Site do Google leva a imersão de Ouro Preto a Dia D

Subir e descer as ladeiras históricas de Ouro Preto, entrar na feira de artesanato, conhecer a fachada da Igreja Nossa Senhora do Carmo, ver de perto as heranças culturais que o Ciclo do Ouro deixou. Todo esse passeio, que faz encher os olhos de qualquer professor de história, está agora a poucos cliques de distância em um novo site do Google que permite aos usuários mergulhar e vasculhar realidades distantes no tempo e no espaço. O Cultural Institute, que aos poucos vêm ganhando legendas em português e incluindo iniciativas brasileiras, reúne materiais de três perfis: momentos históricos, maravilhas do mundo e acervo de alguns dos museus mais importantes do mundo – este último pelo já tradicional Art Project, que passou a integrar o Cultural Institute.

Para que todo o material presente do Cultural Institute fosse reunido, o Google fez parcerias com centenas de museus e instituições culturais pelo mundo, que se responsabilizam pela curadoria da informação. “O Cultural Institute é uma iniciativa que visa disponibilizar material cultural importante e deixá-lo acessível a todos, além de preservá-lo digitalmente para educar e inspirar as futuras gerações”, afirma a empresa em seu site. Entre os documentos acessíveis estão locais que podem ser explorados pela tecnologia do Google Street View, fotografias, reprodução de manuscritos, pinturas, desenhos, esculturas, artefatos religiosos, mapas, áudios, vídeos e os mais diversos detalhes de patrimônios culturais espalhados pelo mundo.

Na seção que apresenta as maravilhas do mundo, é possível localizar mais de 100 locais por continentes e subcontinentes ou por temas (como sítios arqueológicos, locais históricos, palácios e maravilhas da natureza). É aqui que estão, por exemplo, o palácio e o parque de Versalhes, na França. Com a tecnologia do Google Street View, é possível andar pelo parque, por alguns pátios internos do palácio e em uma de suas salas. Além disso, estão disponíveis vídeos, fotografias, modelos em 3D do local e informações sobre a sua importância para a história francesa e mundial. Das maravilhas brasileiras, é possível explorar Ouro Preto, Diamantina e o santuário de Bom Jesus de Congonhas, os três considerados patrimônio histórico e cultural pela Unesco.

Para os professores, essa parte do site ainda traz vários guias que ajudam a usar o material em sala de aula. Há dois guias genéricos, voltados para o ensino fundamental e médio, e uma série de materiais voltados a educadores de história e geografia do ensino médio. Assim, um professor de geografia pode baixar um pacote de documentos em que tem acesso a propostas de atividades envolvendo o litoral de Dorset e East Devon, no Reino Unido, conhecidos como “a costa jurássica”. O material conta com fotografias, informações e perguntas atreladas ao currículo do ensino médio. Por enquanto, os guias estão disponíveis apenas em inglês.

Já na parte do Cultural Institute voltada a momentos históricos, é possível encontrar materiais interativos de 64 ocasiões relevantes para o mundo. Entre as que estão disponíveis em português estão “Dia D”, “Nelson Mandela: anos presidenciais”, “A Guerra Civil Espanhola”, “A Queda do Muro de Berlim”, “A Construção da Torre Eiffel”, “Auschwitz: Antes de morrem”, “Amor trágico em Auschwitz”. Em cada um desses eventos, o site permite uma imersão no contexto histórico em que ocorreram, com fotografias, imagens de manuscritos de época e notícias de jornais, áudios antigos, vídeos, depoimentos. No caso da exposição virtual dos anos presidenciais de Mandela, por exemplo, é possível ver imagens do diário do presidente, fotografias em que aparece com líderes mundiais, trechos de discursos famosos. Para encontrar materiais específicos, os usuários podem filtrar por tipo de mídia (foto, áudio, vídeo), personalidade histórica, local, eventos ou fazer uma busca aberta. Nem todo o material da seção está disponível em português.

A terceira seção do site é o Art Project, que já existia e foi incorporado ao Cultural Institute. Por ele, é possível visitar alguns dos museus mais importantes do mundo, andando por seus corredores e contemplando suas exposições. “Criamos esta experiência de arte on-line usando uma combinação de várias tecnologias do Google e informações de especialistas, fornecidas por nossos parceiros de museus”, afirma a empresa. Também pelo projeto é possível ver obras em detalhes e ter acesso a informações sobre seus autores e período. O Brasil já participa desse projeto com os acervos do MAM (Museu de Arte Moderna) e a Pinacoteca, ambos em São Paulo. Em breve, serão inseridas imagens e informações sobre as obras de Inhotim, em Minas Gerais.

Enquanto navegam pelo site, os usuários podem comparar imagens e compartilhá-las em redes sociais, além de criar e publicar suas próprias galerias. Com isso, professores podem reunir materiais das três seções e montar aulas de acordo com as suas necessidades.

---