Participação: Como estimular a participação dos adolescentes na escola
por Grupo de Trabalho Anos Finais 20 de outubro de 2017
Escuta e comunicação: Criar, fomentar e institucionalizar espaços e momentos para a escuta atenta, ativa e efetiva dos estudantes, tanto nas escolas, quanto pelas secretarias de educação; incorporar o diálogo com os alunos à rotina escolar, criando oportunidades permanentes para que expressem suas demandas, opiniões e desejos, inclusive em relação à escola; inserir os adolescentes em debates sobre educação; estabelecer canais de comunicação direta dos alunos com gestores escolares, professores e comunidade.
Liderança entre os estudantes: Mapear líderes entre os estudantes, para que protagonizem ações na escola e estimulem os outros alunos a participar; mobilizar líderes de diferentes perfis, não apenas os que têm bom comportamento ou desempenho escolar.
Participação na gestão: Promover a cultura democrática, garantindo a participação efetiva dos estudantes nas reuniões, discussões e decisões da escola; estimular a criação e o fortalecimento de grêmios e outros tipos de organização estudantil e inseri-los de forma efetiva na gestão da escola, inclusive interagindo com os conselhos escolares, as associações de pais e mestres e outras instâncias afins.
Participação na aprendizagem: Acreditar que o estudante é parceiro e não opositor do processo escolar; inserir os estudantes como coautores de seu processo de aprendizagem e desenvolvimento e envolvê-los na construção de projetos político pedagógicos e propostas curriculares, bem como na escolha, sugestão e planejamento de práticas pedagógicas junto com seus professores; comunicar e discutir indicadores educacionais com os alunos para que contribuam com o planejamento das estratégias de intervenção; mapear práticas pedagógicas criadas com a participação de alunos e difundi-las entre as escolas.
Participação na transformação: Pensar em ações para transformar as escolas a partir da escuta dos adolescentes; valorizar e aproveitar as ideias e habilidades dos alunos como contribuição para a superação dos desafios da escola; dedicar tempo oficial na rotina escolar para engajar os alunos em projetos de melhoria da rotina e das práticas escolares.
Participação social: Criar e fortalecer espaços de protagonismo dos estudantes dentro e fora da escola, promovendo práticas pedagógicas com foco na solução de problemas reais e na realização de intervenções que melhorem o seu entorno; empoderar o estudante através do seu engajamento em projetos sociais de intervenção local que ampliem suas conexões com o seu território e oportunizem o exercício da cidadania.
Institucionalização: Criar e implementar políticas municipais e estaduais que estimulem a participação dos estudantes nas escolas; institucionalizar o grêmio estudantil em toda a rede; orientar as escolas na elaboração de planos para potencializar o engajamento dos estudantes dentro e fora da sala de aula; oferecer apoio financeiro para escolas que desenvolvem bons trabalhos de participação e estímulo ao protagonismo dos estudantes.
Formação para a participação: Promover formações para professores e alunos, com foco no protagonismo juvenil; preparar a equipe escolar e os estudantes para lidar com gestão democrática, participação estudantil (por que se engajar, como fomentar), mediação de conflitos (comunicação não violenta, facilitação, cultura de paz, justiça restaurativa), entre outros.
Princípios:
Reconhecimento: Valorizar e respeitar as diferentes formas de participação e organização dos adolescentes; criar mecanismos para valorização dos grêmios, coletivos, comitês, grupos de trabalho, representantes de turma, lideranças informais, entre outros.
Confiança: Fortalecer os laços de confiança, para que os educadores não se sintam ameaçados e os estudantes sintam-se encorajados a participar.
Pertencimento: Fortalecer o sentimento de pertencimento dos estudantes em relação à escola, para que eles vejam sentido e comprometam-se com a participação.
Senso crítico: Desenvolver o senso crítico, a capacidade de argumentação e o empreendedorismo dos estudantes para expandir a sua capacidade de participação.
Escolha: Oferecer espaço na gestão escolar e nas atividades curriculares para que os estudantes façam escolhas com base nas suas necessidades, interesses e projeto de vida.
Autoria: Criar oportunidades e condições para que os adolescentes construam projetos autorais.
Corresponsabilização: Desenvolver o sentimento de corresponsabilização dos alunos para com sua aprendizagem, sua escola e sua comunidade.
Sugestões de Atividades:
Caixas de sugestões: Disponibilizar caixas de sugestões em espaços estratégicos da escola para que os estudantes possam depositar bilhetes com suas dificuldades e propostas para melhoria da escola.
Pesquisas temáticas: Organizar pesquisas temáticas para os estudantes apresentarem sua opinião sobre diferentes assuntos da escola.
Fóruns temáticos: Organizar fóruns temáticos para os estudantes debaterem assuntos prioritários relacionados à escola.
Clubes temáticos: Apoiar a criação de clubes temáticos, em que os estudantes se responsabilizam por fiscalizar diferentes áreas da escola, como a merenda ou a estrutura física.
Rodas de conversa: Organizar rodas de conversa entre a gestão escolar e os alunos.
Assembleias: Realizar assembleia com os estudantes e a equipe da escola para resolver questões coletivamente.
Comitês de decisão: Criar comitês de decisão com mediação de alunos para que se envolvam em votações e escolhas colaborativas, mesmo que para pequenas ações da escola.
Jornadas pedagógicas: Criar jornadas pedagógicas com alunos dos Anos Finais para envolver os alunos no planejamento e melhoria da escola.
Desafios: Incentivar a aprendizagem por desafios; promover jogos, festivais e gincanas escolares com o objetivo de estimular os estudantes a participar da solução dos desafios da sua escola e comunidade.
Voluntariado: Trabalhar com projetos de voluntariado nas escolas, que complementem o currículo e sejam válidos nas avaliações.
Comunicação: Criar projetos de imprensa jovem, fomentando a criação de rádios, tevês, jornais, blogs, dentre outras mídias escolares geridas pelos estudantes.
Clube de estudos: Promover a criação de clubes de estudo entre/pelos/dos alunos.
Foco na cultura: Criar mais programas culturais nas escolas que ampliem o repertório e estimulem a produção autoral dos estudantes.
Sonhos: Mapear os sonhos dos estudantes da escola e utilizá-los como bússola para o trabalho com projetos.
Tutoria: Criar espaços de tutoria para acompanhar projetos desenvolvidos pelos alunos.
Professor da turma: Criar a figura do professor líder de turma, escolhido pelos alunos ou pelo Conselho de Classe, que assume a responsabilidade de realizar diálogo permanente com os estudantes, facilitar o seu contato com famílias, outros professores e gestores escolares, reunir e encaminhar suas sugestões para melhoria da escola, além de estimular e apoiar a sua participação em outras instâncias.
Intercâmbio: Promover o intercâmbio de estudantes e /ou organizações estudantis de diferentes escolas.