Haddad define 3 focos pedagógicos para a educação em São Paulo
por Patrícia Gomes 18 de fevereiro de 2013
O Inspirare/Porvir e o Todos Pela Educação receberam nesta segunda-feira, 18 de fevereiro, o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário municipal de Educação, Cesar Callegari para a quarta edição da Série de Diálogos O Futuro Se Aprende com representantes da sociedade civil e da mídia. Durante o evento, eles traçaram um panorama dos desafios que devem permear os quatro anos de governo que agora se iniciam, mas lançaram um olhar para frente, com três grandes focos pedagógicos: a utilização do espaço dos Ceus para cursos de mestrado voltado para o professor, um programa de incentivo à docência e a adoção do modelo de educação integral desenvolvido pelo MEC no Mais Educação.
“A tarefa do Callegari não é fácil”, brincou o prefeito, ao mencionar que, das 39 cidades da região metropolitana de São Paulo, a capital está no 34o lugar no Ideb, considerando ainda que uma das cidades não tem o indicador. A ideia de Haddad é transformar os Ceus, que nasceram com a ideia de serem espaços abertos à comunidade em polos da Universidade Aberta do Brasil, um sistema integrado por diversas instituições públicas do país que oferecem educação a distância. Ao levar a UAB para os Ceus, a intenção é que o professor tenha facilidade em completar seu curso de mestrado, que pode até ser profissional, perto de casa, num ambiente que ele já conhece. “O professor tem que se sentir pertencente a um centro de formação. Nós já estamos fazendo o credenciamento e convocando universidades para início imediato”, disse Haddad.
Já quanto à iniciação à docência, o prefeito afirmou que a bolsa Pibid é uma possibilidade concreta de fazer com que o aluno de licenciatura transite e leve o que acontece na escola para a academia. O programa, que é do governo federal, dá bolsas de iniciação à docência a alunos de cursos presenciais que façam estágio em escolas públicas. A ideia é conceder ao menos 3 mil bolsas para estudantes que optem por fazer seu tempo de prática na rede municipal.
É esse bolsista que pode ajudar a rede municipal, diz Haddad, no aumento da jornada de 4 h para 7 h e na adoção do Mais Educação, programa de educação integral também do governo federal. Com a limitação física de espaço, fazer com que os alunos fiquem mais tempo na escola pode significar que eles fiquem mesmo fora dela. “Nós subordinamos os demais equipamentos públicos [biblitecas, praças, museus] à lógica da cidade educadora, ampliando os espaços de aprendizagem. É uma lógica de acolhimento”, diz o prefeito, que quer começar pelas escolas de Ideb mais baixo.
“A cidade educadora é uma oportunidade de termos políticas públicas nas subprefeituras, na formação de cidadãos”, defendeu Maria Alice Setubal, da Fundação Tide Setubal. A necessidade da formação de cidadãos também foi ressaltada por Oded Grajew, da rede Nossa São Paulo. “As pessoas que saem das escolas devem sair como cidadãos paulistanos, que cuidam das ruas, que obedecem as leis, que respeitem os idosos, as mulheres grávidas, os pedestres. Eles precisam conhecer a cidade, porque quem não conhece a cidade, não cuida dela.”
Convocação do secretário
Quanto ao deficit de vagas em creche, tanto prefeito quanto secretário de Educação admitiram que, sozinha, a administração não vai conseguir sanar esse problema. Já está prevista a construção de 200 creches, com capacidade média de 150 crianças, o que adicionaria 30 mil vagas a um sistema que carece de quase 100 mil postos. “O governo vai fazer a sua parte para expandir, qualificar e manter a rede conveniada, mas acreditamos que uma quantidade grande de empresas pode ter o apoio técnico e financeiro da Secretaria para oferecer essas vagas para os filhos de seus funcionários e para as crianças da comunidade do entorno”, diz Callegari. A convocatória foi recebida com interesse pelos participantes.
“Na reunião de hoje, vimos uma mobilização inicial de uma grande rede. Nós temos a responsabilidade de não deixar essa oportunidade de lutar pela melhoria na educação de São Paulo melhorar”, disse Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, parceira do evento.
Leia matérias de outros veículos sobre o encontro:
Estadão
Todos Pela Educação
CBN – Blog Fabíola Cidral
CBN – Mais São Paulo
UOL
R7