Alunos criam sistema de polinização artificial durante aula maker
Professora de São Paulo (SP) conta como estimulou a turma a colocar a mão na massa para estudar sobre a importância das abelhas para a manutenção do planeta
por Patricia Rodrigues Papa 15 de janeiro de 2020
Sou professora de tecnologia educacional e atuo na rede privada da cidade de São Paulo há 20 anos. Sempre valorizei a aprendizagem criativa, abrindo espaço para a criação e o desenvolvimento de projetos inovadores durante as aulas, mas confesso que com a popularização do movimento maker e a constante mudança do perfil dos alunos, precisei buscar alternativas para estimular a criatividade e o pensamento crítico. Assim, sempre participo de cursos, palestra e oficinas para melhorar minha prática. E foi numa dessas oficinas que descobri novas possibilidades para desenvolver um trabalho criativo e com uma proposta diferenciada.
Neste contexto, nasceu projeto ‘Seja um inventor’, que foi aplicado para os alunos da turma de robótica das séries do 3º ao 5º anos. Primeiramente, escolhemos um tema. Numa roda de conversa, começamos a discutir a situação atual do nosso planeta e a hipótese de alguns recursos não existirem mais daqui uns anos. Foi aí que o tema sobre a extinção das abelhas surgiu e com ele a polinização.
Após assistirmos um vídeo sobre a importância das abelhas para a sobrevivência do planeta Terra, lancei o desafio: “Agora vocês são os inventores, precisamos construir uma nova tecnologia que faça o papel das abelhas”. Neste momento usei uma apresentação de slides para mostrar alguns importantes inventores, entre eles, Santos Dumont, Henry Ford e Steve Jobs.
Dividi a turma em trios e cada equipe inventou um nome para o protótipo e um nome para a equipe. Os alunos desenharam o projeto no papel, utilizando computadores para pesquisa.
A fase seguinte foi a “mão na massa”. Para colocar em prática o que eles planejaram, disponibilizei uma infinidade de materiais para a produção: sucata eletrônica reciclada, material de papelaria e descartáveis. A banca de material funcionou como uma lojinha onde eles compraram os itens principais. Depois, de acordo com a necessidade, iam buscando novos itens. Em nossa escola, temos um espaço maker para realização dessas atividades educativas com regras pré-estabelecidas. Nesta atividade, quando a regra era desrespeitada eles perdiam um item comprado na lojinha, como se fosse uma multa.
Depois do protótipo finalizado, cada equipe fez um vídeo explicando seu projeto. Além disso, os alunos ainda tiveram que elaborar a descrição de todo o processo para realizar a polinização através da máquina que tinham acabado de criar.
Patricia Rodrigues Papa
Professora de tecnologia educacional e robótica, atua em três escolas particulares na capital de São Paulo. Atualmente, com a popularização do movimento maker, realiza um trabalho de orientação para as professoras polivalentes da escola, a fim de que desenvolvam a aprendizagem criativa com seus alunos.