Censo Escolar mostra 650 mil crianças de 0 a 5 fora da escola. O que isso significa? - PORVIR
Florin Cristian Ailenei

Inovações em Educação

Censo Escolar mostra 650 mil crianças de 0 a 5 fora da escola. O que isso significa?

Período longe da escola prejudicou o desenvolvimento das crianças e as implicações futuras você pode conhecer melhor no podcast 'De 0 a 5'

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 1 de fevereiro de 2022

O Censo Escolar 2021, divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) identificou que o número de matrículas na educação infantil caiu 7,3% entre os anos de 2019 e 2021, em razão da pandemia da Covid-19 e da crise sanitária e financeira que atingiu as famílias.

Segundo informações da primeira etapa da pesquisa, 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola nesse período. O índice de crianças matriculadas em creches caiu 9% entre 2019 e 2021. A queda mais expressiva foi registrada em creches e escolas privadas, que apresentaram uma redução de 21,6% de 2019 a 2021. Na rede pública, a diminuição foi de 2,3%, mas o poder público (principalmente municipal) terá que se desdobrar para atender essas crianças de famílias que não têm mais como custear o ensino e universalizar o acesso a pré-escola nos próximos anos, uma meta do PNE (Plano Nacional de Educação).

Antes de falar dos impactos, uma breve recapitulação. Em 2020, quando a pandemia começou, as crianças não eram vistas como parte do grupo de risco de infecção do coronavírus. Este lugar ficou legado aos idosos, às pessoas com doenças crônicas ou preexistentes e expostas a aglomerações em ambientes fechados. Mas as crianças também sentiram e demonstraram isso de um jeito diferente. Como?

No podcast de 0 a 5, produzido pelo Porvir em parceria com a RNPI (Rede Nacional Primeira Infância), consultores educacionais, professores, lideranças escolares e famílias discutem o impacto do período em que crianças de escolas públicas e privadas estavam  longe da escola. E tudo isso em um contexto de horários apertados, sobrecarga de trabalho, envio de atividades por WhatsApp e isolamento social que trouxe implicações para o  desenvolvimento da criança.

Além disso, foi necessário construir a confiança das famílias e estabelecer uma comunicação que ia além de uma lista de tarefas, a fim de  manter famílias engajadas, apoiando na hora de brincadeiras ou de atividades iniciais de alfabetização.

E mesmo onde computador e internet de qualidade não são problema, levar a escola para dentro das casas também é um desafio, como mostra o episódio 2, que traz a participação de Mariana Galender, mãe da Helena e do Miguel, à época com cinco e nove anos, respectivamente.

O pediatra e médico sanitarista Daniel Becker contou no episódio 3 que os efeitos psicológicos foram múltiplos, tais como gagueira, sono interrompido diversas vezes durante a noite e uma “epidemia de monstros embaixo da cama”.

“De 0 a 5” também apresenta medidas importantes que devem ser tomadas por redes de ensino, escolas, professores e famílias para que crianças consigam superar as dificuldades do tempo que passaram longe da escola e atinjam um desenvolvimento pleno. A apresentação é de Marta Avancini e Ruam Oliveira. Você pode ouvir os cinco episódios pelo Spotify ou apertando play no tocador abaixo.

 


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coronavírus, educação infantil

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