Projetos científicos aproximam química do cotidiano do aluno
Professora conta como sua turma do ensino fundamental desenvolveu projetos científicos para estudar diferentes conceitos da disciplina
por Greice Conrad Rodrigues Sedrez 26 de setembro de 2018
Quando o aluno se sente desafiado e incentivado, ele consegue desenvolver competências e habilidades que o permitam interagir melhor e se apropriar do conceito/tema abordado. Diante dessa perspectiva, no Colégio São José, em Pelotas (RS), trabalhei com projetos científicos de ensino na disciplina de química para a melhoria da aprendizagem da minha turma do oitavo ano do ensino fundamental.
Para trabalhar diferentes conceitos de química, as atividades envolveram a elaboração de propostas para solucionar uma situação problema que estava presente no cotidiano dos alunos. De forma contextualizada com as outras disciplinas, eles tinham que elaborar argumentos a partir de cadernos de campo, fotos, diários e outros recursos para acompanhar o desenvolvimento do trabalho.
A proposta rendeu diferentes projetos. Muitos deles foram aceitos em grandes mostras e feiras, como foi o caso do “Bio-Subterrâneo”, em que os alunos criaram um mecanismo para ajudar a diminuir o entupimento dos bueiros após chuvas. Com esse sistema, o lixo que era recolhido, principalmente o plástico, passou a servir como matéria-prima para a produção de um tijolo ecológico. O trabalho foi aceito na Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) e foi base da participação deles no FLL (First Lego League).
Também foi desenvolvido um projeto de aplicabilidade da Lei de Henry na identificação e caracterização do composto perfluorocarbono como possível substituto do sangue, que acabou inscrito Mostrarob (Mostra Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia), no Salão Jovem UFRGS e Mostratec. Outro trabalho pesquisou o uso do óleo essencial da noz-moscada como alternativa para reverter danos causados pela quimioterapia, que foi aceito na Mostratec, Salão Jovem da UFRGS e na FEBRAT (Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas).
Utilizando a criatividade dos alunos para dar forma aos modelos atômicos e o cotidiano aliado a apropriação da linguagem científica, foram surgindo muitos projetos científicos que passavam do concreto ao abstrato: o primeiro fez a modelagem dos modelos atômicos para que fossem percebidos pelos colegas de forma concreta; já o segundo, mostrou a importância de se realizar a leitura de rótulos e embalagens. Ambos foram aceitos para participar de eventos em eventos de diferentes estados, como a FEMIC (Minas Gerais), INFOMATRIX (Paraná), FENECIT (Pernambuco), MOSTRAROB (Rio Grande do Sul), MOCICA (Caruru) e MOSTRATATEC JÚNIOR (Rio Grande do Sul).
Como também não salientar o projeto “Catalisando estratégias para potencializar a inclusão do ensino da química e da matemática para estudantes com deficiência visual”, que a partir de sua classificação, foi a Londres ser apresentado.
No ano de 2018, o processo não parou. Eles criaram QR Code como práticas educativas, esponja anti poluição; membrana pvac, bullying e juventude, nanotecnologia e estudo da clorofila como fertilizante. Fomos aceitos pela primeira vez em um eventos no Peru e no Uruguai.
Já acabou profe? Espero que não, que venham tantas outras ideias e problemáticas para estudar! Não posso esquecer de dizer que os projetos científicos são dos ALUNOS. Nós ajudamos na condução, na pesquisa, damos o apoio, mas o mérito é deles! A todos meus pupilos, minha eterna gratidão por me permitir acompanhá-los nessa caminhada e por muito aprender com vocês. As transformações surgem quando se confia e investe no aluno.
Greice Conrad Rodrigues Sedrez
Formada pela FURG (Fundação Universidade Federal do Rio Grande), no curso de licenciatura em química com habilitação em ciências, no ano de 2016. Mestre em química pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas). Com pós-graduação em andamento em práticas inovadoras na educação pela Unicesumar. Atualmente atua em três escolas particulares da cidade de Pelotas-RS.