Jardim de infância é fácil demais, aponta estudo - PORVIR
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Inovações em Educação

Jardim de infância é fácil demais, aponta estudo

Pesquisa mostra que crianças aprendem mais quando são introduzidas a conceitos mais avançados

por Redação ilustração relógio 12 de março de 2014

Qual será a medida certa de cobrança na educação infantil? Estudo recente da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, provocou um intenso debate entre especialistas ao apontar que os professores vêm transformando o jardim de infância na nova 1a série, uma vez que eles têm adiantado os conteúdos tradicionalmente ensinados no ano seguinte. Para engrossar o coro de que as crianças têm sido pouco estimuladas na educação infantil, pesquisadores das universidades de Chicago e Vanderbilt afirmam também em estudo recente que o jardim de infância é normalmente muito fácil para os pequenos.

O estudo Academic Content, Student Learning, and the Persistence of Preschool Effects (Conteúdo acadêmico, aprendizado do aluno e persistência dos efeitos pré-escolares, em tradução livre), publicado no American Education Research Journal, mostra que crianças aprendem mais quando são apresentadas a conteúdos mais avançados, tais como a adição de números e letras aos sons correspondentes. Apesar disso, os professores gastam grande parte das aulas em princípios básicos, como o reconhecimento do alfabeto e fazendo os alunos contarem em voz alta.

Para os autores do estudo, Amy Claessens, Mimi Engel e Chris Curran, a pesquisa revelou que grande parte das crianças que iniciam o jardim de infância já reconhecem algumas letras, têm noções de soma e estão prontas para avançar. Os que, por algum motivo, ainda não dominam esses conceitos, conseguem aprendê-los enquanto avançam com o resto da turma. “Se ensinarmos as crianças o que eles já sabem, elas não vão aprender tudo que podem”, afirmou Amy Claessens à Edweek, revista norte-americana especializada em educação.

Com o tempo, a pesquisadora acredita que os professores da educação infantil vão poder sentir uma diferença significativa no avanço da aprendizagem das crianças. E, para isso, bastam mudanças relativamente pequenas e sem grandes custos, que não afetarão o tempo destinado a outras atividades, como aprendizagem de habilidades socioemocionais e educação física.

Também foi ressaltado no estudo que os professores do jardim de infância passam mais tempo alfabetizando os alunos do que ensinando matemática. Em média, os professores ensinam habilidades básicas de leitura 18 dias por mês, ou quase todos os dias letivos, e alfabetização avançada durante 11 dias por mês. Por outro lado, eles passaram 10 dias por mês em matemática básica e seis dias em matemática mais avançada.

“Professores da primeira infância e do jardim de infância não são tão confiantes sobre o ensino de matemática no início da vida escolar”, disse Claessens. “Estamos há muito tempo estimulando e fazendo um bom trabalho de concentrar o ensino na leitura e em habilidades básicas de leitura. Mas acho que nós não sabemos tanto assim sobre a matemática na primeira infância”, completa.

O estudo foi realizado com base em uma amostragem grande, representando mais de 15 mil alunos de diversos estados norte-americanos que iniciaram o jardim de infância entre 1998 e 1999.

Com informações da EdWeek


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educação infantil, socioemocionais

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