Ensino de história em Portugal perpetua mito do ‘bom colonizador’
por Redação 31 de julho de 2017
A pesquisadora portuguesa Marta Araújo, do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, aponta que os livros didáticos do país “escondem o racismo no colonialismo português e naturalizam a escravatura”. Seu trabalho, realizado entre 2008 e 2012, envolveu a análise dos cinco livros mais vendidos para alunos de 12 a 14 anos, além da investigação de políticas públicas, entrevistas com historiadores e educadores e o acompanhamento de aulas e oficinas com estudantes.
Na conversa com estudantes, os movimentos de revolta das populações escravizadas causaram surpresa. Até o verdadeiro significado dos quilombos ─ destino dos escravos que fugiam – foi “descoberto”, uma vez que nos livros eles são representados como “locais onde os negros dançavam em um dia de festa”. Para Marta, ainda hoje perdura a narrativa de que o colonialismo português foi amigável e resultou em sociedades multiculturais e multirraciais – e o Brasil seria um exemplo.
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