Rede pública de Pernambuco manda alunos para exterior - PORVIR

Inovações em Educação

Rede pública de Pernambuco manda alunos para exterior

Programa Ganhe o Mundo está levando mais de 1.000 estudantes de ensino médio para Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia

por Vagner de Alencar ilustração relógio 9 de novembro de 2012

Maria Carolina Carvalho, 17, sonhava em conhecer o Mato Grosso do Sul “por causa do  verde”, mas deixou pela primeira vez sua cidade natal – Glória do Goitá, a 60 km de Recife, Pernambuco – para pisar não no estado do centro-oeste do país, mas em outro país.  Há menos de um mês, Carolina vive em Ontario, Canadá, onde permanecerá por um semestre estudando em uma high school (escola de ensino médio). A jovem é uma entre os 1.103 estudantes de escolas públicas de Pernambuco que participam do programa de intercâmbio Ganhe o Mundo, iniciativa do governo estadual que está levando alunos para países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Espanha.

Segundo Anderson Gomes, secretário de educação de Pernambuco, o programa quer fazer com que estudantes, em larga escala, aprendam uma segunda língua visando as oportunidades do Ciência Sem Fronteiras, da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. “A proposta é sem precedentes não apenas no Brasil, mas no mundo. Queremos fazer uma ação mais abrangente, de grande impacto, para que os estudantes tenham uma imersão na educação de uma maneira diferenciada. A grande maioria dos alunos é desmotivada porque só têm a sala de aula como a referência”, diz.

Estudantes de Pernambuco vão para o exteriorclabert / Fotolia.com

A primeira turma, com 560 intercambistas, embarcou para fora do país entre os meses de agosto e setembro. Maria Carolina foi uma delas. “ As pessoas aqui no Canadá são muito acolhedoras. No início, tive um pouco de dificuldade, mas agora está melhorando. Eu sou apaixonada pelo o inglês e meu sonho está sendo realizado a cada dia que passa”, afirma. Maria Carolina volta ao Brasil em fevereiro.

“Muitos alunos perdem a oportunidade de estudar fora por conta da baixa ou nenhuma fluência de uma segunda língua. Os estudantes pernambucanos estarão em uma plataforma diferenciada, capazes de competir por essas vagas”

O próximo grupo está com viagem marcada para janeiro do ano que vem. Durante o período do intercâmbio – que dura em média seis meses –, os estudantes moram na casa de uma família e continuam os estudos em uma escola de ensino médio local. Além disso, recebem uma bolsa mensal no valor de US$ 300 (cerca de R$ 600).

O processo seletivo do programa começa com 24 mil vagas para os cerca de 100 mil alunos do 1o ano. As vagas são para participar de cursos intensivos de espanhol e inglês (23 mil deles estudam a língua inglesa e 1 mil aprendem o espanhol). Os alunos, nessa primeira etapa, são selecionados de acordo com seu rendimento escolar. Até o final 2014, afirma Gomes, a estimativa é que ao menos 50 mil jovens estejam dominando um segundo idioma.

Numa segunda fase, aqueles que tiverem notas acima de sete em todas as disciplinas e uma frequência escolar e no curso acima de 80% são ranqueados por desempenho. Os melhores preenchem as vagas para o intercâmbio. 

divulgação

Perspectivas 

A experiência de intercâmbio, afirma o secretário, vai garantir aos estudantes mais chances em outros programas já existentes como o Ciências Sem Fronteiras. “Muitos alunos perdem a oportunidade de estudar fora, como é o caso desse programa federal, por conta da baixa ou nenhuma fluência de uma segunda língua. Daqui a três anos, os estudantes pernambucanos estarão em uma plataforma diferenciada, capazes de competir por essas vagas”, diz. Outra preocupação, afirma Gomes, é o fato Recife ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. 

Pernambuco tem se destacado no cenário nacional por meio das suas inciativas de educação, como é o caso do chamado Colégio Pernambucano, de educação integral como já contamos aqui no Porvir. Segundo Gomes, a estimativa é que em 2014, todas as escolas de ensino médio adotem o modelo de educação integral, de tempo integral ou semi-integral. Atualmente, há 217 escolas que desenvolvem esse modelo na rede estadual. “A educação integral faz com que o aluno e os professores estabeleçam um vínculo maior com a escola e a comunidade. Proporciona uma grande diferença na formação dos estudantes, porque desenvolve o protagonismo juvenil por meio dos ‘projetos de vida’ dos jovens”, diz.

Post atualizado no dia 19/11/2012, às 10h28


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