Em SP, parque diverte e ensina profissões a crianças - PORVIR
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Inovações em Educação

Em SP, parque diverte e ensina profissões a crianças

Alternativa a parques recreativos, KidZania tem 52 atividades profissionais, como bombeiro e fotógrafo, e ainda oferece educação financeira

por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 15 de junho de 2015

O avião na porta e o guichê de embarque já dão uma pista: você está prestes a embarcar em uma superviagem. À primeira vista, o KidZania, localizado no segundo subsolo do Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, parece um parque de diversões. Mas é aí que está o engano: ele é, na verdade, um parque de profissões.

Funciona da seguinte maneira: a criança (de 4 a 14 anos), depois de pagar uma taxa – de 100 a 120 reais –, entra na cidade de 8.500 metros quadrados e pode escolher entre 52 atividades para vivenciar, como médico, repórter, bombeiro ou ator. A metodologia é baseada em três pilares: o construtivismo, o aprendizado experimental e aprendizagem significativa. “Aqui, nós podemos dar a sensação de liberdade, de decisão pra criança. Ela pode escolher o que quer ser”, diz Lucio Mattos, gerente de comunicação do parque.

KID-5por Maria Victória Oliveira

 

O serviço de entregas local, chamado de “KZ Express”, lidera a procura. Na função de carteiro, a criança tem a chance de circular e conhecer todas as dependências da cidade fictícia. Outro atividade que chama a atenção é a medicina. “Dentro do hospital, as crianças têm três opções: ficar no pronto socorro –  e, de tempos em tempos, ir de ambulância socorrer alguém (na verdade, um funcionário do próprio KidZania) que ‘passou mal’; cuidar de recém-nascidos no berçário ou operar pacientes na sala de cirurgia”, exemplifica Mattos.

Funcionando no Brasil desde o final do ano passado, o parque segue o modelo criado no México, em 1999, pelo empreendedor Xavier Lopez Ancona, que juntou a ideia de um local para deixar as crianças com a possibilidade de deixá-las experimentar diversas profissões. O conceito se espalhou pelo mundo e, hoje, está presente em 16 países.

“Nós entendemos o KidZania como um projeto inovador já que, no parque, através das atividades, buscamos juntar a questão educacional com a diversão”

Sem aulas teóricas, o KidZania busca que a criança aprenda a partir da brincadeira. É o que Mattos chama de “edutenimento”. “Nós entendemos o KidZania como um projeto inovador já que, no parque, através das atividades, buscamos juntar a questão educacional com a diversão”. Para a visitante Fábia Fraga, essa é uma possibilidade real, tanto é que trazia pela quinta vez suas duas crianças ao lugar. “O parque é completo para os meus filhos. Aqui eles aprendem que, se trabalharem, vão receber um salário; têm noção de gasto e de responsabilidade”.

No KidZania, o contato com a educação financeira acontece de duas maneiras. Uma delas é no manuseio da moeda local, o KidZo. Ao entrar no parque, a criança recebe 50 Kidzos para gastar nas atividades e, dependendo da profissão que escolher, ela recebe ou paga por ela. Na fábrica de chocolate, quarto lugar no ranking de atividades mais escolhidas, a criança paga para fabricar. Mas, se ela presta um serviço, como ser policial, ela recebe um “salário” em KidZos, que pode ser usado na loja do parque.

DSC_1730por Maria Victória Oliveira

 

Em seis meses de funcionamento, a direção do KidZania percebeu que o perfil da criança brasileira é guardar o dinheiro, o que faz com que as atividades que pagam sejam muito mais disputadas do que as que cobram. Para Gabriela, de 10 anos, a ideia de conhecer um pouco mais das profissões e de se preparar para o futuro é o mais empolgante da visita. “Aqui, a gente aprende a economizar com a educação financeira. É importante pra gente não depender dos outros para pagar nossas contas”.

Para tirar crianças da frente da TV de casa ou fazer com que larguem os smartphones, a direção do parque aposta em diversas atividades em grupo. “A rádio é um exemplo disso: precisa ter uma criança para ser o âncora, outra para ler a previsão do tempo e uma para falar sobre cultura. Cada um tem o seu papel bastante determinado, e a magia da atividade só acontece se todos trabalharem juntos”, diz Lucio Mattos.


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educação mão na massa, tecnologia

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