Porvir lança guia para levar internet rápida à escola pública
por Redação 3 de agosto de 2016
O Porvir lançou nesta terça-feira (2/8) uma nova versão do guia temático Tecnologia da Educação. O material, que já apresentava informações sobre por que conectar as escolas à internet e metodologias de ensino que envolvem o uso de tecnologia, agora traz uma seção de infraestrutura reformulada para orientar as secretarias sobre como planejar a infraestrutura de conectividade com o objetivo impulsionar o aprendizado dos
De maneira geral, falta às secretarias de educação uma visão integrada para planejar o uso da tecnologia com fins pedagógicos, e a infraestrutura é apenas um dos fatores que precisam ser levados em consideração. Embora já existam algumas práticas bem sucedidas, elas ficam isoladas a um professor, uma escola ou um setor dentro da estrutura das secretarias. Na ausência de um plano abrangente, sempre existe o risco de políticas centradas nos dispositivos virem à frente de estratégias para formação de professores e uso pelos alunos, o que aumenta a chance de rejeição.
Nesse sentido, a nova seção de infraestrutura do guia de Tecnologia na Educação mostra que primeiro é necessário desenvolver uma visão para entender que a chegada da tecnologia precisa ser acompanhada por novas metodologias, e não apenas de uma digitalização de velhas práticas. Também é preciso olhar para a formação de professores para entender o novo papel do educador com a chegada de recursos digitais e computadores à sala de aula. Igualmente importante é ter critérios para escolher os recursos digitais, que podem ser gratuitos, como na plataforma Escola Digital.
Para mostrar como a internet rápida pode chegar ao aluno, o guia parte de quatro perguntas “Qual o modelo de conexão?”, “Como distribuir o sinal de internet?”, “Quais equipamentos serão usados?” e “Como será feita a manutenção?” para criar um mapa com referências técnicas, com depoimentos de gestores, pontos positivos e de atenção. Para resolver o desafio da conexão da internet, por exemplo, São Paulo e Paraná optam por centralizar a contratação do link de internet de fibra ótica, que chega às escolas de municípios do interior junto com o atendimento de telecomunicações para outros serviços, como saúde e segurança. Já Alagoas prefere descentralizar, fornecendo recursos diretamente para as escolas.
Independente da forma de contratação, o guia busca conscientizar gestores sobre a necessidade de garantir uma velocidade de conexão de pelo menos 10 Megabits por segundo para que seja possível o uso de plataformas digitais mais robustas. Outra recomendação é que o uso do Plano Banda Larga nas Escolas, da maneira em que ele está atualmente, com 2 Mpbs de velocidade instáveis, não pode ser considerado uma solução de conectividade. Secretarias precisam ainda levar em consideração que o link de internet que chega a uma escola não pode ser o convencional, mas sim um dedicado, que entrega 100% da velocidade contratada e suporta uma maior quantidade de conexões simultâneas.
Além da contratação da conexão, o guia apresenta opções para distribuir o sinal de internet na escola e explica o que a transmissão via cabo ou wi-fi possibilitam. Em um caso de escola que tem o sinal de internet sem fio por toda a escola, traz a palavra da diretora da escola Desembargador Amorim Lima, de São Paulo, que oferece conexão sem fio em todas as suas dependências. Na instituição, alunos conseguem subir projetos de vídeos direto para a plataforma pedagógica em questão de segundos, por conta de um link de 100 Mbps de velocidade.
Outro ponto analisado diz respeito aos equipamentos que são usados por professores e alunos. Os computadores desktop, que atualmente dominam os laboratórios de informática, limitam a personalização do ensino, entretanto, até mesmo os dispositivos móveis impõem desafios à escola, como a formação de professores e a administração do uso.
Para que o plano de conectividade não seja comprometido, o material ainda aborda questões relacionadas à manutenção. O município de Joinville (SC) centraliza o atendimento e usa uma equipe interna para reparar os equipamentos, enquanto redes como a de Pernambuco optam por centralizar a gestão, mas delegam a uma terceirizada o serviço junto às escolas.
Todo esse quadro de opções é materializado com o plano de conectividade de dois estados, Pernambuco (que ainda está em fase preliminar) e São Paulo, que responderam às perguntas enviadas pelo Porvir e ajudaram a criar um raio-X de suas redes.
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