Aplicativos no Facebook ajudam a estudar para o Enem
Ligado no Enem e Saiba Mais Enem são exemplos de ferramentas que usam os recursos atrativos da rede social para ensinar
por Patrícia Gomes 16 de julho de 2012
Foi-se o tempo em que, para estudar, o vestibulando tinha necessariamente que se trancar no quarto, se afastar de tudo e de todos e resolver extensos simulados nas apostilas dos cursinhos. Hoje, com o mundo virtual cada vez mais cheio de ferramentas educacionais, até as redes sociais têm se tornado um ambiente de aprendizagem. De olho nessa tendência, os aplicativos para Facebook Ligado no Enem e Saiba Mais Enem oferecem, cada um à sua forma, preparação on-line para o Exame Nacional do Ensino Médio.
“Os pais têm a ilusão de que o filho vai sentar e estudar. Hoje, o aluno ouve música, responde a uma mensagem de um amigo na internet e estuda. Tudo ao mesmo tempo. Nós nos apropriamos desse ambiente para oferecer o aplicativo. A aula não pode mais ser chata. Só giz e lousa não funciona mais”, diz Marco Contreras, diretor executivo da Digiminds, empresa que desenvolveu o Ligado no Enem. “Isso é o que nos Estados Unidos é chamado de social learning, aprendizado via redes sociais. É uma tendência forte”, completa ele.
A ferramenta oferece um pacote gratuito em que é possível assistir a mais de 50 videoaulas, que duram entre 30 e 40 minutos, das disciplinas do ensino médio e 50 videodicas, em pílulas de até quatro minutos. Além das imagens dos professores, que fazem parte da equipe da Digiminds, os vídeos também trazem slides e animações como recurso pedagógico. Para usar o conteúdo, o aluno precisa apenas acessar o aplicativo pelo seu perfil no Facebook e dar as permissões de configuração exigidas.
Em cerca de um mês e meio, o Ligado no Enem já foi usado por 115 mil usuários, todos na versão gratuita. A partir desta semana, o pacote Premium, que é pago, passará a ser disponibilizado com outras funcionalidades e mais possibilidades de interação. Nessa versão, estarão disponíveis 234 videoaulas, mais de 700 exercícios com resposta automática e uma coletânea de questões do Enem resolvidas em vídeo. Está previsto ainda um espaço semanal para tutoria, em que um professor fica disponível on-line para tirar dúvidas sobre um tema. Os assuntos desse plantão de dúvidas virtual são previamente definidos, e os alunos precisam se inscrever. Há duas possibilidades de pacote, um que custa R$ 39,90 e dá direito a 25 horas de acesso e outro que custa R$ 139,90 para 150 horas.
Assista a uma videodica em que o professor de biologia explica por que bebida alcoólica e antibióticos não combinam.
Saiba Mais Enem
Também na onda dos aplicativos educativos para Facebook, o Saiba Mais Enem propõe, nas palavras dos idealizadores, “tornar um processo penoso numa preparação divertida”. Por isso, a ferramenta traz questões no estilo do exame, mas organizadas em formato de jogo, com áudio e imagens muito próximos a aplicativos de games tradicionais. A cada resposta correta, o jogador-aluno soma pontos e vai avançando de fase. Quanto mais rapidamente ele completa as fases, mais pontos ganha. A versão grátis permite que o estudante acesse, por dia, um número determinado de questões. Na forma paga, que custa R$ 199, o aluno tem acesso ilimitado.
“Os games tradicionais são quizzes, caça-palavras. Eles podem até ser interessantes pedagogicamente, mas são muito mal acabados. O que quisemos foi trazer para a educação o que dá ao menino vontade de jogar. O jogo é bonito, tem animação, som e a parte social, de interação, muito bem pensada”, afirma Américo Amorim, presidente da Daccord, empresa especializada em plataformas educacionais que desenvolveu o game.
Quando Amorim fala de interação, ele se refere a funcionalidades que permitem que os estudantes compartilhem – ou não – o seu desempenho, seja ranqueado entre seus amigos e mostre para pais e professores com perfil nas redes sociais que ele está usando o Facebook para estudar.
O jogo se baseia em um banco composto por 3.000 questões de edições anteriores do Enem ou elaboradas por professores de pré-vestibulares de todo o país. A intenção, diz Amorim, é que a partir do fim do ano elas sejam calibradas também pela TRI (Teoria de Resposta ao Item), metodologia usada no exame nacional que permite que provas de anos diferentes sejam comparáveis e que questões de diferentes graus de dificuldade tenham pontuações diferentes. “O jogo também está sendo aperfeiçoado. A cada semana, entra uma novidade”, diz Amorim.