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Como Inovar

Plataforma gratuita ensina a dar aula com projetos

PBLU ajuda professores a implementar metodologia de ‘mão na massa’ em sala; ferramenta foi apresentada no SXSWedu

por Mariana Fonseca e Vagner de Alencar ilustração relógio 5 de março de 2013

A educação baseada em projetos vem sendo usada como uma metodologia poderosa para melhor preparar estudantes do século 21, já que leva os alunos a trabalhar em conjunto, se organizar, pesquisar e executar harmonicamente. Porém, antes de levar a metodologia para a sala de aula, será que os professores sabem como e quais projetos trabalhar em suas disciplinas? O Porvir, que está no Texas acompanhando in loco o SXSWedu, evento internacional sobre tendências educacionais, descobriu que estão surgindo iniciativas que podem ajudar os educadores a resolver essa questão. Uma dessas novidades é o PBLU (Project Based Learning University), plataforma gratuita que ajuda a capacitar professores para o uso de projetos em suas disciplinas, como uma forma de agregar conteúdo e motivar os estudantes.

A iniciativa, toda em inglês, foi apresentada ontem por Alfred Solis, ex-professor da High Tech High (escola conhecida por apostar no PBL), que hoje trabalha no Buck Institute, associação norte-americana especializada em disseminar práticas desse tipo de aprendizagem e que elaborou o diagrama com os oito elementos para o aprendizado baseado em projetos, já traduzidos pelo Porvir. “A plataforma ainda é um projeto-piloto. Nela, o professor escolhe o projeto e a aula que deseja, baixa o conteúdo e então começa a estudar”, afirma Solis.

Para quem ainda não está muito a par do que é aprendizado baseado em projetos, Solis dá o exemplo do campeonato de sinuca. Usando matemática e física, os estudantes são estimulados a projetar e construir uma mesa de bilhar e, além disso, aprender a lógica do jogo e as melhores táticas para fazer pontos derrubando as bolinhas na caçapa. A avaliação, ou melhor, o resultado do projeto, foi apresentado em um grande campeonato de sinuca na escola. Mesmo a plataforma oferece alguns outros exemplos do que seja a metodologia, como a missão de desenhar, fabricar, produzir e vender pulseiras para experimentar o ciclo empresarial ou ainda a criação de um game usando conceitos de geometria, espelhos e lasers.

Assim, ao entrar na plataforma, os professores encontram uma série de projetos, em sua maioria com foco em desenvolver língua inglesa, artes e matemática. Cada projeto é detalhado com o número de horas a que os estudantes deverão se dedicar a ele, com os conteúdos que deverão ser abordados de cada disciplina envolvida. Paralelamente a isso a plataforma dá dicas ao professor sobre como lançar o projeto, como estabelecer um calendário, como geri-lo e como avaliá-lo. De acordo com Solis, o intuito quer sofisticar a plataforma, trazendo recursos que permitam ao professor ler, assistir as aulas e interagir com os conteúdos. “No lugar de ensinar a pescar, como fazemos em nossas capacitações presenciais, estamos entregando para os professores o peixe e ensinando-os a cozinhar”, diz o educador.

Fazemos os professores avaliarem o que fizerem, o que deu certo, onde não deu e eles têm que fazer um projeto e nos mostrar como foi o processo. Onde eles poderiam melhorar e o que funcionou e o que prova que eles fizeram mesmo com os alunos.

Na plataforma, o curso funciona no estilo passo a passo. Os professores têm hora marcada para assistir às aulas e precisam cumprir tarefas semanais, orientadoras por facilitadores. Segundo Solis, a figura do facilitador é imprescindível para a formação desses professores. “Durante as aulas, os educadores recebem feedback dos facilitadores. Além disso, também estimulamos o feedback dos pares, no qual os professores avaliam uns aos outros. Os professores apreciam esse feedback dado por pessoas reais.”

Chegar à décima e última semana do curso não garante, no entanto, o certificado ao professor. “Nós fazemos os professores avaliarem o que fizeram. Eles têm que fazer um projeto com os alunos e nos mostrar como foi o processo. Onde eles poderiam melhorar e o que funcionou e o que não. O que prova que eles realmente fizeram PBL com os alunos. Aí, sim, eles vão ganhar um certificado”, diz. No futuro, a ideia é formar uma série de autores para ampliar e enriquecer a biblioteca com dezenas de projetos. “Os professores vão poder desenhar seus projetos e depois postá-los ou então serem convidados para inspirar outros professores”, afirma.

A editora do Porvir, Mariana Fonseca, acompanha o SXSWedu de Austin.


TAGS

aprendizagem baseada em projetos, educação mão na massa, mooc, sxswedu, tecnologia

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