Olimpíada atrai estudantes para a matemática com novas abordagens para professores - PORVIR
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Inovações em Educação

Olimpíada atrai estudantes para a matemática com novas abordagens para professores

Matific busca promover conteúdo matemático que faça sentido para crianças e adolescentes a partir de jogos online. Entre 11 e 15 de setembro, a olimpíada anual da plataforma pretende engajar 500 mil estudantes

Parceria com Matific

por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 21 de julho de 2023

Permitir que mais estudantes brasileiros avancem na aprendizagem de matemática e consigam superar os níveis mais básicos, nos quais só dominam operações simples e não conseguem identificar padrões, depende de um novo olhar para como os conhecimentos são apresentados em sala de aula. E a tecnolgia pode apoiar educadores a entenderem melhor como diversificar a maneira de ensinar.

Segundo dados do Pisa 2018 (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), apenas 1% dos estudantes brasileiros atingiram o nível 5 ou acima em matemática, ou seja, são capazes de compreender situações complexas matematicamente e podem escolher a melhor estratégia para resolver a questão. A média da OCDE é de 11%. O levantamento apontou, ainda, que o desempenho médio em matemática, depois de um período de evolução, não mudou significativamente a partir de 2009. 

Para Dennis Szyller, CEO da Matific Brasil, o baixo engajamento dos alunos e alunas brasileiros para com a disciplina deve-se aos métodos de ensino atuais da matemática, abstratos e pautados em memorização, o que não gera uma conexão entre o aluno e o conteúdo.

Por isso, uma das principais estratégias da Matific, plataforma de aprendizado de matemática, é levar a matemática para o cotidiano, ou seja, apresentar os conteúdos com exemplos reais do dia a dia de crianças e adolescentes, de forma a promover essa conexão. 

Para isso, a plataforma oferece um cenário colorido com jogos, nos quais as crianças podem colocar a mão na massa e resolver problemas que as ajudarão a compreender o porquê das operações matemáticas. “Quando você trabalha a matemática dessa forma já nos anos iniciais, a criança começa, desde cedo, a criar uma relação diferente com a disciplina, e passa a gostar do conteúdo”, afirma. 

Apesar de ser uma plataforma gamificada, Dennis reforça que antes de pensar no jogo, é importante que os conteúdos pedagógicos façam sentido para os estudantes, e não sejam uma mera transposição de atividades do papel para a tela. 

O uso do jogo na matemática 

“Sou de humanas” é, hoje, praticamente uma forma não oficial de dizer que a pessoa sofreu com as provas de matemática na escola. Isso ocorre porque não é incomum encontrar estudantes com ansiedade matemática, fenômeno que causa emoções e reações negativas diante da necessidade de aprender ou aplicar os conteúdos da disciplina. 

Em sala de aula, o medo de errar é muito grande e inibe as crianças. Porém, quando você a coloca dentro de um ambiente de jogo, errar é um processo natural.

“Visualize o cenário: uma sala com 30 crianças e um professor que precisa cumprir um currículo e todo mundo deve seguir o mesmo ritmo até o final do ano letivo. Isso não existe. O que gera ansiedade matemática é o fato de que um grupo não consegue acompanhar o ritmo e o professor, por sua vez, não consegue olhar individualmente para o desafio de cada estudante, que vai ficando para trás e, assim, passa a não gostar da matemática. É isso que gera a ansiedade matemática”, explica Dennis. 

Nesse sentido, a plataforma usa jogos que podem ser aplicados desde a educação infantil, para que as crianças construam uma boa relação com a disciplina. Isso é possível graças a dois aspectos fundamentais: o fato de elas gostarem de jogar e de o jogo ser seguro para o erro. “Em sala de aula, o medo de errar é muito grande e inibe as crianças. Porém, quando você a coloca dentro de um ambiente de jogo, errar é um processo natural. Ela ‘morre’, ‘explode’, ‘afoga’. Tudo acontece e ela não abandona o jogo. Isso traz um elemento de persistência interessante, compreendendo que o erro faz parte e seguindo em frente.” 

Acompanhamento em tempo real 

Por contar com recurso apoiado em inteligência artificial, a própria plataforma consegue desenhar os próximos passos dos alunos de acordo com seu desempenho nas atividades. A Matific também conta com o chamado “Teste de Nivelamento”, que analisa, no primeiro contato do estudante com a ferramenta, qual é o seu nível de aprendizagem da matemática. Todas essas funcionalidades, entretanto, não são obrigatórias. 

Os dados coletados a partir do uso da ferramenta são compilados em relatórios e painéis, o que permite ao professor acompanhar a evolução da turma ou de cada estudante individualmente, identificando as lacunas de aprendizagem e as potencialidades. O alinhamento ao currículo, à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e ainda aos livros didáticos também ajuda o professor a combinar o uso da plataforma com seus objetivos em sala de aula. 

Olimpíada na Ilha da Aventura 

Anualmente, a Matific promove a Olimpíada de Matemática, um evento online que mobiliza escolas por todo o Brasil, públicas e privadas, para participar de uma competição em prol do ensino da disciplina. A 5ª edição acontece entre 11 e 15 de setembro, com a expectativa de envolver 500 mil estudantes. 

As crianças e jovens terão um período de aquecimento para conhecer a plataforma e treinar alguns exercícios. O objetivo é a conquista de estrelas, concedidas conforme os alunos acertam os exercícios. As melhores classes, escolas e alunos serão premiados com troféus e prêmios em dinheiro. Vale reforçar, entretanto, que os alunos também podem participar de forma independente, sem vínculo com a escola, mas as premiações ficam restritas às instituições de ensino. 

Assim como a plataforma, a Olimpíada também faz uma captura em tempo real dos dados analíticos a partir do desempenho dos estudantes. Isso significa que não há uma trilha fixa de exercícios e propostas: crianças e adolescentes seguirão um percurso adequado a seu ano escolar, mas as atividades são oferecidas de acordo com o seu desempenho e conhecimento.  

Mais engajamento, mais desempenho 

“Nossos estudantes têm comentado que a matemática passou a ser mais interessante e que gostam mais da disciplina. É notório o maior engajamento nas aulas de matemática quando trabalhamos com a plataforma. A aprendizagem se torna mais divertida e significativa e, com isso, o desempenho também tem apresentado melhoras.” 

O relato é de Fabio Machado, professor de matemática de turmas dos 4ºs e 5ºs anos de duas escolas municipais de Belo Horizonte (MG), que conheceu a plataforma na Olimpíada de 2021, ainda durante a pandemia de Covid-19. Diante do desafio das aulas online, Fabio conta que a participação na Olimpíada, com os jogos interativos, foi uma forma lúdica de abordar o conteúdo matemático, e desde então a plataforma faz parte do planejamento pedagógico. 

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O professor conta, ainda, que a forma de usar a plataforma varia: seja para aprofundar e praticar alguns conteúdos ou como introdução de novas temáticas dentro da disciplina. Entretanto, destaca que a ferramenta ajudou que o ensino de matemática em suas aulas passasse a ser mais significativo, trabalhando com o pensamento crítico e solução de problemas, além da possibilidade de acompanhar o desempenho dos estudantes em tempo real e atribuir atividades de acordo com o currículo. 

As aulas de matemática também ganharam novo sentido e tornaram-se mais atraentes no Paraná. Alcioni Martinelli, embaixadora matemática do Paraná e coordenadora do time de professores do Colégio Estadual Nova Esperança, aponta que a linguagem da plataforma cativa o estudante, além de democratizar o ensino da matemática. 

“Ao conseguir resolver uma atividade, o estudante tem sua autoestima reforçada, e isso gera um sentimento de capacidade e pertencimento. Primeiro ele quebra a barreira da sua dificuldade e do seu medo. Depois, ele começa a compartilhar com os colegas de sala. Se antes a matemática era difícil, monótona e chata, agora os alunos esperam pela aula, porque aprendem e se divertem ao mesmo tempo”, relata. 

A educadora pontua, ainda, que com as atividades pensadas para cada ano letivo e faixa etária, a plataforma consegue alcançar mais estudantes, inclusive aqueles com alguma deficiência. “Nossos alunos de Sala de Recursos conseguem obter êxito nas atividades e o professor tem a possibilidade de atribuir atividades individualizadas para a necessidade de cada estudante. O desempenho geral melhorou muito, e temos avaliações, como a Prova Paraná (avaliação de aprendizagem realizada pela secretaria estadual), que comprovam isso”, completa.

Serviço 

5ª Olimpíada de Matemática Matific
Quando: 11 a 15 de setembro 
Quem pode participar: estudantes da educação infantil até sexto ano do ensino fundamental
Inscrições: até 8 de setembro, pelo site

Quer saber mais sobre a Olimpíada de Matemática?
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Matific

TAGS

matemática, tecnologia

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