Jovens incentivam projetos de educação informal - PORVIR

Inovações em Educação

Jovens incentivam projetos de educação informal

Criado por jovens latino-americanos, Deuk realiza encontros temáticos e lançará site para abrigar experiências inspiradoras

por Vagner de Alencar ilustração relógio 14 de março de 2013

Oito jovens de diferentes países da América Latina se juntaram para pensar em como resolver os problemas de educação da região. Envolvidos em iniciativas locais, eles decidiram criar o Deuk, projeto realizado em cinco países (Brasil, Espanha, México, Porto Rico e Colômbia), que pretende mobilizar, engajar e inspirar outros jovens latino-americanos por meio de experiências educativas não-formais. O programa é estruturado em três eixos: a realização de encontros temáticos, por meio dos representantes do Deuk em cada um dos países, a execução de seminários internacionais, anualmente, e, por fim, a criação de uma plataforma onde serão abrigadas as experiências inspiradoras. O primeiro seminário, inclusive, vai acontecer no segundo semestre deste ano no México.

O projeto Deuk surgiu a partir da inquietação dos jovens, que já realizavam projetos educativos em seus países. Em 2011, eles – que ainda não se conheciam– participaram do programa Bolsas para o Fortalecimento da Gestão Pública na América Latina, da Fundação Botín, que há quatro anos aposta na formação de jovens latino-americanos para atuar no setor público.

marcovarro / Fotolia.com

Oriundos de áreas distintas (engenharia, música, relações internacionais entre outras), os jovens decidiram “montar um projeto real, não sonhador”. “O estudante precisa entender que a educação se resume apenas à escola, que a simples ação de um jovem que ajuda outros amigos a andar de patins na rua, por exemplo, é uma iniciativa educativa”, afirma Rogelio Cantarol Castro, 23, representante do Deuk no México, graduado em relações internacionais.

“A educação informal hoje faz parte do mundo do jovem e precisa ser mais apoiada, ser levada do local para internacional. Nós, jovens latino-americanos, queremos divulgar mais projetos como esses e contribuir para a criação de novos.”

Por meio de encontros locais, desde o ano passado, os representantes vêm realizando formações com jovens e mapeando histórias educativas que podem ser replicadas em outros países. Até agora, já foram realizados sete encontros. No último mês, por exemplo, o representante do Deuk, no México, realizou um concurso com foco na oratória. Durante três semanas, 30 jovens participaram de oficinas sobre a importância da “arte de falar em público”, abordando temas como juventude e educação, o papel dos jovens no México contemporâneo, os valores da sociedade atual, jovens e liderança, equidade de gênero, paz e a construção de um projeto de vida.

Para dar apoio aos jovens, o programa conta ainda com outro braço, o de mentoria. Atualmente, 16 especialistas da Espanha, México, Brasil, Colômbia e Porto Rico atuam gratuitamente como consultores dos estudantes. “A educação informal hoje faz parte do mundo do jovem e precisa ser mais apoiada, ser levada do local para internacional. Nós, jovens latino-americanos, queremos divulgar mais projetos como esses e contribuir para a criação de novos”, diz Castro.

Plataforma

Neste ano, para celebrar o programa, será realizado o primeiro seminário internacional, no México, com 100 universitários, de 18 a 23 anos. O evento, agendado para o segundo semestre, pretende debater o cenário educacional em cada um dos países participantes, além de dar visibilidade às iniciativas realizadas pelos jovens, que precisarão estar envolvidos em algum projeto educativo. As inscrições serão abertas até o fim do primeiro semestre deste ano.

As melhores experiências darão vida à plataforma virtual, que passará a funcionar como um repositório de boas práticas de experiências não-formais, para que dessa forma, possam ser replicadas livremente em outras regiões. “Acreditamos que os jovens têm talento e bagagem que, muitas vezes, não são reconhecidos pelas instituições convencionais, mas que podem servir como combustível para que se mobilizem para a melhoria da educação em seus países”, afirma Castro.


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