Cursos online e gratuitos dão dicas para usar tecnologia em sala de aula
Formações ajudam educadores a incorporar redes sociais e objetos digitais no processo de ensino-aprendizagem
por Maria Victória Oliveira 2 de maio de 2016
Apesar de poucas pessoas viverem distantes da tecnologia atualmente, muita gente ainda tem dificuldade de inserir os dispositivos móveis e a internet em determinadas situações cotidianas. Um exemplo disso é a sala de aula. Não é incomum encontrar professores e professoras que sentem-se inseguros em incorporar esses novos instrumentos na prática de ensino-aprendizagem.
Pensando nisso, Paula Furtado e Ana Rute Mendes criaram a plataforma Tec Sala de Aula. “A gente expandiu o único curso que nós tínhamos, o tecnologia para sala de aula, o transformamos em outros cursos e passamos a nos chamar Mupi”, conta Paula. Hoje, a startup define os temas das formações de acordo com a demanda dos professores.
Segundo Paula, a sala de aula também precisa passar por uma transformação. “Não adianta levar uma tecnologia que seja de acesso global e tenha concepção de colaboração sendo que a sala de aula ainda é feita de um pra um, cada aluno na sua carteira, todos enfileirados”. Ela defende que é preciso mudar esse formato “fechado”.
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Por isso, os cursos de formação da Mupi têm o objetivo de mudar a escola a partir de uma ação mais imediata. “As nossas formações são para esse momento de transição pelo qual as escolas estão passando. Os ensinamento precisam ser bem práticos para realmente serem úteis pro dia a dia do professor agora”.
Atualmente, estão disponíveis quatro cursos para que educadores possam conhecer melhor as possibilidades de ferramentas tecnológicas para aplicá-las em sala de aula e usá-las como aliadas. Todos são gratuitos e assíncronos. Isso significa que as atividades e “aulas” estão sempre disponíveis para que o cursista escolha qual é o melhor horário para acessar a formação.
Apesar da não obrigatoriedade do horário, Ana Rute e Paula, que são as instrutoras das quatro formações, disponibilizam acompanhamento contínuo, seja pelo fórum, email ou WhatsApp (em alguns casos), para que os inscritos tirem dúvidas sobre os conteúdos. “Nós optamos pelos cursos serem assíncronos porque a gente sabe que é muito complicado que o professor organize um calendário imediatamente para se dedicar a estudar. Nós não queremos oferecer mais uma pressão, mas uma oportunidade para ele se sentir aliviado, sabendo que tem o tempo que precisar para concluir o curso”, defende Paula. Segundo ela, um artifício usado para manter o interesse e atenção dos professores-alunos é fazer cursos temáticos e de curta duração. Os quatro minicursos citados anteriormente demandam aproximadamente cinco horas de dedicação.
Com exceção do curso teórico Reflexões sobre tecnologia, educação e sociedade, todas as formações da Mupi concedem certificado aos participantes. Entretanto, é necessário que o aluno entregue a atividade final para que o certificado seja emitido. “As atividades finais têm uma mesma proposta, que é a construção de um plano de aula ou uma sequência didática, usando o que eles aprenderam no curso aplicado à área na qual atuam”, ressalta Paula.
Reflexões sobre tecnologia, educação e sociedade
Dividido em quatro grandes temas, esse curso tem como objetivo repensar a relação entre educação e tecnologia. Os temas são: Estamos no Século 21: o que isso mudou na escola?; Tecnologia, educação e sociedade; Dimensões apontadas pelo Estudo do Pisa e Um caso de inovação na educação em uma escola pública.
Também dividido em quatro temas, a formação leva educadores a conhecerem bancos gratuitos de objetos de aprendizagem para diferentes mídias, além de dar dicas sobre a ferramenta Pinterest, que pode ajudar a preparar as aulas.
Como utilizar o Twitter em sala de aula
Para ficar por dentro da difícil missão de escrever uma mensagem com no máximo 140 caracteres, o curso ensina como o Twitter pode ser utilizado em atividades com seus alunos. A formação é dividida nos temas: O que é o Twitter, Conheça os recursos do Twitter, Twitter e educação, Comportamento e ética nas redes sociais e Como utilizar o Twitter em suas aulas.
Segundo Paula, a formação não faz do professor um usuário da rede social. “O professor precisa mexer no Twitter pra entender o que está acontecendo no curso. É importante que ele tenha esse contato pra aproveitar o ambiente do curso e tirar dúvidas”.
Google News: Seu jornal interativo em aula
Dividido nos temas: conheça o Google News, Entenda como essa ferramenta funciona e sugestões de atividades utilizando o Google News, o curso mostra como essa ferramenta pode ser utilizada com os alunos dentro da sala de aula.