5 pontos de atenção para a gestão escolar neste novo ano letivo
Especialistas recomendam estratégias para que as escolas possam otimizar investimentos e se destacar em relação à concorrência em 2025
por Ana Luísa D'Maschio 17 de janeiro de 2025
Como os gestores escolares podem equilibrar o planejamento estratégico com as necessidades econômicas, ao mesmo tempo em que atraem novos alunos? Esse foi o tema central do webinário realizado na última quarta-feira (15) pelo Porvir, que reuniu especialistas para discutir as tendências e os desafios da gestão de escolas privadas em 2025.
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Com a mediação de Vinicius de Oliveira, editor do Porvir, o evento online trouxe recomendações sobre como as lideranças podem se preparar para navegar com previsibilidade pelo ano letivo que está prestes a começar. Baseado no e-book “Tendências e Planejamento Escolar 2025”, publicado em parceria com o isaac, plataforma de gestão financeira para escolas, o webinário abordou questões importantes para as escolas que buscam não só otimizar seus investimentos, mas também se destacar em relação às concorrentes.
O bate-papo contou com a participação de Marina Camargo, sócia da Corus Consultoria, empresa especializada em gestão econômico-financeira de escolas privadas, e Luis Laurelli, educador, gestor e consultor educacional do isaac. A seguir, destacamos cinco pontos principais para além dos 8 temas mais importantes para a escola em 2025.
1. Cenário atual e perspectivas
O ano de 2024 foi “levemente melhor” que 2023 para as escolas, com uma recuperação gradual desde a pandemia. Mas ainda existem obstáculos a serem superados, como as perdas de matrícula na educação infantil, que ainda tenta se recuperar do período de distanciamento social causado pela Covid-19.
Outro ponto de atenção é o alto nível de descontos concedidos, que atingiu 23% no ano passado, uma porcentagem que pode complicar o planejamento financeiro para 2025. Também é preciso considerar que a aceleração da inflação no final de 2024 impacta diretamente as escolas, diminuindo o poder de compra das famílias e aumentando a probabilidade de inadimplência e solicitação de descontos.
2. Flexibilidade
Luis reforçou que as escolas precisam considerar a flexibilidade desde o planejamento e lembrou o período da pandemia, quando as circunstâncias mudaram rapidamente e todos precisaram se readequar.
Ele recomenda: é preciso fazer escolhas e priorizar o que é mais importante para a escola, levando em consideração o orçamento disponível e as possibilidades financeiras. Para o especialista, as áreas pedagógica e financeira precisam se manter conectadas, para que as decisões sejam tomadas com base na realidade e nas necessidades de cada instituição. “O segredo para o sucesso não tem nada a ver com perfeição, é preciso saber fazer escolhas”, pontua.
3. Comunicação com as famílias
Manter uma comunicação contínua com as famílias é essencial, especialmente ao tratar de questões financeiras. O objetivo é evitar que problemas se acumulem ao longo do ano, tornando-se mais difíceis de resolver no final.
A relação entre pais, responsáveis e escola deve ser encarada como uma parceria, semelhante à de cliente e prestador de serviço, onde o diálogo aberto e respeitoso é a base para construir confiança. Por isso, a abordagem deve ser leve e acolhedora, priorizando a negociação de soluções, em vez de se limitar à cobrança, garantindo um ambiente positivo e colaborativo. “A escola precisa ser profissional”, reforça Marina.
4. Inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) é uma realidade transformadora que exige adaptação das escolas e capacitação dos professores para seu uso eficaz. Investir na formação continuada é essencial para que educadores integrem a tecnologia ao aprendizado de forma estratégica. “A inteligência artificial não é uma moda, ela veio para ficar. E o professor não será substituído pela tecnologia, mas por pessoas que sabem usá-la”, ressalta Luis.
As escolas têm o papel de preparar os alunos para um mundo tecnológico, incentivando o uso consciente da IA e promovendo um ensino mais personalizado, que respeite ritmos e interesses individuais.
5. Adaptação às mudanças tecnológicas
A mudança cultural nas escolas vai além da adoção de ferramentas digitais. Ela exige uma comunicação eficaz e o reconhecimento dos diferentes níveis de apropriação tecnológica entre professores e gestores. Nesse contexto, a profissionalização da gestão escolar é essencial, com a contratação de profissionais qualificados, definição de processos claros, implementação de sistemas eficientes e acompanhamento contínuo de indicadores.
Para Luis e Marina, o gestor escolar deve atuar com uma abordagem holística, equilibrando a entrega eficiente do que foi prometido com a busca pela inovação e o planejamento para o desenvolvimento tecnológico. Além disso, o papel do gestor transcende a administração: ele deve liderar de forma inspiradora, engajando toda a comunidade escolar e promovendo um ambiente colaborativo e transformador.