Estudos sobre etnia ganham destaque no currículo de Yale - PORVIR

Inovações em Educação

Estudos sobre etnia ganham destaque no currículo de Yale

Grade voltada para alunos do college, que ainda não estão na graduação, tem se tornado cada vez mais interdisciplinar

por Patrícia Gomes ilustração relógio 27 de abril de 2012

A Universidade de Yale criou um foco de concentração em etnia para os alunos do seu college. O programa Etnia, Raça e Migração (livre tradução de ER&M, The Ethnicity, Race and Migration Program) apresenta as diferentes etnias por meio de uma abordagem transdisciplinar, com matérias que vão desde a diáspora da Nigéria e do México até o feminismo.

Nos Estados Unidos, os colleges oferecem uma formação geral e ainda não profissionalizante para os estudantes que cursam a primeira etapara do ensino superior. Nesses cursos, os alunos podem optar por focos majoritários de concentração de seus estudos – como tecnologia, saúde ou economia– e focos minoritários – como imigração latina. Até o ano passado, o programa que reúne estudos sobre etnia, raça e migração não era considerado por Yale como uma grande área do conhecimento.

“O ER&M me dá ferramentas para olhar para o mundo a partir de uma perspectiva acadêmica”

“A variedade de perspectivas oferecidas nesse curso permite que os estudantes pensem internacionalmente e transnacionalmene sobre processos históricos e comtemporâneos”, afirmou Stephen Pitti, diretor do ER&M, ao Yale Daily News. Eb Saldana, 14, aluna do programa, diz que ao estudar sobre as etnias e as migrações com métodos e abordagens diferentes, consegue ter um panorama geral e mais condição de avaliar processos de formulação de políticas públicas e interações sociais. “O ER&M me dá ferramentas para olhar para o mundo a partir de uma perspectiva acadêmica”, disse a jovem.

Os estudos sobre etnia não foram os únicos a ganharem importância nos últimos anos nessa tentativa de Yale de tornar o curso de formação geral cada vez mais abrangente. De 2007 para cá, outros programas interdisciplinares também foram promovidos a foco majoritário de estudos, como relações globais, artes e tecnologia, Oriente Médio e Sul da Ásia.

Para Beatrice Gruendler, uma das diretoras do programa de estudos sobre o Oriente Médio moderno, lançado em 2008, a abordagem interdisciplinar é fundamental na hora de retratar a complexidade de uma região que reúne bilhões de pessoas e tantas tradições.

No Brasil, há alguns exemplos que se aproximam ao college americano. Na Unicamp, o recém-lançado Profis oferece um curso de formação geral de dois anos a alunos de escolas públicas selecionados via Enem. Com uma grade interdisciplinar, o curso permite que os alunos tenham contato com assuntos tratados na graduação antes de optarem pela carreira a seguir. (Leia aqui matéria sobre o Profis)


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