Professor de arte da rede pública é um dos 50 finalistas do Global Teacher Prize 2023 - PORVIR
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Inovações em Educação

Professor de arte da rede pública é um dos 50 finalistas do Global Teacher Prize 2023

Conheça o trabalho do professor Alberto Rodrigues dos Santos, que leciona arte apoiada em tecnologia e no protagonismo dos estudantes

por Vinícius de Oliveira / Ana Luísa D'Maschio ilustração relógio 27 de setembro de 2023

O professor Alberto Rodrigues dos Santos, que se destaca por promover atividades de arte integradas com tecnologia, é o finalista do Global Teacher Prize 2023, premiação da Varkey Foundation em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Realizado desde 2014, o prêmio é reconhecido como o “Nobel da Educação” e destina US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5 milhões) ao educador vencedor. 

“Receber a notícia foi uma surpresa e uma honra. A responsabilidade aumenta por ser o único finalista representando o Brasil, e também por representar o ensino de arte na escola pública e os professores do nosso país. É uma oportunidade para termos voz e sugerir políticas públicas”, afirma Alberto ao Porvir. “Os professores estão no chão da escola, mas são a classe menos ouvida. Esse prêmio traz a possibilidade de a gente poder ter uma participação mais ativa dentro da gestão pública, opinar sobre questões pedagógicas e o que de fato acontece dentro de uma sala de aula”, diz.

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É comum que o vencedor tenha um perfil que vai além do trabalho em sala de aula – e a lista de 50 finalistas anunciada nesta quarta-feira (27) não é diferente. A Varkey Foundation descreve o grupo como diverso, vindo de todos os cantos do mundo. Desde o ensino em cidades e vilas remotas, até escolas urbanas, eles advogam pela inclusão e pelos direitos das crianças, integram migrantes nas salas de aula e cultivam habilidades e confiança de seus estudantes.

Post no X (antigo Twitter) anuncia o professor Alberto como finalista do Global Teacher Prize 2023

O professor Alberto, que atua em três escolas na rede municipal de Piraju, no interior de São Paulo (EMEIEF Gilberto Bonafé, EMEIEF Camilo Golfieri e EMEIEF Yolanda Marinho Lessa), já teve dois projetos publicados na seção Diário de Inovações, aqui no Porvir. Antes de ser nomeado finalista do Global Teacher Prize, Alberto foi um dos vencedores do Prêmio Professor Transformador, promovido na época pela empresa de educação Base2Edu e pela Bett Brasil, com um projeto sobre preservação do meio ambiente que recorreu várias expressões artísticas que resultou na coleta de assinaturas para um abaixo-assinado em apoio à construção de uma unidade de tratamento de resíduos sólidos no município. Atualmente, o prêmio é realizado pelo Instituto Significare, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Bett Brasil, sob o nome de Prêmio Educador Transformador.

Durante o período de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, ele teve a ideia de criar um “professor holográfico” na atividade que chamou de “Arte e projeções holográficas em tempos de pandemia”. Nesse processo, ele usou imagens criadas com celular e ferramentas disponíveis na internet para ter um contato mais próximo com os alunos, ainda que de forma virtual. 

O projeto foi dividido em duas partes. Na primeira, os vídeos eram sobre contações de histórias ou explicações sobre movimentos artísticos que eram visualizadas na casa dos alunos por meio do holograma caseiro. O quarto do professor foi transformado em um estúdio. A segunda fase foi desenvolvida quando estudantes começaram a volta às aulas presenciais. Com uma parte da turma em casa e outra em sala de aula, estudantes puderam contar histórias vivenciadas durante a pandemia. Naquela ocasião foi usada uma técnica de projeção holográfica em tamanho real.

O outro projeto também tem como principal característica a expressão e protagonismo de estudantes. Tudo começou quando um aluno lhe contou que queria ser sensacional. Desejo atendido. E assim surgiu “Eu sou sensacional – uma abordagem em ensino de artes”, que na prática é composto por um jogo de tabuleiro de perguntas e respostas sobre diferentes movimentos artísticos, para que a turma conquiste repertório e possa escolher o que quer aprender durante o semestre. 

“O Global Teacher Prize avaliou toda a nossa trajetória de vida e os projetos que desenvolvi nestes meus 14 anos de trabalho. Todos contaram, inclusive as práticas publicadas no Porvir. São reconhecimentos que pesaram muito para que eu pudesse estar entre os finalistas”, diz o professor, que coleciona premiações locais e nacionais. Entre eles, estão os prêmios Arte na Escola Cidadã (2013), Prêmio Professor Transformador (2020), Prêmio Professor Nota 10 (duas vezes como finalista) e o segundo lugar do Prêmio Iberoamericano de Excelência Educativa. “Minha proposta é que as crianças tenham participação ativa na escolha do que querem aprender e na construção coletiva do currículo escolar”, ressalta.

O anúncio do vencedor do troféu Global Teacher Prize deve ser feito em novembro deste ano.


TAGS

aprendizagem baseada em projetos, educação inclusiva, ensino fundamental, prêmios, tecnologia

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