Itinerários Formativos auxiliam o ensino bilíngue no Novo Ensino Médio
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Inovações em Educação

Itinerários Formativos auxiliam o ensino bilíngue no Novo Ensino Médio

Os desafios para adaptar idiomas adicionais ao novo ensino médio podem ser superados com apoio dos itinerários formativos e projetos de vida.

Parceria com Edify

por Ruam Oliveira ilustração relógio 14 de junho de 2022

O Novo Ensino Médio traz consigo uma série de desafios. Além dos ajustes que as escolas precisam fazer em relação à carga horária, organizar também uma estrutura curricular que comporte os Itinerários Formativos e Projetos de Vida, por exemplo, requer, no mínimo, um olhar atento para o estudante que a escola deseja formar. 

Como a educação bilíngue se encaixa nessa equação? Viviane Jesuz, educadora pedagógica no Edify, comenta que, de fato, uma das grandes questões quando o assunto é o Novo Ensino Médio é olhar para a educação bilíngue. “As disciplinas em língua inglesa podem fazer parte dessa estrutura nova tanto na formação geral básica, onde o inglês é um componente curricular obrigatório, quanto também dos itinerários, onde a formação em língua inglesa pode favorecer muito”, comenta. 

Ela explica que abarcar a língua inglesa nos itinerários pode favorecer, por exemplo, estudantes que querem tentar estudar fora do país ou que estão em busca de consolidar o idioma como sua língua adicional. Mais de 35 países ao redor do mundo falam inglês como língua oficial e cerca de 978 milhões de pessoas utilizam o idioma como língua secundária. 

Essa noção de estar em concordância com os projetos do estudante pode ser um facilitador, mas também merece um olhar atento. Tatiana Ourique, coordenadora do Itinerário Bilingual Talks do Colégio Dom Feliciano, em Gravataí (RS) destaca que a principal adversidade é fazer com que as propostas estejam de acordo com a realidade de vida do aluno, considerando sua trajetória e vislumbrando o lugar onde ele pode chegar. 

Além de ser um processo para a própria escola, a mudança na dinâmica do ensino médio também é um processo ao qual os estudantes precisam se acostumar. Sobre a experiência que estão tendo no colégio, Tatiana afirma: “O mais difícil tem sido conscientizar o aluno, que é adolescente, da importância de realmente aproveitar as oportunidades que são oferecidas a ele e o quanto isso tudo fará diferença em sua vida. Mas isso também faz parte do processo de aprendizagem no contexto escolar, a formação do aluno como um todo”. 

Adaptação ao modelo

O Novo Ensino Médio passou a valer oficialmente a partir de 2022, mas muitas escolas iniciaram seus processos adaptativos um pouco antes. Foi assim com a Escola Dinâmica, em Florianópolis (SC). Jorge Alexandre Nogared Cardoso, que é coordenador geral do colégio, comenta que desde 2019 a equipe vem se preparando para a nova modalidade. Quando se trata do ensino do inglês neste novo modelo, Jorge destaca a importância de fazer com que os estudantes compreendam os momentos de ensino-aprendizagem. “Isso demanda um esforço muito maior tanto da parte do professor quanto do estudante”, comenta. 

Com os Itinerários Formativos e a possibilidade de pensar em eletivas, o coordenador também ressalta que se trata de um atalho na na hora de usar a criatividade. Isso porque com eletivas e itinerários há uma margem maior de possibilidades onde o ensino da língua inglesa pode se mesclar a outros conhecimentos. 

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Mas não é somente o Novo Ensino Médio que torna complexo pensar em um currículo bilíngue. O coordenador aponta que há um aspecto cultural no Brasil, que coloca o ensino bilíngue como algo a ser feito em contraturno. Contudo, com o aumento da carga horária, será possível repensar o lugar do ensino desse idioma adicional em um turno só. O Novo Ensino Médio prevê uma carga horária de 1.400 horas anuais de aula. 

Neste sentido, superar o imediatismo e fazer com que a turma entenda que aprender um idioma não é caso para curto prazo, também entra no hall dos desafios deste tempo, aponta Jorge. 

Viviane Jesuz comenta que uma boa estratégia, também levando em consideração os interesses dos estudantes, esses itinerários formativos podem ser construídos como proposta de aprofundamento do conteúdo. Na plataforma Edify, por exemplo, ela destaca que existem disciplinas como liderança e empreendedorismo disponibilizadas em inglês e que contém temas transversais e que podem compor a carga horária dos itinerários. 

Outra dica é tentar uma pesquisa com os próprios estudantes a respeito dos interesses que eles possuem e, a partir dessas respostas, desenhar um caminho que vá desde o primeiro ano do ensino médio até o terceiro. 

“É importante que as escolas consigam primeiro entender os interesses dos aluno para que, a partir daí e do nível linguístico que esses alunos têm, possam desenhar temas, debates, oficinas ou até laboratórios de estudos. Assim, esse estudante poderá  aprofundar o seu conhecimento linguístico, ou aplicar na prática esse conhecimento, que já vem sendo construído ao longo de todo o ensino fundamental”, diz Viviane.

Tecnologia como suporte

Plataformas digitais têm servido como apoio a diferentes práticas pedagógicas desde muito antes de a pandemia existir. Com a necessidade de ficar em casa, esse uso se intensificou. E não ficou restrito às aulas remotas. Mesmo no modelo híbrido, a tecnologia ainda atua de maneira bastante presente no cotidiano das escolas. 

Ensinar um novo idioma com suporte da tecnologia faz parte desse novo cenário. “A tecnologia é uma ferramenta indispensável na educação hoje porque agiliza, facilita, partilha saberes e oportunidades de pesquisa. Além das inúmeras plataformas desenvolvidas para diferentes áreas, especialmente as de língua que são muito ricas e permitem o chamado ‘Blended Learning”‘,na qual o aluno pode integrar suas vivências em aula com as atividades em casa”, afirma Tatiana. 

Para Jorge, as tecnologias digitais aplicadas não somente ao ensino do inglês, como também de diferentes disciplinas, facilita o caráter adaptativo desse novo modelo. 

Apesar de as novas gerações terem nascido em um ambiente cheio de elementos digitais, a intencionalidade pedagógica precisa ser mantida como elemento chave, seja no ensino bilíngue ou de qualquer outro conteúdo. “O aluno do ensino médio é um aluno que está no computador, no celular, e ele pode ser engajado a utilizar esse tipo de aparelho também para sua formação e para o seu aprendizado”, conclui Viviane. 

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