Professora visita casa dos alunos e usa afeto para melhorar desempenho da turma - PORVIR
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Diário de Inovações

Professora visita casa dos alunos e usa afeto para melhorar desempenho da turma

Educadora da rede pública de Caieiras, na região metropolitana de São Paulo, conta como conheceu melhor as crianças e se aproximou das famílias

por Maria de Fátima Destro de Arruda ilustração relógio 16 de maio de 2018

Muito tem sido debatido e escrito sobre a importância do bom relacionamento entre o professor e o aluno. No entanto, no dia a dia em sala de aula, nem sempre a convivência harmônica e segura acontece. Independente de quem seja a culpa pela falta de entrosamento, cabe ao educador tentar estabelecer condições que propiciem a boa relação afetiva em nome da aprendizagem e também do crescimento pessoal.

Tudo que os professores fazem em sala de aula é percebido pelos alunos, o que também influencia na posição que eles ocupam no inconsciente da turma. Isso traz aos educadores um ‘poder’ que tem a possibilidade de influenciar os alunos em suas ideias e valores. Deste modo, ė preciso ser humilde o suficiente para adentrar ao seu lar e estreitar os laços.

A ideia de visitar as casas dos alunos surgiu em 2014, quando assumi uma sala de aula de quarto ano do ensino fundamental. Eles tinham sérios problemas de comportamento e desempenho, e eu precisava conhecê-los para estabelecer um vínculo maior com as famílias. Então, em uma roda de conversa, nasceu o projeto “Professora em minha casa”.

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Quando comuniquei às famílias a vontade de visitar seus lares, as crianças relataram que os pais acharam a ideia estranha, mas, mesmo assim, aceitaram. Nascia, então, o projeto com autorização e incentivo da diretoria da Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz Zovaro, em Caieiras (SP).

Escolhi começar pela casa de um aluno que precisava muito de um novo olhar, de maior dedicação e afeto, pois era considerado pela escola como o “pior”. Não sabia como seriam de fato esses encontros e como seriam as conversas, nem se o projeto daria certo. Mas logo descobri que em uma única visita, sem formalidades, seja para tomar um café ou até mesmo para um almoço, eu poderia aprender muito sobre meus alunos.

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Cada encontro resultava em uma história ou nova estratégia para ser aplicada em aula. Após a visita, o aluno se tornava protagonista na sala, pois no dia seguinte era sua função contar para a turma como foi receber a professora em sua casa e fazia uma produção de texto. Os relatos me enchiam de lágrimas e davam a certeza da importância que eu tinha na vida das crianças.

Estou muito feliz com o projeto. Os alunos alcançaram melhor desempenho e as famílias maior interação com a escola. A confiança e o afeto também foram valores conquistados. Nós, educadores, somos mais do que acreditamos ser.

Quando criei o projeto, tinha em mente o desejo de atravessar os muros das escolas. No entanto, o projeto na fez ir mais longe. Em 2016, ele foi aceito no Congresso Internacional de Pedagogia Especial, em Cuba. No ano seguinte, também participei do Congresso Internacional de Riscos, em Portugal, do Congresso Internacional de Trabalhos Latinos Americanos, em Moçambique, e da Conferência Internacional de Educação, na Irlanda. Este ano, ele está no Congresso de Nasvhille, nos Estados Unidos, e no Congresso Internacional Americanistas, na Espanha.

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Maria de Fátima Destro de Arruda

Graduada em pedagogia pela Faculdade Sumaré. Pós-graduada em educação especial e inclusiva pelo UNINTER (Centro Universitário Internacional) e em psicopedagogia pela Unicid (Universidade Cidade de São Paulo). Possui extensão universitária em pedagogia Hospitalar. É pedagoga na ABADS (Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social), conhecida anteriormente como Pestalozzi, diretora da APAE de Caieiras, professora da rede pública e do Departamento de Educação Especial de Caieiras, na região metropolitana de São Paulo.

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ensino fundamental, socioemocionais

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