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Inovações em Educação

Blogs ajudam estudantes a aprender história

Sites oferecem conteúdos lúdicos e gratuitos para professores e alunos e ainda trabalham no combate ao racismo e ao preconceito

por Vagner de Alencar ilustração relógio 11 de julho de 2012

No início, ele era um simples blog criado por um professor para incrementar suas aulas. A tentativa era de aproveitar os diferentes dispositivos e recursos gratuitos da internet para ensinar história. A ideia deu certo. Tão certo que a plataforma cresceu para além das salas de aula de escolas catarinenses e se tornou referência no país para o ensino on-line.

Criado pelo arqueólogo e historiador Michel Goulart, o blog História Digital, que no próximo mês completa três anos no ar, coleciona prêmios. Seus perfis no Twitter e Facebook foram indicados, este ano, pelo Guia do Estudante como um dos melhores espaços para estudar nas redes sociais. Em 2010, o site ganhou o prêmio de melhor blog de história pelo IPHR (Instituto de Pesquisa Histórica Regional).

A plataforma surgiu com a ideia de debater o uso das mídias na educação e trazer experiências mais criativas para a sala de aula. De forma gratuita, o blog reúne conteúdos como resumos de matérias, videoaulas, jogos, visitas virtuais em 3D a museus e outros ambientes, além de exercícios específicos para pré-vestibulandos e concurseiros.

História Digital Facing Historycrédito AM Design / Fotolia.com

Professor de história desde 2001, Goulart revela a preocupação em criar metodologias que tornem o ensino mais interessante. “A área de história possibilita o uso de diferentes ferramentas. O blog nasceu como forma de agregar esses múltiplos recursos e, ao mesmo tempo, possibilitar uma interação mais direta com os alunos”, afirma.

Na própria plataforma, os estudantes podem jogar e aprender, por exemplo, os segredos da civilização maia ou saber como se vestiam os ingleses durante a Era Tudor e a Era Vitoriana

Em 2009, quando foi criado, o blog educativo atingia apenas os 300 alunos de Goulart, hoje, são mais de 3 mil “estudantes virtuais” diários. “Considero cada um desses usuários como um aluno meu”, afirma o professor. Segundo ele, por mês, são, em média, 200 mil pageviews (páginas vistas). “De acordo com estatísticas, hoje, 82% dos alunos buscam alguma forma de aprendizado pela internet”, diz.

Embora voltado principalmente para estudantes de ensino fundamental, médio e pré-vestibulandos, a plataforma pode ser acessada por qualquer pessoa que tenha interesse pela matéria. “Os professores utilizam muito a seção de jogos e também os infográficos, que são alternativas mais lúdicas para o ensino da disciplina. Além disso, outro recurso são as listas, que são formas lúdicas de entender sobre diferentes curiosidades, tornando o aprendizado mais interessante”, afirma.

Na própria plataforma, os estudantes podem jogar e aprender, por exemplo, os segredos da civilização maia ou saber como se vestiam os ingleses durante a Era Tudor e a Era Vitoriana. Ou ainda fazer uma visita virtual, em 3D, a locações como Capela Sistina, museus brasileiros e internacionais, cavernas e monumentos que fazem parte da história universal.

História pelo mundo

Fora do Brasil, outro blog de história ajuda professores a ensinarem a disciplina de forma mais reflexiva e contemporânea, trabalhando no combate ao racismo, ao antissemitismo e ao preconceito. O Facing History and Ourselves, projeto realizado por uma organização internacional de desenvolvimento educacional e profissional, promove a ideia de que a educação é chave para combater a intolerância e ferramenta para alimentar a democracia.

Como eles mesmos explicam em vídeo institucional:  “A história é feita de escolhas. Para se fazer melhores escolhas, é necessário formar alunos que façam perguntas e não fiquem em silêncio, que tenham empatia e não se baseiem em estereótipos, e que pensem criticamente e não se conformem. Em outras palavras, façam escolhas éticas.”

Assista ao vídeo abaixo, em inglês:

 

Na plataforma, estão disponíveis gratuitamente recursos como publicações, planos de aulas, vídeos, indicação de listas de livros e outras dicas que auxiliam os educadores a encontrar melhores formas de trabalhar a história com seus alunos e, especialmente, a lidar com temas relacionados à injustiça.  A ideia é também aumentar o desempenho acadêmico dos alunos e reforçar consciência cidadã.

Anualmente, mais de 2 milhões de alunos são atingidos pelo programa que já auxiliou cerca de 29 mil professores em diversas parte do mundo

Segundo os coordenadores do projeto, anualmente, mais de 2 milhões de alunos são atingidos pelo programa, que já auxiliou cerca de 29 mil professores em diversas parte do mundo. O programa oferece capacitação aos educadores por meio de seminários, workshops e aperfeiçoamento on-line. Além disso, na própria plataforma, os professores podem utilizar planos de aulas aplicáveis a alunos de qualquer idade.

Uma estratégia de aula, por exemplo, é estimular a escrita de poemas. A partir do levantamento de questões como “Quem sou eu?”, “Onde estou?” ou “De onde vim?”, os estudantes podem, de maneira criativa, demonstrar o que sabem sobre figuras históricas ou literárias. Esta metodologia também ajuda a estimular aspectos relacionados a identidade, gênero, etnia e preconceito. A ideia é que, ao serem compartilhados, os escritos possam construir e fortalecer ainda os relacionamentos em sala de aula.


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