CIEB lança estratégias de aprendizagem remota para escolas públicas
Material orienta gestores de secretarias de educação no desenvolvimento de atividades pedagógicas durante a pandemia do coronavírus COVID-19
por Redação 6 de abril de 2020
Para apoiar secretarias a oferecer atividades pedagógicas durante a pandemia do coronavírus COVID-19, o CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) anuncia nesta segunda-feira (6) o lançamento do material Estratégias de Aprendizagem Remota para Secretarias de Educação. O material está dividido em em cinco eixos diferentes para que os gestores públicos possam se inspirar e desenvolver seus próprios modelos de aula (baixe os arquivos aqui):
– Transmissão de aulas e conteúdos educacionais via televisão;
– Videoaulas gravadas e disponibilizadas em redes sociais;
– Aulas ao vivo e online transmitidas por redes sociais;
– Envio de conteúdos digitais em ferramentas online;
– Disponibilização de plataformas de ensino online.
As sugestões do CIEB levam em conta além da realidade local de cada rede de ensino, outros três pontos fundamentais: disponibilidade de infraestrutura e conectividade, conhecimentos técnicos da rede e a possibilidade de mobilização da comunidade escolar.
“Esses modelos foram criados para serem usados de forma muito prática pelo gestor de educação pública”, afirma Jean Rafael Tomceac, coordenador de educação do CIEB. Ao identificar as necessidades dos estudantes e as ferramentas que os gestores têm à disposição, a rede deve se questionar: o estudante tem internet ou é melhor pensar em uma videoaula transmitida pela televisão? Pelo celular ele consegue acompanhar uma transmissão de vídeo ao vivo pelo Facebook, por exemplo?
Diagnóstico de redes
O material com as orientações divulgado nesta segunda-feira tem origem na pesquisa Planejamento das Secretarias de Educação do Brasil para ensino remoto, realizada pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) em parceria com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e a Fundação Lemann, mostra um cenário bastante desafiador para manter o ensino e a aprendizagem no momento de pandemia do coronavírus COVID-19.
O estudo teve respondentes de 3.032 secretarias de educação de todo o país, dos quais 3.011 municipais (54,5% do total nacional) e de 21 secretarias estaduais (77,8% do total nacional). A consulta foi realizada entre os dias 24 e 26 de março.
Embora 2.520 secretarias municipais (84% dos respondentes) já tivessem emitido normativas específicas – a maior parte delas determinando a suspensão das aulas presenciais ou o adiantamento de férias ou recesso escolar –, 63% ainda não tinham uma orientação sobre qual estratégia de ensino remoto deve ser adotada neste período.
Até o momento em que responderam ao questionário, as principais diretrizes aplicadas pelos municípios tinham sido a oferta, via redes sociais, dos seguintes conteúdos para que os estudantes acessem em casa:
– Envio de materiais digitais pelo professor aos estudantes da sua turma (18,9%)
– Envio de orientações genéricas via redes sociais para que seus estudantes acessem em casa com apoio de livros didáticos (12,4%)
– Disponibilização de videoaulas gravadas pelos professores e enviadas aos estudantes pelas redes sociais para que eles assistam em seus aparelhos em casa (7,45%)
– Para os alunos que não têm equipamentos ou conectividade em casa, 6,4% das secretarias municipais vêm disponibilizando material impresso (apostilas, livros didáticos e/ou outros) com atividades a serem realizadas pelos estudantes.
Na esfera estadual, 40% das secretarias participantes afirmaram contar com um processo mais estruturado sobre como irão proporcionar a aprendizagem remotamente, elegendo plataformas online, disponibilização de videoaulas gravadas via redes sociais e compartilhamento de materiais digitais via redes sociais como estratégias prioritárias.
A distribuição do conteúdo didático durante o período de quarentena não é o único ponto de atenção levantado pela pesquisa. Mais de 85% das secretarias respondentes (tanto estaduais quanto municipais) não sabiam ainda como fariam o registro de presença nem a avaliação de aprendizagem dos estudantes sobre este período.
* Confira a publicação completa no site do CIEB.