Brasil terá Olimpíada Mundial de Empreendedorismo
Evento premiará projetos de tecnologia e inovação de alunos de graduação e pós e será simultâneo aos jogos olímpicos do Rio
por Marina Morena Costa 5 de outubro de 2012
No Dia do Empreendedor, uma boa notícia para os jovens que têm esse espírito: o Brasil pretende realizar em 2016, junto com os jogos olímpicos do Rio de Janeiro, a Olimpíada Internacional de Tecnologia, Empreendedorismo e Inovação (Oitei). Estudantes de graduação e pós-graduação do país e do mundo inteiro irão competir por medalhas que premiarão os melhores projetos de desenvolvimento inovadores e sustentáveis.
Um comitê olímpico educacional foi recentemente instalado no Instituto Inova em São Carlos, interior de São Paulo, para começar a estruturar a competição multidisciplinar, uma iniciativa pioneira no mundo. Os trabalhos iniciais são coordenados pelo físico e professor titular da Universidade de São Paulo (USP) Sérgio Mascarenhas de Oliveira, também presidente honorário da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e autor do projeto.
Os objetivos são promover iniciativas de inovação dos diversos países participantes, criar uma rede de relacionamento entre os estudantes e pesquisadores e mobilizar talentos para pensar soluções inovadoras em prol do desenvolvimento social e econômico. A ideia é formar uma rede de comitês da Olimpíada Internacional de Tecnologia, Empreendedorismo e Inovação no Brasil e no mundo, possibilitando que o evento se torne uma tradição, assim como os jogos esportivos.
“Estamos animados em dar um aspecto novo à Olimpíada e mostrar que a inovação é o motor para o progresso e por condições mais justas. Sobretudo com a situação socioeconômica atual do mundo, neste contexto de crise econômica, desemprego e demanda por energia”, diz Oliveira, que também coordena o Instituto de Estudos Avançados de São Carlos, da USP.
Para o especialista, a realização da olimpíada internacional concomitantemente aos jogos do Rio é uma oportunidade singular para difundir a inovação e o empreendedorismo de tecnologia entre os jovens e estudantes de nível superior, em diversos países. “Bilhões de pessoas estarão com os olhos voltados para cá. Como o Brasil tem um problema central na educação, achei que deveríamos aproveitar e levantar o tema.”
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é simpatizante da ideia. Em diversas ocasiões, Mercadante mencionou que a herança olímpica deixada para as futuras gerações é o espírito olímpico ligado ao conhecimento e ao esporte. O comitê olímpico educacional pretende obter apoio das empresas brasileiras, grandes beneficiadas pelas inovações, e buscar parcerias internacionais, começando pela América Latina e África. Uma etapa nacional deverá ser realizada já no ano que vem para estruturar a competição.
Segundo Oliveira, a ideia foi recebida com entusiasmo pelo Ministério da Educação, CNPq, Capes, Finep e pela Unesco. O Ministério da Ciência e Tecnologia contribuiu com um pequeno aporte de recursos para a instalação do comitê. O MEC afirma que o projeto está em estudo e ainda não tem detalhamentos sobre como ele será desenvolvido.