Site usa tecnologia para
engajar comunidades
Como Podemos abre espaço para que usuários compartilhem desafios e promovam desenvolvimento local a partir do design social
por Patrícia Gomes 8 de janeiro de 2014
Sabe aquele problema do seu bairro que incomoda? Pode ser algo objetivo e concreto, como uma praça degradada que precisa de revitalização, ou algo mais complexo, como melhorar a educação das escolas públicas locais. A recém-lançada plataforma de engajamento comunitário Como Podemos é um lugar para compartilhar esses incômodos e reunir pessoas em torno deles para propor soluções a serem desenvolvidas em conjunto. “As pessoas querem ser protagonistas das mudanças da sociedade. Muitas querem colocar a mão na massa e não sabem por onde começar. Outras já desenvolvem projetos e querem qualificar suas ações. Nós ajudamos nisso”, diz o baiano Augusto Leal, 26, que lidera a iniciativa com os amigos Rodrigo Quadros, 26, e Fabricio Cruz, 30.
O principal objetivo da plataforma é a solução de desafios sociais. Por isso, ao acessar o site, o usuário vai ser convidado a completar a pergunta “Como podemos…?”. Os três pontinhos podem ser qualquer um desses incômodos do qual falávamos. Ao completar a frase, o sistema busca por desafios parecidos que já foram cadastrados e apresenta aos usuários as discussões que estão em curso. O interessado poderá participar delas ou, caso deseje, pode propor um desafio novo. Qualquer um pode contribuir com qualquer discussão.
“A pessoa cadastra o desafio, mobiliza sua rede e vai montando de forma colaborativa o plano de ação com as atividades necessárias para realizar o projeto, estipulando prazos e recursos. Na medida em que as ações vão sendo realizadas, o pessoal vai compartilhando os resultados. Todos os desafios ficam abertos na plataforma e qualquer pessoa pode colaborar”, resume Leal. Dentro da plataforma, esses passos estão distribuídos por três etapas: a de ideias inspiradoras, para compartilhar links, imagens e vídeos que tragam sugestões de como resolver a questão; a de ações planejadas, em que grupos podem se formar em torno de uma ou mais ações em datas combinadas; e a de experiências partilhadas, em que os resultados das ações são registrados.
Os organizadores da plataforma acompanham todo o processo, alimentando as discussões e dando dicas do que pode ser feito. Tudo isso a partir da metodologia do design social, em que a solução para um problema real vem de uma construção coletiva e pode ser prototipada a partir de materiais simples e baratos. Para estimular a inserção de novos desafios na plataforma, Leal e sua equipe estão organizando uma série de oficinas em que explicam o conceito de design social e mostram como cada um pode se responsabilizar por resolver um problema de seu bairro. “Acreditamos no uso do design para a autonomia e como ferramenta de transformação social”, diz Leal, que, de tão apaixonado pela capacidade do design para resolver problemas locais e empoderar jovens, está desenvolvendo também uma tese de mestrado sobre o assunto.
O Como Podemos foi uma das iniciativas vencedoras do desafio Tecnologias que Transformam, lançado pela Fundação Telefônica. Com os R$ 10 mil que ganharam, investiram no desenvolvimento do site. Agora o desafio é criar um modelo de negócio rentável, mantendo o acesso aos desafios gratuitos. Dois caminhos para geração de receita em que têm apostado é na divulgação de marcas parceiras e no desenvolvimento de oficinas sobre design social para empresas.
Confira vídeo que apresenta a plataforma.