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Crédito: Lacheev/iStockPhoto

Coronavírus

Ensine seus alunos a aprender com vídeos

Vídeos permitem aos alunos aprender em seu próprio ritmo desde que o professor oriente a usá-los da maneira correta

por Avra Robinson, para o Edutopia ilustração relógio 24 de março de 2021

Aprender a aprender é um discurso repetido como uma das habilidades mais importantes para estudantes. Só que nem sempre o dia a dia da escola atenta para isso. Em aulas online ou presenciais, os vídeos são uma ferramenta que permite aos alunos aprender novos conceitos, habilidades e se envolver em atividades práticas, tudo em seu próprio ritmo. O que realmente acontece quando os alunos usam tais recursos, no entanto, nem sempre leva ao resultado esperado. Antes da pandemia, quando usava vídeos em uma sala de aula, os alunos apertavam o play, sentavam e assistiam. Quando chegava a hora de concluir as atividades, no entanto, eles imediatamente solicitavam ajuda, apesar de eu ter explicado e demonstrado o que fazer.

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Em meu trabalho como facilitador da aprendizagem profissional, encontrei muitos professores frustrados que passaram incontáveis horas criando vídeos instrucionais para usar em suas aulas online, para só depois descobrir que seus alunos não estavam aprendendo com eles.

De minha própria experiência em sala de aula e por meio de minhas interações com esses professores, descobri algumas estratégias para ajudar os alunos a aprender com os vídeos, independentemente do ambiente educacional. Eu perdi um bom tempo no processo de aprendizagem. Nunca ensinei meus alunos a aprender com um vídeo.

Separe o trabalho em pequenas partes
Pense em seus objetivos para o vídeo. Se os alunos estão aprendendo uma nova habilidade, seja intencional ao quebrar a experiência para eles. Comece analisando todo o processo de assistir a vídeos instrucionais e seja muito cuidadoso sobre o que os alunos precisam fazer enquanto o vídeo é reproduzido.

Por exemplo, ao trabalhar em uma equação matemática, sugira que os alunos façam uma pausa depois de assistir à primeira etapa e tentem por conta própria. Se um vídeo está explorando novos conceitos, incentive os alunos a fazer anotações, responder perguntas ou até mesmo pausar o vídeo para processar verbalmente a ideia, talvez ensinando a um amigo imaginário essas novas ideias quando estiverem em um ambiente remoto. Outra opção envolve a estratégia pense-colabore-compartilhe, em que eles primeiro desenvolvem uma ideia individualmente, para depois discutir com um colega e compartilhar com o restante da turma.

A hora certa de pausar rapidamente, voltar e parar
Discuta como pausar, retroceder e avançar pode ajudar os alunos a interagir de forma mais produtiva com o vídeo. Encontre um momento ideal para pausar a gravação e se envolver na atividade. Imediatamente após o vídeo demonstrar cada etapa de uma habilidade, diga aos alunos para pausar o vídeo e dedicar algum tempo à prática. Embora isso possa parecer intuitivo, os alunos podem não necessariamente perceber que esta etapa é vital para seu aprendizado.

Já vi um professor de quinta série em Nova York dizer a seus alunos que a capacidade de pausar, retroceder e reproduzir um vídeo é como um superpoder. Eles podem parar o tempo, retroceder ou avançar o tempo. Por isso, ele orienta que esse poder seja usado sempre que for preciso entender melhor o que está acontecendo em um vídeo.

Existe maneira melhor para os alunos controlarem a experiência de aprendizagem do que assistir ou ouvir quantas vezes forem necessárias? Trabalhar com os alunos diferentes maneiras para aproveitar o poder de pausar e repetir a videoaula deve ser algo prioritário e intencional. Mais do que apenas lembretes antes do início dos vídeos rodarem, os alunos precisam de aulas específicas e focadas em como utilizar esses superpoderes enquanto assistem aos materiais.

Não assista – interaja
No vídeo The Flipped Class: Overcoming Common Hurdles (“A sala de aula invertida: Como superar barreiras mais comuns”, com legendas em português”, de Jon Bergmann e Aaron Sams), Bergmann explica a diferença entre assistir passivamente a algo para entretenimento e se envolver ou interagir com um vídeo instrutivo. Enquanto eu estava discutindo este vídeo em uma oficina recentemente, um professor disse: “Acho que vou parar de pedir aos meus filhos que assistam a um vídeo. Vou mudar o verbo completamente”.

Ao alterar o termo de assistir para interagir, passamos uma mensagem aos alunos de que eles precisam estar presentes, focados e engajados com o conteúdo do vídeo. Nossos alunos estão acostumados a assistir a vídeos para se divertir, o que é uma atividade muito diferente. A interação com os vídeos em sala de aula deve ser ativa, não passiva como assistir a um filme. Os alunos precisam estar ativamente envolvidos, algo não muito diferente de quando estão imersos em um videogame. Se eles não se engajarem, não conseguem vencer.

Abra espaço para a reflexão do estudante
Perguntar aos alunos o que aprenderam com um vídeo é importante, assim como perguntar por que e como aprenderam. À medida que os alunos progridem em uma experiência de aprendizagem por vídeo, pause a reprodução o e crie momentos reflexivos intencionais que os levem a avaliar se eles estão se concentrando e entendendo o material.

Pedir aos alunos que façam um mapeamento mental de novas ideias ou organizadores de forma gráfica são boas estratégias para direcionar sua atenção para as novas informações. Além disso, a implementação de uma Rotina de Pensamento Visível do Projeto Zero, como “Ver, Pensar, Imaginar”, é outra forma de incentivar os alunos a refletirem sobre a experiência de aprendizagem.

Ao usar vídeos online ou em sala de aula, tente aplicar essas lições para que os alunos se envolvam ativamente com o que está diante deles na tela e não apenas assistam passivamente. Isso garantirá que eles se tornem mais capazes de processar e desenvolver com sucesso (e em seu próprio ritmo) as habilidades e mensagens que o vídeo está ensinando.

Infográfico: Referências Educação baseada em projetos


* Conteúdo publicado originalmente em Edutopia e traduzido mediante autorização
© Edutopia.org; George Lucas Educational Foundation


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coronavírus, tecnologia, videoaulas

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