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Coronavírus

Como fazer a avaliação durante as aulas remotas

Considerada uma etapa importante do processo educacional, a avaliação deve apoiar a aprendizagem e assumir novos formatos no ambiente virtual

Parceria com Plataforma Eleva

por Marina Lopes ilustração relógio 21 de maio de 2020

Preparar materiais, gravar videoaulas, organizar trilhas de aprendizagem e fazer conferências com os alunos. Essa tem sido a rotina de muitos professores durante a quarentena. No entanto, além de dar conta desse processo, outro questionamento tem ocupado espaço na cabeça dos educadores: como fazer a avaliação no ambiente virtual e o que realmente deve ser verificado nesse período?

Antes de responder essas perguntas, é importante considerar qual deve ser o papel da avaliação em um contexto de pandemia e fechamento das escolas para conter a disseminação do coronavírus (COVID-19). Na visão do gerente de avaliações da Plataforma de Ensino Eleva, Daniel Jacuá, que também tem experiência em sala de aula como professor de história, ela precisa estar muito alinhada com o currículo e com os objetivos de aprendizagem que os educadores esperam atingir neste período.

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“A avaliação é a ferramenta que garante o sucesso da aprendizagem, mas esse processo tem que estar muito bem organizado”, destaca Daniel, ao mencionar que durante a quarentena as escolas e os educadores precisam fazer um exercício de olhar para o seu currículo com muita atenção. A partir dessa análise, é possível identificar quais são os conteúdos mais importantes de cada série, mas com a consciência do que é possível ser trabalhado no momento. “O alunos estão em uma cultura diferente. Não dá para manter o mesmo método ou replicar o que acontece na sala de aula em um formato a distância”, pontua.

Para fazer uma boa avaliação, além de ter um bom currículo, ele afirma que é fundamental apresentar as expectativas de aprendizagem de forma clara para os alunos. “A cada aula precisamos explicar o que vamos fazer e o que esperamos deles”, exemplifica o gerente de avaliações da Plataforma de Ensino Eleva.

Além disso, também é preciso considerar os seus diferentes tipos de avaliação. Julia Pinheiro Andrade, professora no Instituto Singularidade e pesquisadora do Centro de Referências em Educação Integral, destaca que hoje as escolas trabalham basicamente com dois modelos: as somativas, que focam em resultados e apresentam um retrato da aprendizagem, e as formativas, que funcionam como uma espécie de filme e registram todo o processo de aprendizagem.

“O importante neste momento da pandemia, em que não se pode muito entender os conteúdos como realmente ensinados e explorados nas suas múltiplas possibilidades, é entender que o sentido da avaliação é dar visibilidade para a aprendizagem. Do ponto de vista do professor, ele tem que coletar evidências de que os alunos estão se engajando com o que ele está propondo”, explica a professora e pesquisadora.

A partir da coleta de evidências, os professores podem ter insumos para readaptar as suas ações. “O foco tem que ser visibilizar o processo dos alunos para melhorar o próprio processo de aprendizagem, não para rotular ou nivelar”, aponta Julia, ao também considerar as desigualdades que são enfrentadas pelos estudantes neste período. “O professor precisa ter uma coleção de evidências do que está acontecendo para subsidiar a sua tomada de decisão.”

Na Escola Municipal Felicidade de Moura e Castro, no Rio de Janeiro (RJ), a professora de inglês Janine Barbosa, tem trabalhado com a avaliação formativa para acompanhar o desenvolvimento dos seus alunos do sétimo ao nono ano do ensino fundamental. “Neste momento, como educadores precisamos identificar o que os alunos entenderam com tudo o que fornecemos para eles”, diz.

A partir de conteúdos, vídeos e áudios compartilhados com as turmas via Facebook, durante as aulas remotas ela pediu para os alunos elaborarem postagens para a rede social. Nesta tarefa, eles deveria usar a correta estrutura gramatical da língua para dar conselhos. “A ideia não é dar uma nota. Eles fazem a atividade, e eu dou um retorno sobre o que está funcionando e o que eles poderiam refazer”, conta a professora, que antes da quarentena também já trabalhava outros formatos de avaliação, como o uso de portfólios.

Com base nas conversas com professores e especialistas, o Porvir reuniu algumas dicas sobre como fazer a avaliação durante as aulas remotas. Confira:

Construa rubricas de aprendizagem
A rubrica é uma ferramenta muito útil para acompanhar o desenvolvimento de habilidades. Tipicamente organizada em uma tabela, ela reúne critérios de avaliação conforme os objetivos de aprendizagem esperados para uma determinada atividade. “Fazemos uma graduação do que o aluno consegue fazer, aquilo que ele está desenvolvendo e o que ele ainda não aprendeu”, explica Daniel Jacuá.

Elabore pequenos questionários
Uma das facilidades que o ambiente digital pode trazer para a verificação da aprendizagem é a elaboração de formulários ou quizzes. Eles podem ser utilizados como um meio de verificação a cada atividade desenvolvida pelos alunos, o que permite acompanhar a evolução do aprendizado.

Monte portfólios com a turma
Os portfólios também são ótimas estratégias para reunir a produção dos alunos e acompanhar o desenvolvimento deles durante um período letivo. “Seria interessante trabalhar com fotos, vídeos, trechos de aulas e diferentes tipos de recursos que ajudem o professor a entender onde é possível melhorar o processo de engajamento com a aprendizagem”, diz Julia Pinheiro Andrade.

Divida as entregas em etapas menores
Outra dica para fazer avaliações no ambiente virtual é diminuir as entregas em pequenas etapas. Além de ajudar os alunos a administrarem melhor o tempo, isso também podem reduzir a ansiedade da turma durante a produção de um trabalho mais complexo. “Essa divisão de eventos é bem legal porque tira o peso do aluno”, menciona Daniel Jacuá.

Peça para os alunos fazerem autoavaliações
Ouvir o aluno também é fundamental para construir uma avaliação mais completa, principalmente no período de distanciamento social. “A autoavaliação é uma das ferramentas mais poderosas da avaliação formativa. Ela permite o estudante mapear o que ele sabe, o que ele não sabe e o que ele tem vontade de saber. Ela é muito importante, mas também exige que o professor construa um processo de aprendizagem com sentido”, ressalta Julia Pinheiro Andrade.

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avaliação, coronavírus, ensino fundamental, ensino médio, tecnologia

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