Plataforma adaptativa facilita preparação para o TOEFL
Edusynch consegue identificar dificuldades de usuários em habilidades na língua inglesa e oferece relatórios de avaliação e exercícios direcionados às suas necessidades
por Carolina Lenoir 19 de julho de 2016
O nova-iorquino Sean Kilachand descobriu que havia algo inusitado no ensino de idiomas no país quando, em conversas com amigos brasileiros, soube que é comum um aluno estudar inglês durante anos e, ainda assim, tirar notas baixas em exames de proficiência. Empreendedor, ele enxergou nessa história uma oportunidade e mudou a trajetória da EduSynch, pioneira plataforma de ensino adaptativo especializada no treinamento para o exame TOEFL, teste de proficiência em inglês mais conhecido e aceito no mundo.
Com experiência em startups de educação e tecnologia, Sean se mudou para o país em 2013, ano em que a EduSynch foi selecionada em primeiro lugar pelo Start-Up Brasil, programa de aceleração do governo federal. Inicialmente, a ideia era focar no ensino adaptativo de matemática e ciências, mas o novo rumo levou à especialização no ensino de inglês. De acordo com Sean, o objetivo era criar uma plataforma que promovesse a individualização do treinamento e que democratizasse o aprendizado.
“Identificamos que os maiores problemas eram o custo e o tempo demandados nesse processo, muito caro e demorado. Além disso, com salas de aula cheias é muito difícil o professor individualizar o atendimento ao aluno, entender as suas fraquezas, o que precisa ser melhorado”, explica o CEO da EduSynch. Para ele, suprir essa lacuna só seria possível se houvesse uma ferramenta que personalizasse o sistema de feedback e ajudasse o professor a avaliar os alunos.
Para isso, a plataforma teria que preparar os estudantes para as quatro habilidades testadas pelo TOEFL – leitura, escrita, conversação e compreensão oral – por meio da simulação do exame real, mas também identificar as áreas que cada aluno sente mais dificuldade. Com a EduSynch isso é possível graças a um algoritmo que utiliza dados para entender as dificuldades específicas do estudante, adaptar a plataforma a partir delas e elaborar relatórios individuais de desempenho.
Segundo Sean, quanto mais o aluno pratica, mais a EduSynch aprende sobre suas habilidades individuais, hábitos de estudo, gerenciamento de tempo e retenção de conteúdo, o que permite à plataforma fornecer exercícios especificamente direcionados às suas necessidades. “Entre as funcionalidades disponíveis estão exercícios e simulados completos, avaliações individuais realizadas por profissionais internacionais e cálculo de notas projetadas para cada seção do exame”, afirma.
Originalmente, a EduSynch seria disponibilizada apenas por meio de um aplicativo para smartphones e tablets, mas um teste alfa realizado com alunos ligados à Fundação Estudar, em março de 2015, mostrou a importância de o treinamento também ser feito pelo computador, da mesma forma como o exame é realizado. Atualmente, a plataforma está disponível de forma integrada pela web e por um aplicativo para Android, lançado em abril deste ano e que já conta com cerca de 10 mil usuários cadastrados. Em breve, também será lançada a versão para iOS.
Sean afirma que o teste na Fundação Estudar também revelou pontos interessantes a respeito da cobrança pelos serviços prestados. “Percebemos que os alunos estão acostumados a baixar filmes, músicas e jogos pela internet e não pagar por isso. Decidimos não cobrar pelas práticas de reading (leitura) e listening (compreensão oral) e disponibilizá-las de forma gratuita e ilimitada”, explica o CEO, para quem a decisão vai ao encontro do objetivo de democratizar o aprendizado, independentemente da condição socioeconômica do aluno.
Por outro lado, as práticas de conversação e escrita são cobradas, pelo fato de a EduSynch contar com o trabalho de cerca de 200 avaliadores internacionais, certificados pelos exames BEC e TOEFL. De acordo com Sean, a ideia é que esses serviços sejam adquiridos pelas escolas, mas, a partir do próximo mês, os usuários também podem pagar de forma individual.
Além da parceria com a Fundação Estudar, projetos pilotos foram realizados em escolas de idiomas de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Por enquanto, o foco principal da EduSynch é o TOEFL, mas há planos para desenvolver ferramentas adaptativas para outros testes de proficiência em inglês, como o TOEIC, IELTS e Cambridge.