demands and Preferences”.
Entre os resultados que confirmam a percepção da popularidade do ensino a distância está um dado de grandeza: um terço dos estudantes universitários norte-americanos realizam a graduação completamente em ambiente virtual. O restante se divide entre cursos inteiramente presenciais e cursos híbridos – onde apenas parte das aulas são on-line.
Entender o que os estudantes querem dos cursos on-line, segundo a pesquisa, é a chave para as instituições de ensino e o mercado educacional se adequarem a essa crescente demanda, já que os cursos a distância deixaram de ser novidade. Segundo o National Center for Education Statistics (instituto norte-americano de dados educacionais), em 2012, aproximadamente 2,6 milhões de estudantes estavam realizando um curso de graduação on-line e 5,5 milhões estavam fazendo algum outro tipo de curso a distância.
Os alunos, nos Estados Unidos, têm um cardápio variado de opções de instituições e cursos para escolher, de acordo com seus interesses. Os objetivos buscados mais citados pelos integrantes da pesquisa são a busca uma melhor colocação no mercado de trabalho e a possibilidade de os créditos serem transferidos para outras instituições. Segundo o relatório, a maioria dos alunos também se preocupa com a reputação internacional da universidade.
Nessa perspectiva, os alunos consideram uma série de fatores para escolher o programa, mas o preço não está entre os principais. Cursos on-line nem sempre são baratos e, em alguns casos, podem ser até mais caros que os tradicionais. Entre os estudantes graduados entrevistados que já realizaram algum curso pela internet, 79% afirmaram não terem escolhido o mais barato, por priorizarem a reputação e a qualidade do programa.
Outra tendência apontada no estudo tem fundamento econômico. Como o número de pessoas sem emprego cresceu nos Estados Unidos, a concorrência por oportunidades de trabalho também ficou mais acirrada, fator que explica por que o número de alunos on-line desempregados aumentou de 16%, em 2012, para 30%, este ano. De acordo com a pesquisa, uma segunda graduação em uma área correlata a de atuação ou mesmo uma pós ou MBA tornou-se um diferencial maior do que a experiência profissional, o que pode explicar a busca crescente por cursos on-line. Números do estudo ainda mostram que 40% dos que responderam às perguntas disseram ter tido uma melhora na posição de trabalho depois de realizar algum curso a distância.
Segundo a Learning House, estes são os principais pontos que devem ser observados e analisados pelas instituições de ensino que oferecem esses programas: o aumento da concorrência, o fato de o custo não ser mais determinante na escolha do curso e a motivação que leva o aluno a realizar os programas.
O estudo foi realizado por meio eletrônico com mais de 1.500 estudantes que cursaram recentemente, estão estudando ou que planejam cursar nos próximos 12 meses uma graduação, pós ou certificação totalmente on-line.