Quer levar filmes sobre guerra para a sala de aula? Saiba como selecioná-los - PORVIR
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Inovações em Educação

Quer levar filmes sobre guerra para a sala de aula? Saiba como selecioná-los

A tecnologia que nos permite estar mais próximos de um conflito também apoia diferentes maneiras de estuda-lo. O acesso ao audiovisual é uma delas

Parceria com Tamanduá EDU

por Ruam Oliveira ilustração relógio 5 de abril de 2022

Explicar como se dá uma guerra, quais são as implicações de um conflito ou como eles surgem pode exigir diferentes abordagens dos docentes. Uma boa ferramenta, que pode ser usada tanto como complemento como ponto de partida, é o audiovisual.

Existem diversos filmes que ajudam a promover debates.. O documentário “O amanhecer da Guerra Fria” (França, 2018), por exemplo, narra fatos sobre a relação entre os soviéticos e os norte-americanos, como Truman e Stalin estavam se entendendo nesta construção de uma dita paz duradoura e os projetos de uma bomba atômica.

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Questões políticas e de formulação destes conflitos podem ser destrinchadas por meio de vídeos que trazem além dos fatos ocorridos, entrevistas com especialistas e pesquisadores.

Essa diversidade de vozes é o que Vanessa de Araújo Souza, diretora da Tamanduá EDU, destaca como um dos pontos mais significativos quando se planeja usar filmes na aula. “​​O audiovisual é um recurso essencial e faz todo sentido. Assistindo a um documentário, você tem ali grandes especialistas discutindo sobre aquele tema, tem recursos imagéticos, e não fica só na exposição do professor, mas traz outras vozes para ilustrar”, afirma.

A figura do professor é de grande importância, justamente por ser responsável por unir os argumentos apresentados em diferentes títulos, aponta Vanessa

Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Joseph Stalin durante conferência Yalta, em 1945.Crédito: Wikimedia Commons

Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Joseph Stalin durante conferência Yalta, em 1945.

Essas múltiplas vozes que aparecem nos documentários, por exemplo, também servem  para usos separados. Um educador não precisa utilizar um filme inteiro em uma aula; pode, na verdade, utilizar pequenos trechos das entrevistas ou dos debates discorridos nos filmes para aprofundar os assuntos da aula.

Outra vantagem: é possível solicitar que estudantes vejam determinado filme e tragam suas impressões para a sala de aula e, com isso, aumentar as chances de engajamento nos temas tratados.

Como a demanda para tratar sobre guerra cresceu, dadas as circunstâncias globais, é importante buscar materiais de apoio. A plataforma de streaming com conteúdo educativo Tamanduá TV criou a  sessão Guerras e Conflitos Globais, com dezesseis títulos sobre o tema. As produções variam entre conteúdo jornalístico e documentários. Além disso, é possível selecionar planos de aula relacionados à temática e inclusive realizar testes de conhecimento. Veja a sessão completa aqui.

Etapas de ensino e intenção

Filmes já fazem parte do dia a dia de muitas crianças e adolescentes, então usá-los em sala de aula não vai ser algo estranho. No entanto, é importante que estes títulos não sejam somente apresentados sem uma conexão com a temática que se deseja trabalhar e desenvolver.

Essa intenção faz toda a diferença. Entender os filmes como recursos pedagógicos depende da maneira como eles são encarados. Vanessa destaca que a primeira coisa que qualquer educador ou educadora deve fazer quando decide passar um filme para a turma é, eles próprios, assistirem antes. A partir disso, desenhar uma estratégia fica muito mais tranquilo.


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Vanessa também ressalta que cada um pode encontrar sua forma de usar os filmes como ferramenta de ensino. Seja utilizando um pequeno trecho, seja passando os títulos na íntegra.

Convite à reflexão 

Outro  ponto é o desenvolvimento do pensamento crítico e da reflexão. Voltando ao tema dos filmes de guerra, entender os contextos de como os conflitos começaram, quem estava por detrás da tomada de decisões e qual era o momento do mundo em que determinadas guerras ocorreram ajuda a fazer com que os estudantes reflitam sobre aquele período, e também sejam capazes de traçar paralelos com conflitos distintos.

“É impossível o aluno não se desenvolver criticamente absorvendo esse conteúdo sabendo que há a figura do mediador, que é o professor”, diz Vanessa.

Mas é importante ressaltar que os filmes não são o “recheio” da aula, mas sim complemento. Eles podem ser usados como início de uma discussão que se amplia com  o auxílio dos educadores e o que se espera obter da turma a partir dessa abordagem.

Alguns títulos da coleção Guerras e Conflitos Globais:

“Yalta, os três grandes em conflito” e “O amanhecer da guerra fria” (França, 2018)
Ambos são parte da série “1945-1953: Da Segunda Guerra Mundial à Guerra Fria”
Direção: Emilie Lançon

Em fevereiro de 1945, durante a Conferência de Yalta, o destino da Europa e do mundo estava nas mãos dos “Três Grandes”, três estadistas cuja ofensiva nazista tinha reunido em uma missão de resistência: Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Joseph Stalin. Esses aliados vitoriosos representavam a união perfeita entre mundos profundamente diferentes: o comunismo Soviético, a antiga Europa Imperial e a poderosa democracia americana. Unidos na guerra, os aliados estavam prestes a se revelar divididos e rivais durante a paz. Ao longo de oito dias, de 4 a 11 de fevereiro de 1945, os três grandes iriam participar de uma luta impiedosa, dados seus respectivos interesses e ideologias que os separavam diametralmente. A última vez que seriam vistos juntos seria em Yalta.

1917: Construindo a Revolução Russa” (França, 2017)
Direção: Stan Neumann

A Revolução Russa de 1917 marcou o início de uma nova era, causando turbulência no mundo todo e transformando o pensamento político da época. Através das vozes de Lênin e Gorky, descubra as duas faces da Revolução – a teoria e a prática. Ambas as narrativas trazem ricas perspectivas: a de Maxim Gorky, abrupta e imprevisível, em contraposição à de Vladimir Illyich Lenin, fria e pragmática. Através de arquivos exclusivos e bela animação, o diretor Stan Neumann mergulha nos eventos dia após dia, de fevereiro a outubro de 1917.

“Origens e proliferação” (França, 2019)
Parte da série “Gulag, a história dos campos de concentração soviéticos”
Direção: Patrick Rotman, Nicolas Werth, François Aymé

Poucos meses depois da Revolução de Outubro, os bolcheviques criaram os primeiros campos de concentração para se livrar dos oponentes políticos e reeducar os chamados elementos antissociais por meio do trabalho. O primeiro experimento em grande escala é o das Ilhas Solovki, onde milhares de prisioneiros políticos e de direito consuetudinário são escravizados. Após a morte de Lenin em 1922, Stalin tomou o poder e decretou a industrialização do país por meio de marchas forçadas e a coletivização da terra, o que desencadeou uma fome mortal. Os projetos do Titanic foram iniciados nas regiões mais remotas, como Kolyma na Sibéria. A GPU, a polícia política do Partido Comunista cuja missão é purgar o corpo social e regenerá-lo, envia centenas de milhares de russos aos campos para participar da construção do socialismo. Em janeiro de 1939, 2 milhões de prisioneiros trabalhavam no gulag, mas Beria, que assumiu o chefe do NKVD, o ex-Guépéou, foi encarregado de reorganizar o gulag para torná-lo economicamente lucrativo.

“Nas origens do confronto” (França, 2021)
Parte da série “A Longa Guerra (Israel/Irã/EUA)”
Direção: Vincent De Cointet

Na época do Xá, Irã e Israel eram nações amigas. A revolução islâmica de 1979 muda os planos, de um lado, de Teerã, e do outro, de Washington e Tel-Aviv. A ruptura acontece em 1982 quando os Israelitas invadem o Líbano, e entram em guerra com o Hezbollah: nova força xiita libanesa, apoiada pelo Irã.

Veja a lista completa e saiba mais sobre a coleção Guerras e Conflitos Globais

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cinema, competências para o século 21, ensino fundamental, ensino médio, tecnologia

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