Oficina mapeia oportunidades educativas em bairro do Rio - PORVIR
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Inovações em Educação

Oficina mapeia oportunidades educativas em bairro do Rio

Porvir acompanha mapeamento do território Engenho de Dentro, na zona norte do Rio de Janeiro, para identificar potenciais pedagógicos do espaço

por Marina Lopes ilustração relógio 24 de novembro de 2015

Mapas, blocos de anotações, canetas, celulares e muita água para aliviar a temperatura de quase 30 graus que fazia na manhã do dia 19, no Rio de Janeiro. Esses eram os materiais que cerca de 40 pessoas carregavam para visitar as ruas do bairro Engenho de Dentro, na zona norte, em busca de potencialidades educativas no território onde está localizada a Escola Municipal Bolívar, vizinha Estádio Nilton Santos, que irá receber provas de atletismo das Olimpíadas Rio 2016.

O grupo formado por participantes da oficina Mapeamento do Território, que aconteceu no workshop “Do espaço escolar ao território educativo”, partiu por volta das 9h20 em um ônibus e uma van da FAU-UFRJ (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Quando o primeiro veículo passava pela avenida Dom Hélder Câmara, uma equipe, que o Porvir acompanhou, desceu para seguir o seu percurso a pé. Outros sete grupos fizeram o mesmo, cada um em um trajeto, para identificar locais nas imediações da escola que pudessem ampliar os limites físicos da unidade e se transformar em oportunidades educativas.

Com molduras de papel cartão verde e vermelho, os participantes receberam a missão de fazer um registro fotográfico das potencialidades e dos entraves para o uso pedagógico do território. O primeiro grupo começou o seu trajeto no cruzamento da avenida Dom Hélder Câmara com a rua Henrique Scheid, sob a liderança da estudante de arquitetura Edith Medeiros, do terceiro período.

No início do percurso, os integrantes já começaram a fazer anotações. Ao lado de um possível parceiro para o trabalho no território, o Colégio Estadual Dom Hélder Câmara, a calçada em reforma dificultava a passagem e obrigava os pedestres a desviarem pelo meio da rua, sem que houvesse qualquer sinalização. Mais algumas quadras, porém, as potencialidades começavam a aparecer: espaços ociosos, comércio local, diversidade religiosa e paredões abandonados que poderiam ser pintados.

Assista ao vídeo com o percurso realizado pelo grupo:

“Quando você passa pelo lugar, não percebe muitas coisas. Nós já fomos com a preocupação de prestar atenção”, contou a participante Thaíssa Quiroga, estudante de arquitetura da FAU-UFRJ. Segundo ela, a atividade apresentou uma nova forma de olhar para o território.

O mapeamento também despertou a atenção do arquiteto mexicano Alain Flandes, mestrando do PROARQ-UFRJ (programa de pós-graduação em arquitetura da universidade Federal do Rio de Janeiro). “Para mim foi muito interessante porque a minha pesquisa foca em uma questão teórica de compreender o que é território e como as pessoas se apropriam dele. Sair da teoria e enfrentar a realidade dá uma perspectiva mais ampla”, disse.

Após percorrer 1,5km, a caminhada de quase 1h terminou na entrada da Escola Municipal Bolívar. Desse local, os participantes seguiram para a entrada do Estádio Nilton Santos, onde encontraram com as outras equipes. Ao retornar para a UFRJ, os grupos compartilharam suas experiências e os potenciais encontrados em cada trajeto.

Para Giselle Arteiro, coordenadora do grupo de pesquisa Ambiente-Educação, do PROARQ, o resultado do mapeamento proposto pela oficina foi bastante produtivo. Embora os participantes tivessem que seguir um roteiro de trajeto, eles não tinham uma definição prévia do que olhar. “Deixamos livre para que as equipes pudessem perceber o que seria um potencial educador”, explicou.

Arteiro afirmou que a atividade realizada na oficina também pode servir de inspiração para escolas que desejam conhecer os potenciais pedagógicos do local onde atuam. Para começar esse trabalho, ela sugere que as equipes escutem as crianças e tentem identificar como elas se relacionam com o território. Depois de levantar os espaços, a arquiteta também defende que a escola comece a buscar parceiros na comunidade. “A escola é da cidade, e a cidade é da escola. A ideia é derrubar o muro.”

Confira o trajeto realizado pelo grupo e os potenciais encontrados no território:

 


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educação integral, novos espaços, uso do território

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