Gênios trocam prestígio por sonho de melhorar educação
Start-up lançada por algumas das mentes mais brilhantes do país desenvolve ferramentas que personalizam o ensino
por Redação 3 de maio de 2012
O que mentes jovens e brilhantes podem fazer para melhorar a educação brasileira? Um grupo de gênios abriu mão de status, cargos, salários e posições nas principais empresas multinacionais para lançar a Geekie, uma start-up que customiza o processo de ensino-aprendizagem por meio de tecnologias inovadoras. Todos com o sonho de levar as oportunidades educacionais que tiveram a um maior número de pessoas.
O primeiro passo foi pensar maneiras de identificar as deficiências na aprendizagem dos alunos e orientar o estudo de forma individualizada. Para isso, desenvolveram uma ferramenta chamada Diagnóstico Personalizado Geekie, voltada a alunos do ensino médio.
Por meio de um exame de múltipla escolha, no estilo Enem, o software consegue apontar quais conteúdos o aluno não aprendeu corretamente e sugere tópicos que precisam ser mais bem trabalhados. “Percebemos que as ferramentas de avaliação hoje disponíveis são muito rudimentares. Então criamos uma que trouxe mais inteligência para esse processo”, diz Claudio Sassaki, que deixou uma carreira bem sucedida no mercado financeiro para fundar a start-up juntamente com Eduardo Bontempo, Alfredo Sandes, Cesar Kawakami, Leonardo Carvalho e Rodrigo Almeida.
Por trás da porcentagem
Um exemplo que ilustra as potencialidades da ferramenta é o de Gabriela (nome fictício), uma das melhores alunas de uma escola estadual localizada em São Miguel Paulista, na periferia de São Paulo. Gabriela participou dos testes da ferramenta e, nas provas de matemática, tinha dificuldade com porcentagem. Ela entendia a teoria, mas, por algum motivo, não chegava ao resultado final. A plataforma identificou que a deficiência da aluna não era em porcentagem, mas em fração, conceito anterior que a estudante já deveria ter aprendido.
“Ela não entendia que 50% era 1/2. Imagina o desafio e a força de vontade que essa aluna teve para tentar aprender todo o conteúdo que veio depois de fração, sem saber fração”, disse Sassaki. Sem a ferramenta, afirma o empreendedor, Gabriela dificilmente conseguiria identificar essa lacuna. “Um professor dá aula em várias escolas e não consegue atender os alunos individualmente. Nós conseguimos”, orgulha-se.
Além desse diagnóstico preciso, o software também é capaz de mostrar em quais faculdades o aluno teria nota de corte suficiente para se inscrever. E ainda apontar os conteúdos que ele precisa estudar mais para alcançar o mínimo exigido pelo curso de sua preferência.
Customização em massa
Mas a equipe da Geekie não ficou apenas no diagnóstico. Uma vez identificadas as lacunas de formação, o grupo trabalha agora em um novo projeto, que será lançado no segundo semestre. A chamada Plataforma Adaptativa de Aprendizagem vai complementar a tecnologia oferecendo ensino customizado para cada aluno.
Para Sassaki, a principal inovação do projeto é transferir o foco do conteúdo para o aluno e seu processo de aprendizagem. “Estamos encontrando formas de personalizar o conteúdo para cada pessoa e maximizar o aprendizado de cada um. É isso que a tecnologia hoje permite em larga escala.”
Em um ambiente gamificado (orientado pela lógica dos games) com um quê de rede social, o aluno terá acesso aos conteúdos das disciplinas de acordo com o seu nível de conhecimento e poderá escolher o formato que lhe parecer mais adequado para aprender – vídeos, textos, games, fóruns. Pais e professores poderão acompanhar o desempenho dos alunos, contribuindo para o seu desenvolvimento.
A ferramenta ainda está em fase de teste, mas todos na equipe da Geekie acreditam que ela pode revolucionar a educação. E, por equipe, leia-se jovens talentos que exibem currículos de peso, como primeiros lugares nos vestibulares nacionais, graduações com menção honrosa no ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, centenas de medalhas em olimpíadas e maratonas de tecnologia, física, química e matemática, além de atuações em grandes empresas de inovação como Google, Microsoft e Facebook.
Alguém duvida que eles sejam capazes?