5 habilidades essenciais para a vida adulta que a escola precisa desenvolver - PORVIR
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Inovações em Educação

5 habilidades essenciais para a vida adulta que a escola precisa desenvolver

Curso sobre ciência da aprendizagem demonstra como habilidades relacionadas às funções executivas podem apoiar o desenvolvimento de professores e estudantes

Parceria com CLOE

por Redação ilustração relógio 12 de junho de 2020

O ano letivo de 2020 está sendo muito diferente de todos os anteriores e impondo ainda mais desafios aos educadores para garantir que seus alunos se engajem na aprendizagem e se desenvolvam. Para professores que estão promovendo atividades remotas ou se preparando para receber seus estudantes quando as aulas presenciais forem retomadas, os ensinamentos da Ciência da Aprendizagem são bons caminhos de apoio às suas práticas.

Entre os conceitos que estão contidos nesta área do conhecimento, que foi tema de curso promovido Centro de Aprendizagem Ativa da Camino Education, é o de funções executivas. Segundo a Ciência de Aprendizagem, a funções executivas formam um conjunto de habilidades cognitivas que ajudam cada pessoa a organizar seu funcionamento no mundo e seus processos de aprendizagem.

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As funções executivas começam a ser desenvolvidas logo na primeira infância, a partir de estímulos e interações com o mundo externo. Ao longo da vida escolar e da fase adulta, elas vão se mostrar essenciais para a vida social, realização de tarefas, tomada de decisão e construção de relacionamentos.

Apesar de compreenderem um universo de possibilidades, Leticia Lyle, sócia-fundadora da Camino Education e da plataforma CLOE, elenca cinco habilidades principais e reforça que, para que os alunos possam aprendê-las, é necessário que os adultos, sobretudo os professores, possam estudá-las e incorporá-las em seu dia a dia. Também é preciso reforçar que nenhuma pessoa nasce com todas essas habilidades: elas devem ser desenvolvidas ao longo da vida e, por isso, crianças precisam ser estimuladas com bons exemplos desde muito cedo.

Confira a seguir quais são essas habilidades e como desenvolvê-las com seus alunos:

Organização

A organização é uma habilidade relacionada à gestão de tempo e de recursos. Um ponto importante é considerar que pessoas têm diferentes controle dessa ferramenta. O mesmo acontece com os estudantes: alguns são mais organizados, outros menos. Pensando de forma intuitiva, estratégias como listas, mapas e marcadores estão diretamente associadas à organização. Na mesma linha estão outros aspectos, como horário de sono regular, boa nutrição e dedicação a exercícios físicos.

Para quem precisa praticar a organização, vale adotar o “chunking”, isto é, dividir o tempo e diminuir excesso de informações. “Essa técnica pode ser usada em uma aula com muito conteúdo. O professor pode falar durante sete minutos, fazer uma pausa para uma atividade, depois falar durante mais um tempo. Isso evita o excesso do uso da memória de trabalho – uma função executiva – e evita estresse.”

Priorização

Selecionar e categorizar estão entre as ações da priorização, que consiste no ato de conferir valor às tarefas, coisas e eventos e, assim, definir o que é mais importante. Para uma tarefa de história, exemplifica Letícia, essa é uma habilidade muito importante para definir qual foi o evento mais importante do século 20.

A educadora cita que estudantes com dificuldades de estabelecer prioridades podem enfrentar maior dificuldade diante de contas simples ou o ordenamento de fatos históricos. Dessa forma, é necessário exercitar a habilidade em diversos contextos e campos do conhecimento. Professores podem apoiar o processo com instruções que permitam compreender a melhor ordem de realizar as atividades, que devem ter objetivos claros e atingíveis.

Reflexão

Fazer perguntas, analisar e comparar são formas de realizar reflexão que permite que alunos pensem antes de responder a alguma questão. Para Leticia, é necessário que professores criem um espaço seguro e confortável para que surjam questionamentos e alunos consigam desenvolver a capacidade reflexiva.

“Se um aluno emite uma opinião, tira uma dúvida e todo mundo dá risada, pode ter certeza que o processo não será repetido. Desde sempre, a atitude de dar risada da resposta de um colega não deve ser permitida. Não é necessariamente uma situação de bullying, mas é algo que acaba com a possibilidade de alguém fazer uma reflexão mais profunda.”

Entre algumas perguntas guias que podem ser usadas pelos docentes para apoiar o processo estão: descreva com suas próprias palavras, o que significa, por que é importante, como se relaciona com…, entre outras.

Motivação

Fatores pessoais e externos constituem as motivações intrínsecas e extrínsecas, que têm influência direta sobre o comportamento humano. A motivação é necessária para que indivíduos possam exercer outras habilidades, como a organização. Se bem desenvolvidas, a autonomia e autoeficácia (crença ou confiança que uma pessoa tem na sua própria capacidade), aspectos da motivação, levam a um aluno mais motivado e engajado, uma vez que ele conhece seu potencial.

Para ajudar a motivar seus estudantes, professores podem usar ferramentas diversas, como a mentalidade do crescimento, explicando que o cérebro é um músculo que precisa ser trabalhado para que possa desenvolver as funções executivas, uma vez que ninguém nasce com elas. “Professores são insubstituíveis, pois têm essa infinita capacidade de acreditar que seus alunos podem aprender. Por isso, estabelecer a conexão interpessoal entre estudante e professor também é muito importante”, explica.

Regulação Emocional

Identificar o que está acontecendo em determinada situação e exercer um controle sobre emoções fortes são sinais de uma boa regulação emocional. Assim como as outras, essa habilidade é desenvolvida ao longo da vida, entre a família e amigos mais próximos. Por isso, está muito relacionada à saúde emocional e à forma de conexão com outras pessoas.

Entender e nomear as emoções é um processo importante, assim como refletir sobre situações que acarretam essas emoções. “Existe a chance de professores, às vezes, gritarem em sala de aula. Isso não vai estragar a vida de ninguém, entretanto, é importante refletir sobre por que isso aconteceu, para que alunos possam ter em sala um modelo de como regular emoções, trabalhar, conversar, mostrar-se vulnerável e lidar com situações estressantes”, afirma Leticia.

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aprendizagem ativa, competências para o século 21

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