Jovens criam startup para estimular geração Y
Ynovação leva workshops motivacionais para jovens a partir de ferramentas como jogos, storytelling e design thinking
por Vagner de Alencar 17 de julho de 2013
A partir dos quatro pilares da Unesco para a educação do século 21 (aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer), um trio de jovens do interior de São Paulo decidiu criar o Ynovação. A startup desenvolve workshops e palestras, baseados em ferramentas como storytelling, game thinking, design thinking e jogos cooperativos, com a proposta de trabalhar habilidades como criatividade e empreendedorismo em estudantes da educação básica ao ensino superior.
Desde o fim do ano passado, quando foi criada, 360 estudantes e universitários do interior do estado já participaram das oficinas realizadas em modelo piloto pela empresa. Os workshops trabalharam, sobretudo, a motivação e o projeto de vida de jovens, por meio de encontros com temas como Oportunidades; Se não existisse dinheiro, o que você faria?; Como realizar apresentações engajantes; entre outros. A proposta é que esses workshops sejam vendidos a preços populares para chegar às escolas públicas. Os encontros acontecerão sob demanda e os valores variam entre R$100 e R$300, conforme a quantidade de workshops realizados no dia.
“O que falta nas escolas é o saber ouvir o aluno, estimular suas capacidades e sonhos. Na escola tradicional, normalmente tudo ainda lhe é enfiado goela abaixo. Nossa proposta é mostrar que ele pode caminhar sozinho, criar seu próprio empreendimento, simplesmente motivá-lo”, afirma o administrador e coach Sergio Luciano, cofundador do Ynovação.
Contratado diretamente pelas por quatro escolas públicas de São José dos Campos, no próximo dia 30, o Ynovação dará um workshop para 200 professores de quatro escolas da rede de ensino. Lá, eles abordarão questões relacionadas à neuroaprendizagem – que estuda o cerébro do aluno para ajudá-lo no ensino– e trabalharão formas de ensino voltadas à contação de história, à educação baseada em projetos, ao design thinking, além de mostrarem o panorama de novas metodologias educacionais. “Nossa proposta é dar esses workshops e palestras de modo que os modelos apresentados por nós possam ser replicados em toda a rede”, diz.
A partir do segundo semestre, a startup pretende se dedicar à criação de games vivenciais onde os estudantes competem para solucionar problemas reais, baseados, sobretudo, nos estudos da pesquisadora americana Jane McGonigal , renomada designer de games, que estuda como os jogos podem tornar o mundo melhor. Os jogos vivenciais e intervencionais são espécies de gincanas on-line onde competidores são desafiados a realizar diferentes missões, como no Superstruct, criado pelo Institute for the Future, onde grupos precisam de organizar em diferentes frentes – energia, política, alimentação – para salvar o mundo que está estimado para acabar em 50 anos.
No ano passado, à procura de novas práticas educativas, Luciano participou de um intercâmbio na Índia para dar aulas na rede pública do país. Durante dois meses e meio, o jovem participou do projeto One World Project, do AIESEC – plataforma internacional que visa o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens do mundo inteiro por meio de programas de liderança – para falar sobre cultura, alimentação, músicas, tradições, diversidade cultural e temas sobre liderança com crianças de 8 a 14 anos. “Foi pontapé para que precisava para ir reunir os sócios e mapear novas experiências e metodologias”, afirma ele que já vem colhendo os frutos. Neste ano, o Ynovação venceu o Pitch Fight, competição feita na Virada Empreendedora 2013, evento similar às viradas cultural e esportiva, porém, reunindo empreendedores, prestadores de serviços e especialistas durante um dia inteiro.