5 propostas de professores para uma educação antirracista - PORVIR
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Inovações em Educação

5 propostas de professores para uma educação antirracista

Neste 21 de março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, o Porvir separou alguns materiais e práticas que podem ser reproduzidas em sala de aula para garantir uma educação antirracista.

por Ruam Oliveira ilustração relógio 21 de março de 2022

O dia 21 de março de 1960 ficou marcado para o povo de Sharpeville, província de Gauteng, na África do Sul. Naquele dia, 60 pessoas foram vítimas de um massacre, que ainda deixou outros 186 feridos. Era o contexto de apartheid, um regime de segregação racial implantado no país.

Como forma de honrar a memória destas pessoas, em 1966 a ONU (Organização das Nações Unidas) proclamou a data como Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

Para além da efeméride, discutir raça – e as violências provenientes do racismo – em sala de aula continua sendo não apenas relevante, como também necessário.


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O Brasil já conta com a lei 10.639, de 2003, que institui a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em sala de aula. Além disso, implementa o dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra no calendário escolar. Em março de 2008, a legislação  ganhou reforço com a chegada da 10.645/08, que acrescentou a obrigatoriedade do ensino de história e cultura indígena no currículo. Ambas as leis fazem parte da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).

Existem muitas formas de trabalhar este tema em classe seja por meio de debates, rodas de conversas, livros, filmes e conteúdos programáticos organizados por diferentes instituições.

Um dos principais documentos que apoiam a escola a implementar e discutir sobre raça em sala de aula é o “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana“, desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação). O texto apresenta uma série de estratégias e ferramentas para trabalhar o tema junto aos estudantes e a toda comunidade escolar.

Por ser estrutural, o racismo pode acontecer em diferentes contextos dentro da escola. Levando isso em consideração, é importante que educadores tenham sempre a intenção de ser antirracista. Escrevemos sobre isso aqui.

Além deste material, o Porvir já publicou alguns relatos e práticas de professores e professoras  que estão trabalhando por uma educação antirracista. Confira a seleção e se inspire nessas experiências:

Para chegar à sala de aula, debate étnico-racial deve estar na formação de professores

É muito comum que as aulas de inglês usem sempre como exemplos Londres, Estados Unidos ou Austrália para designar países falantes do idioma. Existem, porém, outras localidades no mundo que também usam a língua inglesa como idioma oficial ou de maneira recorrente, como Zimbábue, Nigéria, Gana e África do Sul.

Na formação de professores e professoras para o ensino do idioma, apresentar outras regiões falantes do inglês é uma maneira de trabalhar de forma antirracista e também de explorar a diversidade linguística encontrada nesses diversos contextos.

Com clube de leitura, jovens querem inspirar trajetórias de meninas negras

Como dito antes, os livros e a literatura são ferramentas muito valiosas na hora de ensinar diferentes temas, entre eles o racismo.

Estimular que meninas e mulheres negras se reconheçam em outras autoras e personagens afro-brasileiras é o mote do projeto de leitura de um grupo de estudantes de São Paulo. As estudantes da ​​Escola Estadual Luiz Campo Dall’Orto Sobrinho criaram o Club The Readers – Tecnologia e Literatura Libertam, e já promoveram um encontro virtual sobre representatividade.

Na educação infantil, professora usa bonecas e cultura local para tratar de questões raciais

Existem também alguns projetos voltados para a educação infantil. Com a meta de fortalecer a relação escola – comunidade – família, o projeto da professora Carla Santos Pinheiro trabalhou, além da questão da representatividade negra, outros aspectos como cidadania e identidade.

“O que me motivou a realizar o projeto foi o entendimento de que a criança está no centro do planejamento pedagógico, mantendo a escuta sensível e o protagonismo infantil como base da ação educativa, tal qual preceituam as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil”, contou a professora.

Para debater a contribuição negra ao Brasil, professora cria site e podcast com alunos do 5º ano

Os áudios estão na moda. E trabalhar com eles pode ser mais simples e divertido do que pode parecer. Um bom exemplo do uso de áudios e da educação midiática em sala de aula foi com a professora Haianna dos Santos Rodrigues Lima, que abordou a contribuição do negro na sociedade brasileira contando histórias de vida de personalidades negras como o escritor Machado de Assis e as escritoras Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo.

Intitulado de Personalidades Negras, o projeto ganhou o primeiro lugar da 3ª edição do Prêmio Professor Transformador, em 2021.

Infográfico: O impacto da pandemia e do racismo na trajetória dos jovens negros no ensino médio

Por fim, este infográfico feito pelo Porvir traz diversos dados sistematizados sobre os reflexos da pandemia na vida de jovens negros brasileiros. Uma outra maneira de criar uma educação antirracista é partir do real, observando contextos para, então, refletir sobre as origens dos problemas sociais que afetam a população preta no país e quais mecanismos continuam promovendo tais desigualdades.

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competências para o século 21, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, socioemocionais

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