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Inovações em Educação

Empresa financia e mentora aluno de baixa renda

Pela Edukar, o estudante só paga depois de formado, quando estiver empregado e um valor proporcional a sua renda

por Fernanda Kalena ilustração relógio 4 de fevereiro de 2014

Mensalidade do curso, transporte, alimentação, moradia, livros e material escolar. São inúmeros os gastos de um estudante que está prestes a ingressar na vida universitária e arcar com eles para muitos é tarefa difícil, se não, impossível. Entendendo essas dificuldades, o economista Roberto Tesch, com outros sócios, fundou a Edukar, um negócio social que financia a educação e oferece diversos serviços de suporte a estudantes de baixa renda. “Entendemos que o estudante precisa de apoio para estudar, e não apenas financeiro. Nosso conceito base é criar oportunidades para compartilhar os ganhos”, explica Tesch.

O modelo de negócio da Edukar se baseia em três pilares: flexibilidade para o aluno usar o valor emprestado, suporte ao seu desenvolvimento e pagamento conforme sua renda depois de formar. “Novos modelos de negócios sociais têm o desafio de enxergar as lacunas do mercado, onde os modelos tradicionais não conseguem atuar, para serem relevantes socialmente. Existe mercado, mas, para que ele seja potencializado, é preciso inovar.”

Assim, no primeiro pilar, o da flexibilidade, o valor emprestado pode ser usado para outras necessidades, além da educação. “Se a pessoa fica sem recursos para suprir alguma necessidade básica envolvendo os estudos, ela não vai se formar. Do cursinho preparatório até a alimentação, é preciso dar flexibilidade para tapar os buracos”, conta o fundador.

O segundo pilar é o pagamento do investimento em percentual da renda que o estudante terá depois de formado. “Também não adianta tapar esses buracos e pedir para que ele pague parcelas fixas dessa dívida. Ele não sabe se vai estar trabalhando nem o quanto vai ganhar”, diz Tesch. Pelo modelo, o estudante paga em média 7% do salário por até 10 anos. O valor e o prazo são negociados conjuntamente e podem variar de 2,5% a 12%, dependendo da quantia emprestada. Nos modelos de financiamento estudantil disponíveis no mercado brasileiro pelos bancos, o saldo devedor é dividido em parcelas fixas. “Calibramos o salário inicial com o salário médio da profissão que ele quer seguir e assim definimos previamente a porcentagem que será paga. Caso ele ganhe mais do que o previsto, essa diferença cobre quem estiver ganhando menos ou mesmo quem estiver desempregado. E o mérito também é do investimento que foi colocado nele”, afirma Tesch.

O terceiro é referente ao suporte de desenvolvimento. É feito um acompanhamento do estudante ao longo de sua jornada acadêmica. A ele é oferecido mentoria, apoio psicológico, orientação vocacional e auxílio na colocação no mercado de trabalho. A ideia é que o bom aluno de baixa renda tenha o suporte de que precisa para ter uma boa formação, e dinheiro é apenas parte do processo.

Entendemos que o estudante precisa de apoio para estudar, e não apenas financeiro. Nosso conceito base é criar oportunidades para compartilhar os ganhos

Por não ser uma instituição financeira, a empresa ainda está atrás de recursos e parcerias para poder atender ao mais de 50 candidatos que já estão em contato com o programa e outros tantos que vão surgir. Entre os 12 que já são auxiliados pela Edukar, Tesch destaca o caso de Eduardo Magalhães. O estudante fazia pelo quarto ano consecutivo um cursinho popular para prestar o vestibular de arquitetura. Seu objetivo era passar em uma universidade pública. Conheceu a Edukar e contratou os serviços da empresa, que lhe pagou um curso pré-vestibular particular e tradicional da cidade de São Paulo. O resultado veio alguns meses depois. Eduardo foi aprovado na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e não precisa se preocupar com a dívida até se formar e começar a trabalhar.

O público alvo do projeto são os estudantes com maior potencial e com restrições financeiras. Para selecioná-los, a empresa atua em diferentes frentes. “Já visitamos mais de 30 escolas públicas, onde conversamos com os diretores que nos apresentaram seus melhores alunos. Também vamos visitar cursinhos populares e estamos buscando parcerias com instituições. Queremos fazer com que potencial e determinação sejam os únicos elementos necessários para uma pessoa crescer e se estabilizar financeiramente”, afirma o fundador.

O estudante pode contratar a Edukar para auxiliá-lo em qualquer etapa da educação superior, seja para o curso preparatório, pós-graduação, ou até mesmo para realizar um curso de idiomas ou de curta duração. “O estudante precisa muito mais do que crédito, precisa que invistam em seu potencial para desenvolver uma carreira”, diz Tesch.

Para mais informações preencha um formulário no site da Edukar.


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ensino superior, mentoria, negócios de impacto social

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